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Person of Interest – 1×02 Ghosts

Por: em 2 de outubro de 2011

Person of Interest – 1×02 Ghosts

Por: em

Uma coisa é certa: Person of Interest sabe como começar um episódio. Reese matando dois capangas contratados para matar um homem foi a melhor cena do episódio e ele faz isso com um sorriso nos lábios. Matar pessoas, ainda que criminosos, não pesa sua consciência, não há dilemas aqui sobre até que ponto ele se diferencia de suas “vítimas”, de forma que este não será um daqueles heróis em crise existencial por ter matado muita gente. O humor negro e único de Reese faz toda a diferença nas cenas entre ele e Finch e com o detetive Fusco. Se Reese não estivesse falando tão sério, acharia até engraçado a forma como ele amedronta Fusco.

Sua relação com Finch, por sua vez, é diferente de tudo que já vi, os dois não se importam um com o outro – estão juntos por conveniência. Finch precisa de alguém pra matar e Reese não tem nada pra fazer e matar é o seu forte. Até aqui as tentativas de se aproximar do chefe não tem dado certo, mas espero que isso mude, gradativamente como tem acontecido claro, pra poder conhecer mais do passado desses dois protagonistas.

Aliás, aí começa os erros deste episódio. Quem era o cara de terno conversando com Finch? Amigo, irmão? E porque ele pode saber sobre a máquina?

Pessoalmente acho que ele não é ninguém relevante, apenas uma maneira didática da série mais uma vez contar sua premissa, o que foi bem comum durante o episódio. Em vários diálogos Reese falava como se tivesse explicando algo pra uma criança, o texto estava esquemático demais, bem diferente do piloto que fluiu bem. Quando o amigo de Finch estava dando uma lição de moral nele por causa da máquina eu só pensava: “meu filho, cai fora. Ninguém aqui tem poderes especiais pra salvar o mundo.”. Faltou mesmo só alguém explicar que entre conhecer um número de CPF e impedir um crime existe um grande caminho.

Outra coisa que não funcionou bem foi o caso da menina que deveria ter morrido com os pais, Teresa. Ela nem parecia se importar em continuar viva, nem mesmo com o que aconteceu com seus pais, qualquer um que presenciasse o assassinato e conseguisse sobreviver gostaria de algumas respostas, e ela ficava inerte a tudo o que Finch e Reese faziam por ela. Nem mesmo perguntou se eles sabiam quem mandou matar os pais. A atriz também não ajudou muito e foi difícil acreditar na história de seu personagem.

Também não me convenceu essa busca da detetive Carter pelo “homem de terno”, o problema aqui é que o plot mal começou e eu já cansei. Até quando ela vai ficar traçando os passos de um ghost?

Contudo, a série apresenta questões muito interessantes, especialmente no tocante a privacidade das pessoas ferida pelo governo na intenção de protegê-las, e é mais interessante ainda se você avaliar os diferentes pontos de vista do nosso país em relação aos EUA. Se aqui as pessoas acham uma invasão câmeras de vigilância numa rua ou dentro de um escritório, por exemplo, lá as pessoas não ficam felizes, mas se dão por convencidas confiando que estão protegidas. Se estão ou não, isso é outra discussão, mas só a sensação de segurança impede que se instaure o caos. E essa discrepância na reação das pessoas é o que mais me impressiona, na forma como pra eles é completamente natural o controle do governo sobre seus telefones, contas bancárias, casa, carro, enfim, suas vidas.

O segundo episódio foi mediano, pecou pela didática, mas a série apresenta bons personagens e uma trama lógica, coerente e atual, portanto é uma série que vale o nosso tempo. Me preocupa, no entanto, que a série não consiga espaço dentre os outros procedurais. Vi pouca repercussão na internet sobre ela e a impressão que tive foi que passou batido, com uma audiência de 12.51 milhões e 2.7 na qualificada, não dá pra bobiar, essa audiência podia estar melhor considerando as séries exibidas no mesmo horário.

P.S: Minha amada Molly Price fez uma participação tão pequena, tão apagada =/


Lara Lima

Colatina - ES

Série Favorita: Friday Night Lights

Não assiste de jeito nenhum: Friends

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