Quando Master Blaster (Jammin’) começa a tocar e o final do episódio 11 se aproxima do fim, algo estranho acontece e se percebe que Scandal está diferente. Olivia mudou o seu guarda-roupa e agora arrisca looks mais coloridos, os momentos românticos foram reduzidos para aproximadamente 1%, algumas cenas estão mais sombrias e, finalmente, a série está dando passos seguros. Não sei se é motivo para ficar feliz, mas Scandal está mais política.

The Candidate não é um episódio excepcional que será lembrado e relembrado, mas ilustra que às vezes ser cuidadoso e consistente vale a pena. A verdade é que o episódio equilibra três histórias que se desenvolvem de formas totalmente diferentes: Cyrus e a presidência; Mellie e Olivia; e Susan, Elizabeth e David.

Cyrus é o personagem que abre e encerra o episódio e até ganha alguns flashbacks para lembrarmos de sua tragetória na Casa Branca, no entanto o foco de The Candidate é Olivia e Mellie tentando desvendar como uma relação cheia de ressentimento pode funcionar.

Depois de afirmar que trabalharia na campanha presidencial, Liv e a OPA começam a revisar o livro da ex-primeira-dama. Rapidamente, a gladiadora-mor nota que falta uma questão importante para a biografia: Por que Mellie permaneceu com Fitz? Mellie até tenta desconversar, mente que foi porque ela ficou deprimida quando descobriu a traição, mas assume que o relacionamento de Olivia com Fitz funcionava para todas as partes envolvidas. Apesar de ser verdade, Mellie nunca poderia publicar isso no livro.

Então, depois de muitos goles de vodka Olivia admite que deixou a Casa Branca pelos mesmos motivos que Mellie ficou. “Porque eu estava com medo”, diz a gladiadora antes de perceber que essa era a solução para o livro. “Você escreve que não precisava de Fitz, que você não precisava de um homem para te dar o poder. Você tinha o poder o tempo todo e só demorou um pouco mais para perceber”, argumenta Olivia.

As discussões entre Liv e Mellie são eletrizantes e o motivo é a dinâmica entre Kerry Washington e Bellamy Young. As duas atrizes conseguem acrescentar camadas e complexidades a um diálogo que muitas vezes parece forçado.

Mas se Olivia e Mellie não tinham certeza porque permaneceram ao lado do Presidente Fitz durante todo esse tempo, Cyrus tem várias razões para deixar a Casa Branca. Ele está insatisfeito com as escolhas de Fitz no último ano de administração pois acredita que eles podem fazer mais. No entanto, o Presidente não tem a mesma ambição e a série decide mostrar essa falta de interesse com uma entrevista que ele consegue transformar em um encontro.

Cyrus sempre quis estar no Salão Oval e, muitas vezes, esse desejo pareceu maior que do próprio Fitz. Para manter o status, ele não hesitou em fazer coisas duvidosas, mas agora nada parece válido ao lado do Presidente. Então, no meio da noite Cyrus vai até o quarto presidencial e diz que tem que ir. A desculpa é que um primo falesceu, mas na verdade, ele vai acompanhar um candidato a governador da Pensilvânia. Finalmente, Cyrus encontrou um lugar onde pode se sentir útil novamente.

Enquanto isso, Susan acaba encontrando seu próprio caminho para comandar o Salão Oval. A Vice-presidente sabe que o único motivo para ter esse cargo é que ela não parece ser uma oposição forte para Mellie e, como esse nunca foi o objetivo, esse “acordo” não era um problema. Porém, Elizabeth acredita que Susan pode concorrer a presidência e tenta convencê-la disso. O grande problema é como isso ela decide agir.

Elizabeth recorre a David e pede para ele usar a paixonite da Vice-presidente. O que David ganharia em troca? Sexo com Elizabeth. Então, você acha que David é muito inteligente para cair nesse plano ou que a ideia nunca funcionaria. Mas ele faz exatamente o que Lizzie pede e tudo sai perfeitamente como planejado. David beija Susan, ela se convence e ele termina o episódio nos braços de Elizabeth. É claro que David sabe como isso é errado e que Susan não merece ser enganada dessa forma, mas as intensões acabam se perdendo nas ações.

Assim, Scandal desperdiça uma ideia maravilhosa que é ter duas mulheres na corrida presidencial americana. Susan temina o episódio pedindo para que a América goste dela, enquanto a imprensa discute o lançamento não oficial do livro de Mellie. São dois momentos distintos para as candidatas e que de certa forma confirmam o que Mellie acreditava: Susan não tem muitas chances. Pelo menos, por enquanto.

Outros comentários:

• Comentei brevemente sobre a ausência de momentos românticos em Scandal e neste episódio, se apagarmos todas os momentos sexuais entre Elizabeth e David, a única cena é a de Jake e Olivia que é filmada como um filme de terror. Eles não trocam nenhuma palavra e no fim Olivia concluí que isso não era para acontecer mais.
• O último flashback de Cyrus me pareceu desnecessário. Naquele momento, já era óbvio que ele estava anunciando a sua saída para o presidente.
• Huck dedice abrir o coração para Marcus e contar que sente falta do filho. Sinto um bromance no ar?
• David: “She’s a political unicorn.”
• Nesta semana, tivemos mas detalhes sobre o cardápio do Gettysburgues. Além de Freedom Fries, eles servem Double Lincolm e Union Rings.
• Abby: “It’s 50 shades of wrong.”
• Eli Pope não aparece no episódio, mas ele vai ter mais tempo na telinha. O ator Joe Morton foi promovido a regular na série.

Gostou do episódio? Mais feliz com o destino de Cyrus? Acha que Susan tem chances contra Mellie? Comente sua opinião!