A um passo do tão aguardado Snatch Game, o episódio da semana de RuPaul’s Drag Race aposta mais uma vez na abordagem envolvendo a história de vida das competidoras desta season e o resultado a meu ver foi positivo.

Com a eliminação de Cinthya na semana passada, a competição toma ares mais acirrados e isso de certa forma começa a pressionar ainda mais as competidoras pelo título de American’s Next Drag Superstar. New Wave Queens propõe às queens uma viagem ao fim dos anos 70, começo dos 80 e inspiram as competidoras em um novo desafio musical. Agora divididas em trio, as participantes terão que se apresentar ao vivo e para jurados como: Chris Stein e Debbie Harry da mítica Blondie. Ah, e como se esquecer da já tradicional participação de Lucian Piane.

Mas antes de entrar propriamente no desenvolvimento de cada um dos trios, é válido dizer que a insegurança provou ser talvez um dos grandes desafios para se manter bem durante a competição. Exemplo claro disso foi ver como Thorgy, que mesmo recebendo inúmeras críticas positivas, só conseguia encontrar defeitos e falhas por sobre sua trajetória no reality. E como disse acima, o reality tem sabido abordar bem esses conflitos pessoais, acertando mais uma vez em trazer a Shade Tree de volta à cena, agora habitada por uma Chi Chi DeVayne abalada emocionalmente e tomada pelo sentimento de inferioridade em relação às outras competidoras. O fato é que mais uma vez a edição acerta ao mesclar a competitividade das queens com nuances de drama. Aumentando ainda mais a empatia do público pelas participantes Sério! Quem não se emocionou com a atitude da eliminada desta semana?

Bom, o jeito é irmos para as análises do que rolou e que nesta semana resolvi separar de acordo com os trios formados para o challenge da semana, além da runway surving neon reallness. So, start your engines and may the best woman win!

Les Chicken Wings (Robbie Turner, Kim Chi & Naomi Smalls)
Responsáveis pela pegada punk do challenge, as queens se mostraram inteligentes ao assumir uma posição que as tirassem da habitual zona de conforto. Cada qual com seu próprio motivo, Les Chicken Wings demonstrou evolução desde as primeiras apresentações até o momento do live. O desafio aqui foi justamente buscar o lado mais selvagens das queens conhecidas pela aura mais “soft” da competição.

Robbie Turner
Depois de amargar um lip sync for her life, Robbie via no desafio da semana uma chance de se redimir para si mesmo, afinal, justo no desafio voltado para interpretação – sua característica mais forte – ele havia fracassado. A questão aqui foi manter-se seguro e usar da sua experiência em dirigir e agir em grupo para se destacar e mostrar seu potencial. Se isso deu certo? Tanto deu que foi dela o posto de vencedora do challenge desta semana, mesmo não achando seu look da runway um dos mais memoráveis da noite. Foi justa a evolução de um desafio para o outro.

Naomi Smalls
Mesmo que incomodada por estar mais uma vez entre as queens salvas por RuPaul, Naomi tem se mostrado uma candidata consistente e inteligente em suas estratégias. A aliança entre ela, Kim Chi e Robbie Turner acabou sendo um dos acertos nesta trajetória. Porém, Smalls já deixou claro que é preciso se esforçar um pouco mais para conseguir destaque, já que a cada semana fica mais difícil causar uma boa “primeira impressão” em RuPaul. E mesmo ainda valorizando seus principais atributos – as pernas – o look da semana foi pra mim um dos melhores dela na competição.

Kim Chi
Sem uma participação tão expressiva no episódio da semana, Kim Chi mais uma vez chamou a atenção na runway com sua maquiagem ousada. Gerando comparações na internet com outra queen já conhecida por sua passagem na season 4, Phi Phi O´hara. Mesmo assim, ela ainda foi uma das poucas queens a ousar no momento da passarela e isso sem dúvida a coloca a salvo por mais alguns episódios. Confesso que me preocupo em vê-la em um futuro lip sync, se lembrarmos de sua desenvoltura nos desafios envolvendo dança.

Street Meatz (Bob The Drag Queen, Thorgy Thor & Acid Betty)
O trio das queens de NY ficou encarregado por abrir as apresentações do live. E se em um primeiro momento parecia óbvia a vitória das queens, a química entre elas parece ter mexido um pouco com o emocional das participantes. A ponto de vermos Bob discutir com Lucian durante os treinos ou até mesmo que a atitude negativa de Thorgy na verdade mais atrapalhou que contribui para que o grupo pudesse vencer o challenge. Mas mesmo com esses problemas, o trio apresentou uma boa apresentação, destacando bem a qualidade de suas queens.

Bob The Drag Queen
A atitude de Bob em tentar jogar as integrantes do grupo adversário umas contra as outras parece ter tido efeito contrário, já que ela foi uma das mais afetadas pelas diferenças criativas com Thorgy. O fato é que a atitude de Bob poderia ter custado caro à queen. Mas assim como Bob surpreendeu em seu desempenho final, arrasando na runway, com um dos looks mais bonitos da noite em minha opinião. Elevando a qualidade de suas apresentações, conforme foi pontuado por Miss Visage.

Acid Betty
Mostrando um lado menos agressivo de Acid, foi interessante ver a postura da queen enquanto parte do Street Meatz. Já que era óbvio que um grupo composto por personalidades tão fortes iria ter seus momentos de desestabilidade. O fato aqui é que Acid mostrou estar atenta às dicas e disposta a surpreender os jurados. Não a toa foi ela a responsável por uma das produções mais criativas da noite, em meio a uma competição que na verdade tem impactado muito pouco se pensarmos em um BAM! runway Drag Race.

Thorgy Thor
Mesmo ainda a considerando uma das candidatas mais fortes desta temporada, confesso que fui pego de surpresa ao ver o quanto a queen se sente insegura dentro da competição. E se pra alguns, isso soa como algo forçado, acredito que será este o grande problema de Thorgy na competição. A forma como ela se comportou no desafio em grupo trouxe muito mais problemas que soluções, demonstrando o temperamento difícil da queen que aparentemente era toda “paz e amor”. O fato de nunca se achar bom o suficiente pode fazer com que ela peque em algum momento, colocando sua permanência em risco.

Dragometry (Derrick Barry, Chi Chi DeVayne & Naysa Lopez)
O mais fraco dos grupos, Dragometry tinha uma série de problemas internos que iam desde a descrença pessoal de uma de suas integrantes até a falta de entrosamento e vontade entre as queens de vencer (em grupo) de fato o challenge. Tanto que não era surpresa termos duas de suas integrantes no bottom two da semana.

Derrick Barry
This is a history about a girl named Lucky…very Lucky!

A tentativa de Derrick de se ver longe de ser apenas a personificação de Britney na verdade parece não estar dando muito certo. O que nesta altura da competição pode significar que é dele o próximo bottom two. Tanto que ainda mantenho minha opinião ao dizer que ela é uma das competidoras mais fracas desta temporada. E a prova cabal de que existe ali uma expectativa por sobre a drag de Barry, ficou óbvia ao vê-la ser comparada à Chad Michaels, que mesmo impersonando Cher, sempre conseguia trazer looks que fugiam do óbvio de Chad.

Sobre o look da runway de Derrick? Juro que fica difícil defender. Achei o visual podre e mais uma vez cafona. A dúvida aqui é saber até quando Barry vai seguir ao lado da berlinda sem cair.

Chi Chi DeVayne
Responsável pelos momentos mais emocionantes do episódio, Ri Ri Chi Chi vai ganhando espaço no reality por ter uma das histórias de vida mais tocantes da temporada. Assistir ao apoio da mãe, sua grande inspiração, foi algo bonito de se ver. A questão aqui passa a ser justamente como ela superará seu complexo de inferioridade diante das outras competidoras. Cabendo bem o emocionante discurso de Michele Visage, provando que se ela está ali é porque tem muito talento, e que falta de recursos não é, nem nunca deve ser a desculpa para entregar looks ruins, ou não mostrar o seu melhor.

Todos estes acontecimentos renderam à DeVayne sua estreia no bottom two. Mas nem por isso deixamos de ver o quanto Chi Chi pode ser feroz quando se trata de dublar pela permanência dentro do reality.

Naysha Lopez
A sorte de Naysha parece ter durado apenas um episódio, já que pela segunda vez a queen é eliminada do show. O problema com Lopez talvez tenha a ver com eterno estigma de carregar uma eliminação nas costas e isso com certeza pesou contra ela que disputava com as outras duas integrantes do seu grupo. De qualquer forma, a batalha foi algo bonito de se ver. Não só mais bonita que a postura de Naysha ao se despedir do programa e deixar uma mensagem de apoio à Chi Chi. Sorry guéls, mas rolou um cisco aqui nesse momento. Foi fofo. Fato!

E aí, o que acharam dos destaques dessa semana? Já tem sua queen favorita? Não deixa de vir dizer aqui suas impressões sobre a nova temporada de RuPaul’s Drag Race, e até a próxima review.

PS.: Achei digno escolher uma foto de capa motivacional.