Em sua primeira entrada no WorkRoom do RuPaul’s Drag Race All Stars, Phi Phi O’Hara fez questão de frisar: um dos motivos que a fez aceitar o convite foi a chance de ela limpar sua imagem, se redimir perante o público (é aqui ajax tour?) e mostrar o quanto ela evoluiu desde a sua primeira passagem pelo programa na temporada 4. Assim como Britney após a era In the Zone, a Phi Phi lunática, barraqueira, agressiva, naja, traiçoeira e desequilibrada foi morta e substituída por uma pessoa centrada e evoluída espiritualmente. Só que desde o episódio anterior a edição vem dando dicas que velha Phi Phi não está tão morta e enterrada, como a mesma costuma repetir; apesar de mais contida, a Queen ainda faz uso de jogos mentais e comentários maldosos para desequilibrar as concorrentes. Afinal, a edição apenas aproveita desses momentos e insere suas ações dentro do contexto ou tudo não passa de uma edição manipulada e tendenciosa de um reality show que precisa vender sua vilã ao público?
Dando sequência a essa temporada MA-RA-VI-LHO-SA, o episódio já logo mostra as consequências após a controversa eliminação de Ginger Minj. Particularmente eu não achei injusto a eliminação de Ginger, e entendi perfeitamente os critérios da Alyssa; sem contar que esse twist delicioso trouxe uma melhor dinâmica para o jogo (afinal, se era para eliminar quem a MammaRu fosse supostamente eliminar, qual a graça de dar esse poder a elas?). Mas isso não importa, porque as outras Queens estavam achando que Alyssa traiu o pacto do primeiro episódio; no qual, se eu me lembro bem, Tatiana já havia afirmado que iria eliminar utilizando estratégia pessoal. E para colocar ainda mais lenha na fogueira, no outro dia as queens encontram um suposto bilhete deixado pela Ginger Minj, orientando as meninas a jogarem justo. A edição já foi mais discreta com esses joguinhos, né non?! Haha.
Ru adentra o salão para anunciar o big challenge da semana. As queens deveriam formar duplas e encenar sequências de 3 filmes preferidos de MammaRu: #DragSequels. Alyssa e Alaska foram as primeiras a se juntarem e foram incumbidas de representar “Wha’ Há’ Happened With Baby JJ?” (que título maravilhoso para sequência de What Ever Happened to Baby Jane?). Katya logo saiu procurando Detox, que coincidentemente estava do seu lado, e a dupla ganhou “Velma & Weezy”, sequencia The Walking Dead para o clássico Thelma & Louise. Restou a Roxxy e Phi Phi representar “Showsquirrels”, e logo me veio Alvin & os Esquilos a cabeça, mas felizmente (ou não), é a DragSequel de Showgirls.
Com uma edição mais curta do que o habitual, em 13 minutos de episódio, ou seja, em menos tempo que um clipe da Lady Gaga, já se tinha passado todas as tretas pós eliminação da Ging: formação dos pares, ensaios, gravações das cenas, mais tretas, patadas da Michelle e (ufa) RuPaul já estava desfilando (deslumbrante) na runaway e anunciando a linda, sexy, gostosa, talentosa e humilde Nicole Scherzinger como jurada convidada. E a categoria da runaway era “dois looks em um” inspirado no desfile icônico da Violet Chachki no primeiro episódio da temporada 7. Destruidora mesmo. Vamos relembrar esse momento? (Não vou mentir, eu adoro!)
Devo confessar que essa sequência foi a parte fraca do episódio, já que nenhum look chegou ao nível da Violet; a maioria das peças foram pouco inspiradas. As duas que se aproximaram mais perto foi Phi Phi, que conseguiu executar uma boa transformação, mas com dois looks fracos (pra não dizer feios e cafonas, né mores) e sem o menor conceito; e Alaska (sempre ela) que ressuscitou sua Lil’ PoudCake em uma excelente caracterização, apesar da bagunçada transformação.
Nos vídeos, as queens foram mais felizes. Todos os 3 tiveram muitos méritos e poucas falhas. Me diverti muito com as 3 histórias. Em Showsquirrels, Phi Phi mostrou que fez um excelente negócio em trocar de papel com a Roxxy; não apenas porque a Mama Versayce era o melhor papel, como ficou visível o seu esforço para fazer um bom trabalho e impressionar os jurados e aliado a isso, o fraco desempenho de sua colega de cena apenas destacou mais sua performance. No segundo vídeo, Katya e Detox (pelo menos no vídeo) foram bem niveladas, sendo que em alguns momentos Katya chegou a sobressair; mas nos bastidores sabemos que a história foi bem diferente, já que ela teve grande dificuldade para conseguir entrar no papel.
Eu queria não ser parcial quanto a Alaska, mas o trabalho que ela fez em Wha’ Há’ Happened With Baby JJ? Foi simplesmente irretocável. Como bem pontual Michelle, parece que ela nasceu para interpretar Bette Davis com todas suas nuances e insanidade. Alyssa também fez uma ótima Joan Crawford e sua dinâmica com Alaska fluiu muito bem. Ao contrário da Roxxy, em nenhum momento achei que ela foi engolida por sua colega de cena.
Não foi nenhuma surpresa a escolha de Phi Phi e Alaska como top 2 da semana, foram ótimas no desafio de atuação as únicas a conseguirem uma transformação efetivas de dois looks na passarela. Era bem óbvio também que Detox seria salva e a única esperança para Alyssa se safar era se Mama Ru resolvesse formar apenas um bottom 2. Mas não foi o que aconteceu, e ela se juntou a Katya e Roxxy na berlinda.
Devo confessar que achei de extrema deselegância da parte da Phi Phi em não ouvir as Queens separadamente. É por causa de detalhes como esse que sua personalidade se sobressai, e causa repulsa ao público. Alaska, por exemplo, pelo menos fingiu que estava interessada em ouvir o que elas tinham a dizer. Menosprezar o sentimento de desespero e ansiedade de uma pessoa prestes a ser eliminado, é cruel; e é um prato cheio para edição. Não acho que Phi Phi seja essa vilã que o programa insiste em mostrar, mas não dá para ignorar que ela dá muito material para que essa imagem seja construída. Na disputa por lipsync, Alaska levou a melhor e, para a minha total surpresa, eliminou Alyssa Edwards. Não posso dizer se eu entendi quais foram os critérios que ela usou par embasar sua decisão, mas me decepcionei com ela ao eliminar a própria parceira do big challenge.
O programa nem perdeu tempo em mostrar a despedida da Alyssa, e muito menos esperar o próximo episódios para mostrar o desenrolar da pós eliminação da Queen. Ao ser questionada qual das meninas eliminaria, Phi Phi saiu despejando tudo que a incomodava. Como diria um colega “miga, a senhora conhece o famoso momento de parar? Então…”. E mais uma vez, a edição não perdeu tempo em dramatizar a situação, com direto a exibição das queens eliminadas refletindo no espelho, com foco especial na Alyssa. Voltar em um programa com uma missão de redenção, não é fácil; principalmente tudo é dito, pode ser editado e exibido fora do contexto. Roxxy também voltou com a mesma intenção e acredito que a estratégia dela é de realmente não dar material para que isso venha acontecer, mas em contrapartida, ela vem sendo a mais apagada em todos episódios. Fica a pergunta, o que vale mais: aparecer ou se redimir?
Ps1: Gente, sério. Quem não assistiu “What Ever Happened to Baby Jane?”, assista. Eu nunca pedi nada a vocês.
Ps2: Não sei o que é pior: considerarem Showgirls um clássico ou ser o filme preferido da Michelle. Girl, don’t!
Ps3: Sobre Thelma & Louise: qual o nome do “ator” que interpretou o Brad Pitt no vídeo? Já quero nome completo e indicação ao Oscar.
Ps4: Falando em Michelle, o que era a cara dela toda vez que o Carson descontruia uma crítica dela para cima da Alyssa, e retrucava com um elogio? Haha. Impagável.
Ps5: Nicole Scherzinger tão linda <3
Ps6: Já pedi uma vez e vou repeti: cadê episódio de Untucked com Ru e os jurados? Quero para ontem!
Ps7: Katya apagadíssima no episódio, estou até me questionando se foi mesmo uma boa ideia da Alyssa colocar o dela na reta para salvar ela.
Ps8: Alaska segue favoritíssima para a coroação! Espero que meu tombo não seja grande.
Após o episódio ir ao ar, alguns fãs mais xiitas e trolls de internet voltaram a atacar fortemente Phi Phi O’Hara em suas redes sociais. A Queen foi ao twitter postar uma série de mensagens afirmando que se sentiu muito abalada por causa dos ataques; afirmou que o show, os produtores e o apresentador não tem melhores intenções com ela e finalizou dando a entender que suas ações e palavras dentro do programa estão sendo manipulados pela edição, movido principalmente pela necessidade de se criar um vilão e atrair audiência. Eu, como fã de realities, tenho plena consciência de que muita coisa é manipulada para que tudo se torne um tv show. Me incomoda mais são pessoas que perdem seu tempo indo ameaçar gratuitamente uma personalidade por causa de um programa. Espero que Phi Phi tenha serenidade para passar por cima disso e ignorar os haters de plantão; no episódio anterior ela já havia dito o quanto a comoção pública criada contra ela já a tinha incomodado após a temporada 4, mas as vezes esse é o preço da exposição. Rebata com seu talento e tenacidade. Força girl.
