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Scandal – A (eletrizante) temporada até agora

Por: em 18 de dezembro de 2013

Scandal – A (eletrizante) temporada até agora

Por: em

Tem alguma série na TV aberta americana que mantém o ritmo de Scandal? Entre as que eu assisto, não consigo identificar nenhuma. Quando paro e penso a quantidade de informações e viradas que esses 10 episódios trouxeram, meu cérebro até se atrapalha. Por isso, ao final do texto, sintam-se a vontade para comentar qualquer coisa que eu por ventura tenha deixado passar.

No começo, eu achei que essa temporada seria sobre a nova corrida presidencial de Fitz, mas levando-se em conta o pé que estamos e a 8 episódios do final (a temporada foi reduzida devido a gravidez da Kerry Washington), acredito que isso fica mesmo pro quarto ano e a próxima metade da temporada vai se focar na relação Eli/Maya/Olivia, que vem sendo o eixo até aqui.

É engraçado como até mesmo Remington, tão alardeada pela própria Shonda em entrevistas quando do começo da temporada, terminou sendo mais uma peça do intricado quebra cabeça que é a relação de Olivia com seus pais. Algumas das cenas mais intensas da temporada até agora estão dentro desse núcleo, como o momento em que Olivia descobre que seu pai é o Comandante e os posteriores confrontos com ele.

Rowan-Scandal

Eli trouxe um novo frescor à série. Seu jeito duro, implacável e cruel o transformam no antagonista  que faltava na série (até onde é possível se ter antagonista dentro de uma série como Scandal, que a todo momento subverte os papéis de bem/mal e certo/errado). Que ele não é flor que se cheire, isso é óbvio. O modo de lidar com o B613, as diversas ameaças à Olívia e os que ela ama e tudo o mais provam isso. Contudo, após a reviravolta dos últimos episódios após a revelação de que Maya, mãe de Olivia, está viva e que é uma terrorista perigosa, a nossa visão do personagem tende a mudar um pouco.

E eu digo pouco mesmo, nada tão radical como a Olivia, que saiu dizendo besteiras como “meu pai estava tentando me proteger.” Até acredito que Eli tenha algum tipo de carinho – mesmo que distorcido – pela filha e que quer ter uma relação com ela, mas daí a comprar que proteger Olivia era sua missão principal, é um pouco demais. Até porque, se tratando da relação de Maya e de Eli –e dela especificamente – tudo ainda é muito confuso. O que a série nos jogou até agora é que ela, naquele momento, tinha ideais antiamericanos e que usou Eli pra cumprir sua missão. Na minha interpretação dos fatos, não havia bomba alguma no avião e tudo que Maya fez foi levar Eli a forçar Fitz a derrubar o avião, por acreditar na história que ela contou.

Os contornos maiores disso e os próximos passos de Mama Pope e a reação de Eli ao perder a liderança do B613 pra Jake – em uma das viradas mais surpreendentes da temporada – , só mesmo quando a série voltar do hiatus.

Mas é claro, esses não foram os únicos plots que colocaram essa primeira metade da temporada de Scandal como uma das melhores coisas de 2013. A trajetória de Quinn é outro ponto interessantíssimo. Quando eu digo que Scandal constantemente subverte o que achamos ser certo ou errado, mudando seus personagens sem medo, é porque Quinn (e também Mellie, que falo mais adiante) me prova isso. No fim da temporada passada, já parecia óbvio que ela trilharia os caminhos até o B613, só não achei que seria tão rápido.

Huck-Quinn-Scandal

Uma das cenas mais fortes da temporada até aqui é a tortura que Huck aplicou na garota quando descobriu que ela matou (ok que foi sem saber, mas ele não sabia disso) uma pessoa importante para o trabalho deles. Algo se quebrou ali entre eles, definitivamente. Quando ela não consegue matar o Eli e aparece depois no escritório, só para ouvir do Huck que não é mais uma Gladiadora, o caminho a ser seguido pela personagem se torna obscuro. Sua relação com Charlie pode ser perigosa e a os dois tem tudo para ser uma grande pedra no sapato de Huck e Olivia de agora em diante. Nem mesmo nas minhas visões mais expectativas para a série, eu esperava essa virada em tão pouco tempo. É de dar gosto de assistir.

Com Mellie, aconteceu algo de diferente. Ela não mudou. A Primeira Drama continua tão seca, fria e implacável quanto é desde o começo da série, mas após a revelação de seu passado, algo mudou no modo de enxergá-la. O estupro que sofreu do pai do Fitz e o modo como Mellie usou isso a seu favor, mantendo-se calada e fazendo com que Fitz tivesse o apoio do pai nos seus planos, colocam a personagem como uma sobrevivente e são um ótimo background pra todo o seu desejo de manter Fitz no poder a qualquer que seja o custo. Não é só uma vitória pra ele, mas é uma vitória pessoal, pra que tudo tenha valido a pena.

Eu só me pergunto se, no fim das contas, Ftiz merece tanto empenho (não apenas por parte de Mellie, mas também por Cyrus, Olivia). Não me entendam mal, eu adoro o personagem, mas ao mesmo tempo, não consigo discordar de nenhuma das palavras que saiu da boca do Eli quando este estava preso.

Fitz nada mais é do que um menino mimado. Nada que ele conseguiu, foi com seu mérito próprio, nem mesmo a presidência. Ele não aceita ser contrariado, parece aquelas crianças que não brincam mais com algo há anos, mas ainda assim não querem jogar aquilo fora. É bonitinha toda a história do amor proibido entre ele e Olivia? É. Sem dúvida. Os dois tem química? Demais, até. Mas há algo de errado nessa história e talvez seja exatamente essa mania do Fitz de achar que, mesmo como ex-atual-sei-la-o-quê-amante, ela precisa estar disponível pra ele o tempo inteiro – prova de que ele pensa assim são os diversos momentos onde ele confronta Jake.

sally-killing-her-husband

No outro ponto da série, encontramos Cyrus e Sally, com outra história sensacional. Cy é um dos melhores personagens da série desde sempre e está acostumado a sempre aplicar suas puxadas de tapete e se sair bem, por isso é excelente ver o jogo virando um pouco. E, convenhamos, é até bem feito, não é? Usar o próprio marido em uma jogada suja como a que ele criou é sórdido e baixo demais, até para o Cy. Quando o Daniel deu com a língua nos dentes, já sabia que o James iria para a cama com ele. Mas o que me surpreendeu foi ver logo depois o James barganhando com o Cyrus pra não pedir o divórcio. O mundo dá voltas. Mas mesmo com o Cyrus tendo sido terrível, ainda torço para que os dois se acertem, porque o jornalista é o que traz humanidade e fragilidade ao chefe de gabinete do presidente.

E a vice presidente, que tanto lutou com Leo (numa ótima participação de Paul Edelstein), agora vê tudo escorrer pelas mãos após matar o marido num acesso de raiva por descobrir que ele era gay. É impressionante o sangue frio de Mellie ao chantagear Sally para que ela desista da candidatura individual logo depois da morte do marido. Sem ela na corrida e com Josephine desistido da candidatura pelo outro partido (que foi uma boa história, até, mas que não destaquei muito porque não teve o mesmo impacto das outras), acredito que a eleição não volte a ser mais destaque por um tempo.

Scandal só volta agora em 27 de fevereiro.

Até lá, aguentem como puderem. Boas festas, feliz 2014 e a gente se vê nos reviews ano que vem!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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