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Shadowhunters – 2×10 By the Light of Dawn (Midseason Finale)

Por: em 13 de março de 2017

Shadowhunters – 2×10 By the Light of Dawn (Midseason Finale)

Por: em

É provável que essa semana Shadowhunters tenha exibido um de seus melhores episódios. Encerrando a primeira metade de sua segunda temporada, a série nos deu um episódio repleto de ação, drama, respostas e pontas soltas sendo amarradas. Como leitora da obra de Cassandra Clare, no entanto, não fui capaz de evitar a sensação de que tudo aquilo se desenrolou melhor nas páginas livros. Sensação com a qual terei que lidar.

É inegável que os livros são melhores que a série, porém já está na hora de aceitar que temos  produtos e mídias diferentes e tentar analisar o seriado de forma independente. Isso, de forma alguma, quer dizer aceitar tudo o que Shadowhunters nos propõe, sem queixas ou problematizações. Muito pelo contrário. Proponho apenas analisar a narrativa televisiva, assim como seus problemas, de forma independente da narrativa literária. Um exercício complicado, eu sei, especialmente quando temos em mente inúmeras cenas fantásticas que nunca veremos na TV, mas não custa tentar.

Dito isso, By the Light of Dawn foi um ótimo episódio e, de um modo geral, o caminho trilhado ao longo desses dez capítulos foi bem interessante. O percurso até aqui foi tortuoso e a série cometeu vários equívocos, não vou negar, ainda assim, em relação a primeira temporada, a melhora é significativa. Especialmente no que diz respeito a um de seus protagonistas.

 

Jace certamente é o personagem que mais evoluiu desde que o conhecemos. Em todos os sentidos. Já mencionei algumas vezes que ele é o meu personagem favorito dos livros – sim, eu juro que estou tentando separar as duas mídias –, sendo assim, era decepcionante para mim não conseguir me importar minimamente com o Jace que via em cena. Nesse segundo ano essa lógica foi completamente subvertida e, a partir de Parabatai Lost, passei a amá-lo. Toda a apatia parece ter desaparecido e seus conflitos e sofrimentos se tornaram nítidos, conferindo a ele complexidade e humanidade. Preciso também elogiar Dominic Sherwood que cresceu como ator e tem conseguido levar muito bem seu personagem.

Se estava contente com o que tinha visto até aqui sobre Jace, fiquei ainda mais animada após esse episódio. Clary que me desculpe, mas By the Light of Dawn foi sobre ele. Houve a agonia, que o perseguia há semanas, de ter sangue de demônio, a tentativa de sacrifício pessoal – tanto ao deixar Simon beber seu sangue, quanto ao tentar destruir a espada –, a culpa por ter ativado a Espada da Alma e o momento das descobertas.

Descobertas no plural e uma mais impactante que a outra. Jace tem sangue de anjo – e não de demônio –, não é filho de Valentine ou Jocelyn e, portanto, não é irmão de Clary. Imaginei que fosse demorar mais para que a última revelação fosse feita. Ainda assim, estou bem ansiosa para saber que o rapaz fará agora que conhece a verdade. Dada a sua última cena e sua tendência de se sacrificar em prol dos outros, é bem provável que guarde o segredo, para que a menina possa ser feliz com Simon.

 

De qualquer forma, se Jace se encontra no olho do furacão, para Simon as coisas não poderiam estar melhores. Após ser capturado e quase morto por Valentine (ok, talvez esse não tenha sido um momento muito glorioso para ele), o garoto acabou bebendo o sangue (angelical) de Jace – em uma cena extremamente tosca, vale ressaltar – e, por isso, agora pode se expor ao sol sem se queimar (ou brilhar, o que é sempre muito importante). Além disso, o relacionamento do vampiro com Clary vai muito bem, obrigado, e Simon parece ter finalmente conseguido tudo o que sempre quis.

Falando em vampiros, vimos um pouco mais do relacionamento bizarro entre Izzy e Raphael, evidenciando novamente como aquilo não era nenhum pouco saudável. Raphael esconder o celular da garota foi ápice. É claro que ele estava tentando protegê-la, mas lhe tirar o direito de escolha não deixa de ser uma forma de violência e Isabelle dificilmente o perdoará isso. De todo modo, mesmo tendo me incomodado com vários pontos da relação entre os dois personagens, gostei de como a série parece insinuar que Raphael é assexual e espero ver um pouco mais disso na segunda metade da temporada, afinal ainda é raro ver esse tipo de representatividade.

É impossível falar sobre relacionamentos e não citar Malec e, infelizmente, não consigo me contentar com o que estou vendo sobre esses dois. Toda a dinâmica entre Magnus e Alec tem sido corrida e tudo tem soado pouco desenvolvido. Há um sentimento óbvio entre eles, mas isso não basta. É preciso que eles se conheçam verdadeiramente, se entendam, compartilhem momentos, criem um laço. Foi bonito perceber como ambos estavam em pânico com a possibilidade de perderem um ao outro, foi bonito ver os dois dizerem que se amam, mas isso não anula meia temporada de uma relacionamento jogado, com momentos fofos, é verdade, mas pouco desenvolvidos.

Por fim, é necessário falar sobre Clary. Quando finalmente parecia que a menina iria de fato protagonizar a série que é sobre ela, vimos Jace tomar a frente da situação e roubar os holofotes, a relegando, mais uma vez, ao papel de coadjuvante de sua própria história. Dito tudo isso, acredito que By the Light of Dawn foi um bom episódio e encerra bem esse primeiro arco da temporada. Podia ser melhor, é um fato, mas já evidencia uma melhora em relação ao primeiro ano da série. As descobertas feitas por Jace, a nova capacidade de Simon, a prisão de Valentine e o roubo da Espada da Alma deixam ganchos interessantes para a 2B.

Shadowhunters retorna dia 05 de junho. Até lá!

Observações:

— Que, pelo amor de Raziel, esse história de Izzy drogada acabe por aqui;

—Por mim o Aldertree podia ter morrido (na verdade, ele não devia nem existir), mas fico feliz por terem tentado desenvolver minimamente o personagem;

A quantidade de submundanos que morreu, após a Espada da Alma ser ativada, indica que uma treta das grandes está por vir;

—A posição de Luke como alfa da alcateia também me parece ameaçada;

— Madzie é tão fofinha e tão creepy ao mesmo tempo. Fico feliz por ela ter confiado no Magnus e percebido que estava sendo usada.


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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