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Shadowhunters -1×13 Morning Star (Season Finale)

Por: em 8 de abril de 2016

Shadowhunters -1×13 Morning Star (Season Finale)

Por: em

E a Estrela da Manhã começou sua ascensão.

Morning Star” foi um episódio que não funcionou tão bem comigo quanto eu esperava. De uma maneira geral, acho que ele sofre dos mesmos males que essa temporada inicial de Shadowhunters sofreu em alguns episódios, especialmente os primeiros capítulos: Uma pressa maior do que a aceitável em contar sua história, uma quantidade muito grande de informações em 40 e tantos minutos, uma atuação pobre de seus dois protagonistas e uma falta de profundidade em certas tramas.

Jace

Comecemos nossa análise por Jace, protagonista do episódio e provável grande nome da já confirmada segunda temporada. Descobrir que também é filho de Valentine mexeu muito mais com o garoto do que poderia ser esperado. Enquanto Clary se assustou com o fato, mas conseguiu lidar bem com a revelação de que seu pai é um sádico, Jace, por ter sido criado pelo mesmo, entrou em uma espiral de autoquestionamento e autodepreciação. Por ter tido, desde criança, a influência do pai em sua vida, Jace acredita que pode não ser muito diferente de Valentine. Na minha opinião, uma grande bobagem. Independente de qualquer criação recebida, você faz o seu próprio caminho e Jace só o será igual a Valentine um dia se assim o quiser ser. O problema é colocar isso na cabeça teimosa do loiro.

Caçar o vilão por conta própria é exatamente o tipo de atitude impulsiva que ele teria, especialmente ante a revelação da traição de Hodge. E é aí que mora o perigo. Nas ações desmedidas, no desejo de vingança, na luta pelo que acredita ser certo. É nisso que se encontra a linha tênue que separa Jace de Valentine, filho de pai, herói de monstro. Linha essa que, ao torturar quase que sadicamente seu ex-mentor e chegar ao ponto de cortar sua mão (alô referência a Star Wars), Jace quase atravessa. Não será da noite pro dia que Jonathan vai se tornar uma má pessoa, claro, mas esse cenário de instabilidade mental em que ele se encontra é perfeito para que Valentine exerça sua influência e consiga mexer com o psicológico do garoto.

A forçada aliança ao final do episódio é a prova disso. Jace escolhe ir com Valentine para que seus irmãos não sejam machucados pelas lâminas do exército do pai. Contudo, no olhar perturbado que Dominic confere ao personagem ali, não chega a ser absurdo imaginarmos que uma parte de Jace quer ir com Valentine. Seja por um desejo de autodescoberta, seja por querer impedir os planos megalomaníacos do pai, os motivos não importam. A decisão tomada não deve ser conferida exclusivamente a vontade de salvar os seus amigos. Ao se “aliar” a Valentine, Jace talvez esteja procurando salvar a si próprio. As consequências disso só descobriremos na segunda temporada. Mas um Valentine de posse do cálice, criando novos caçadores de sombras e tendo o filho ao seu lado… Não é um bom sinal. Nem de longe é um bom sinal.

Simon e Camilel

Mas nem só de Jace e Valentine viveu o episódio. Em um desagradável retorno, Camille também foi uma grande parte do mesmo. Continuo de birra com a série ter feito a vampira ser a criadora de Simon (papel nos livros assumido por Raphael), mas agora eu percebo que não é apenas isso que me irrita. Qualquer trama com a vampira já ganha um olhar torto meu, porque ela simplesmente não consegue convencer como uma criatura milenar. Na maioria das vezes, parece uma garota birrenta, que quer fazer de todos o seu novo joguinho. Exatamente o que fez aqui, ao conseguir que Simon assinasse com seu sangue o contrato que a liberta da culpa de tê-lo assassinado e transformá-lo em vampiro. Liberta, sem culpa nas costas e com sede (perdoem o trocadilho) de vingança, Raphael que se cuide, porque ela certamente dará trabalho na próxima temporada.

E, por isso mesmo, talvez o chefe dos vampiros de Nova York tenha que passar por cima da traição de Simon. Enganar seu chefe – e uma das poucas pessoas que, a despeito de segundas intenções, o ajudou a passar pela transformação – não foi exatamente a atitude mais inteligente que esperamos de Simon, mas é completamente compreensível ante a entrada de Clary na equação. Assim como a ruiva irá até o inferno para trazer Jace de volta, Simon moveria céus e terra para que Clary fosse feliz e isso incluía conseguir o Livro Branco. Será interessante observar como vai ficar a situação do nerd na política das crianças da noite e como a guerra entre Raphael e Camille se dará.

Mas, obviamente, como irritação pouca é bobagem, Camille ainda deve influenciar diretamente em Magnus e Alec, que acabaram de começar seu projeto de relacionamento. O antigo relacionamento do warlock com a vampira já começou a perturbar Alec, que mal assumiu o que sente pelo feiticeiro e já começa a se questionar vários pontos desta nova fase de sua vida, como a imortalidade de Magnus e os muitos (muitos mesmo) anos que ele já viveu. Juntem a isso uma Maryse aparentemente destinada a minar qualquer tipo de contato amoroso entre o filho e o bruxo… Vai ser chumbo grosso pra quem é shipper.

Luke e Clary

Dos males, o menor. Ao menos as atitudes de Simon resultaram no acordar de Jocelyn, uma boa virada para a história e algo a se esperar que faça a diferença na segunda temporada. Me surpreendeu a reação madura e contida de Clary ante ao despertar da mãe. Mas isso talvez seja, novamente, o fã dos livros falando. Terminei de reler Cidade de Vidro (3º volume) esses dias e chega a irritar a forma como Clarissa mal espera a mãe abrir os olhos para começar a cobrar verdades e acusá-la de ter roubado sua vida. Provavelmente, teremos esse plot no futuromas por agora, o que a garota quer é comemorar que a mãe está de volta. E ela está mais do que certa.

E é assim, com Jace e Valentine num barco lotado pelo exército do vilão, uma Jocelyn recuperada, Malec começando a cair aos pedaços e Simon em maus lençóis, que a temporada se encerra. Não sou capaz de dizer que foi uma ótima temporada. Na verdade, passou longe disso. Foi de mediana a boa, com alguns ótimos episódios e outros bem desastrosos e dispensáveis. Fica, agora, a torcida pra que a produção aprenda com seus erros e com o feedback recebido e nos entregue um segundo ano superior.

Mais algumas observações:

– A cena de Clary e Simon no final foi linda, mas me preocupo que tenha sido um prelúdio de um possível romance que pode estragar a amizade dos dois.

– Sempre que Isabelle luta com o chicote, eu vibro muito. Que mulher maravilhosa.

– A segunda temporada terá 20 episódios e se inicia em janeiro de 2017.

– Não achei onde comentar no texto, então vamos lá: Hodge foi muito ingênuo de achar que realmente Valentine iria cumprir sua promessa, né? Os rumos que o traidor irá seguir no ano que vem, caçado pela Clave e sem apoio do vilão, são um mistério.

Agora é sua vez! Satisfeito com a season finale e com a temporada?! Não deixe de expressar sua opinião! E, claro: Um muito obrigado enorme a todos que estavam aqui toda semana, lendo, comentando, discutindo e torcendo pela melhora da série. Espero que tenha sido tão divertido pra vocês quanto foi pra mim! A gente se vê na segunda temporada e, até lá, nos cruzamos nas reviews de outras séries =)


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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