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Scandal – 4×10 Run

Por: em 31 de janeiro de 2015

Scandal – 4×10 Run

Por: em

Scandal é, geralmente, uma série previsível. Muitas coisas acontecem, mas sua essência está concentrada em Olivia Pope e como ela vai lidar com seus próprios problemas, que são a paixão por Presidente Fitz e Jake Ballard, OPA, Papa Pope, entre tantos outros. Com excessão dos holofotes apontados para bela atuação de Bellamy Young nos primeiros episódios, a quarta temporada seguia um caminho óbvio, que é a fórmula de sucesso da série.

Mesmo assim, os gladiators sempre querem que Shonda Rhimes inove e trace novos rumos para os personagens que gostamos tanto. Run consegue essa inovação. Porém, a inovação foi encontrada na essência da série, ou seja, na atuação de Kerry Washington.

Run foi o episódio mais ousado de Scandal ao apostar em uma narrativa não linear para mostrar os dias de Olivia no cativeiro.

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O episódio abre com um corredor e a câmera se aproxima lentamente de uma porta vermelha com várias fechaduras. A câmera volta e vemos Olivia correndo, logo cenas do rosto dela são alternadas com cenas mais abertas dela correndo. Visivelmente, o tempo passou para Olivia. Os cabelos estão armados e o rosto sem maquiagem está pontuado com gotas de sangue. Na mão, ela carrega uma arma.

Até aí, poucas respostas. Por isso, Scandal nos transporta de volta para o dia em que ela foi sequestrada, mas desta vez acompanhamos outras versões da mesma cena.

A primeira versão, acompanha as ações Olivia até um homem mascarado entrar e arrastá-la para fora do apartamento. Então, começamos a acompanhar o Jake que corresem sucesso atrás dos possíveis rastros de sua amada. Porém, o ex-agente da B613 só consegue gravar a placa do carro que teria levado Olivia e ligar para Huck e Quinn para pedir ajuda.

Outra versão é mostrada e agora tudo acontece em slow motion. Mas conseguimos ver que a Gladiadora foi levada para o apartamento vizinho enquanto Jake corria por ela. Dentro do apartamento, os sequestradores tiram sarro de Jake, matam a vizinha e Olivia deixa um anel cair.

Olivia é transportada para fora do prédio em um saco preto junto com a vizinha morta e dentro da van consegue irritar os sequestradores com sua leitura precisa do cenário que impede-os de matá-la. Logo, Olívia é dopada e seus dias de cativeiro começam.

As cenas de ação em Scandal não têm nada de especial. Até porque, as cenas são, em sua maioria, estáticas e cheias de corte. Porém, o início do décimo episódio surpreendeu por apostar em cenas mais rápidas que combinadas com a trilha de suspense conseguiu gerar momentos de tensão bem interessantes.

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Não sabemos ao certo quanto tempo Olivia passou dentro desse cativeiro, mas foi tempo o suficiente para ela afirmar que ela vai salvar alguém além dela própria simplesmente porque ela é a Olivia Pope, esperar que o Presidente a salve, ter sonhos com Vermont e ser tirada dessa ilusão por Abby. A gladiadora foi acompanhada durante um tempo por Ian (Jason Butler Harner) um suposto jornalista, viúvo e pai de uma menina que foi preso porque estava escrevendo uma história no Egito.

Mas a rotina de cativeiro não é definivamente importante. O que fez esse episódio especial foi o mergulho na mente de Olivia. Em 40 minutos, vimos Olivia em sua forma mais pura, longe dos problemas que a atingem em D.C, mas ainda conectada psicologicamente com eles.

Grande parte da maestria do episódio se deve a atuação de Kerry Washington que consegue passar por vários estágios emocionais sem sobrecarregar e forçar os momentos e em um episódio que dependeu 98% da sua personagem, isso foi essencial.

O sonho de Olivia em Vermont foi o ápice dos momenos psicológicos que a personagem estava vivendo. Desde o começo sabíamos que tudo aquilo só poderia ser um sonho porque tudo era muito simplista e Olivia é complexa. Então, ser resgatada no colo, se acomodar com potes de geleia e com o prefeito da cidade não são feitos que podemos atribuir a ela, mas se ela pudesse consertar sua vida como ela faz com os seus próprios clientes, este cenário seria a solução.

A presença de Tom Larsen no sonho foi um toque de genialidade. Nenhum outro personagem ou momento de Scandal conseguiu descrever Olivia tão bem quanto aquele discurso de “the face that launched a thousand ships“. Tom indicava que algo estava errado no sonho, mas que algo estava errado com a própria Olivia.

Mas como nem tudo pode ser genial e surpreendente, a virada de Ian para o “comandante” dos sequestradores foi bem clichê. Não se pode confiar em companheiros de cela e contar para ele que seu pai pode ter escondido um chip em você ou que a pessoa mais importante do mundo está te procurando, mas só Olivia não sabia disso.

Alguns pontos também ficaram em aberto, principalmente a relação do Vice Presidente Nichols, Lizzie e Kubiak com “Ian”. Mas pelo menos, agora sabemos que os dias de cativeiro de Olivia Pope realmente começaram e que Scandal pode assumir riscos e ser tão bad ass como sua protagonista.

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Considerações finais

  •  O anel. Espero que ele seja importante, mas como ele vai ajudar alguém a encontrar Olivia? Afinal, aquilo era só um anel.
  • Jake para Quinn: “She’s not on an island with another man“. Porque a ‘zuera’ nunca é demais né Quinn?
  • Quem não gostou do episódio, pelo menos conseguiu aprender várias utilidades para o arame do sutiã.
  • Abby ‘dos sonhos’ para Olivia: “Do you know how to use a Dutch oven? Do you even know how to turn on a regular oven?”. Abby fazendo as perguntas que realmente devem ser perguntadas.

Where’s the black lady?, próximo episódio de Scandal, vai ser transmitido dia 05 de fevereiro. Enquanto espera, conte o que achou do episódio nos comentários!


Nathani Mota

Jornalista, nerd e feminista. Melhor amiga da Mindy Kaling, mesmo que ela não saiba disso.

Salto / São Paulo

Série Favorita: Sherlock

Não assiste de jeito nenhum: Two and Half Men

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