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Six – 1×03 Tour Of Duty

Por: em 5 de fevereiro de 2017

Six – 1×03 Tour Of Duty

Por: em

Em seu terceiro episódio, Six continua nos apresentando uma trama satisfatória. Alternando cada acontecimento com momentos do passado, a série consegue nos mostrar que, não importa em que situação nos encontremos, nós já temos a resposta para resolvê-la.

Depois de uma perigosa missão, Bear continua determinado a salvar Rip, que está com mais problemas a cada dia que passa. Essa lealdade acaba se tornando uma das melhores coisas do episódio, mostrando como a relação dos dois é importante e como é importante nunca deixarmos um parceiro para trás, mesmo que ele já não esteja mais nessa posição. Pelos flashbacks, foi possível ver como os ensinamentos dele foram importantes para Bear. Ainda, é possível notar que sua lealdade já vem acontecendo há muito tempo. Rip se tornou sua figura paterna e um exemplo a ser seguido, fazendo com que ele o seguisse mesmo quando estava errado. Essa busca incessável de Bear talvez não seja lealdade, mas culpa. Afinal, por ser tão próximo, era ele quem deveria ter salvado Rip de si mesmo, mas acabou deixando-o o cair ainda mais. Sua revolta com Alex pode ser um indicador disso, sendo provável que ele desconta toda sua raiva no soldado por puro ressentimento.

E, falando em Alex, o garoto continua seguindo com suas convicções. Esses flashbacks não apenas aprofundaram o relacionamento de Rip com os soldados, como também nos mostrou diversos acontecimentos importantes na vida deles. O amor é um sentimento natural e nós não temos controle sobre ele. Ás vezes, o que pensamos ser para sempre, acaba sendo apenas um capítulo da nossa história. E, na maioria das vezes, nós acabamos sendo responsáveis por fazer esse capítulo acabar. Rip vivia uma vida dos sonhos com a esposa, mas foi o tempo o responsável por separar os dois. Além do tempo, ele mesmo se afundou cada vez mais com o álcool, criando uma relação complicada com todos em sua volta. Alex não apenas estava certo, como também deveria ter recebido ajuda dos outros soldados. Rip precisava de ajuda, mas os outros resolveram ignorar, achando que tudo voltaria ao normal. Ele não somente fez o certo, como está pagando por tê-lo feito. Bear diz que ele não se importa com ninguém, mas foi exatamente o fato de se importar que o colocou nessa situação.

Rip, por sua vez, está passando por problemas ainda maiores. O sequestro e o peso do passado interferem cada vez mais em suas decisões, principalmente com tantas vidas em jogo. Os flashbacks não serviram apenas para apresentar o passado para o telespectador, mas também para fazê-lo se lembrar do que era certo e do que era errado. Ninguém o ajudou a entender isso e, agora, ele precisa conseguir sozinho. Sua decisão de voltar para trás é fruto disso e, mesmo que se arrependa, era a decisão certa a se fazer. Ele já possui fantasmas demais para assombrá-lo e dificilmente conseguiria enfrentar esse. Chegou o seu momento de redenção, mas ainda resta saber se ele conseguirá se perdoar por suas atitudes do passado. Como o mesmo citou antes, a parte mais difícil é saber quando não tirar uma vida. Por mais que muitos não acreditem, as pessoas ainda podem ser salvas. As pessoas ainda podem ver a verdade e ajudar os outros. As pessoas ainda podem ser pessoas. E cabe aos que são pessoas ajudar aqueles que se distanciam cada vez mais da humanidade e se alienam em mentiras.

Ainda focando no terrorismo, acaba sendo triste ver como as mulheres são tratadas. Indo muito além da religião, o machismo impregnado na sociedade acaba matando cada vez mais. Em um lugar onde as mulheres são estupradas e levam a culpa por isso, como sobreviver? Na’omi não apenas provou ser forte, como também provou que nunca irá desistir de sua casa. Por mais difícil que seja, sua meta principal é ajudar aquelas garotas a sobreviverem em um mundo onde o feminicídio acontece, mas é ignorado. Ainda não é possível saber como essa história irá se concluir, mas é possível ver como o roteiro acaba tomando caminhos cada vez mais intensos. Rip não podia nem conseguiria deixar aquelas garotas para trás. No fundo, ele se lembrava do que seu velho eu faria. Nunca deixar um soldado para trás não é apenas um lema, mas uma verdade de vida. Precisamos nos lembrar que, saindo do mundo da ficção, essas atrocidades realmente acontecem e cabe a nós combatê-la. Cabe a nós defender homens, mulheres e crianças que morrem todos os dias por ideologias que não conseguem abranger toda a humanidade.

Seguindo com o SEAL Team Six, Buddha ainda segue com os mesmos problemas, mas acaba não ganhando tanto foco no episódio. Fora isso, acaba sendo desanimador a pouca importância que dão para os outros soldados do time. Mesmo com poucos episódios, é possível inseri-los em outras tramas, já que faltaria tempo para desenvolver tramas pessoais para cada um. Ainda, acaba sendo insatisfatório ver a trama de Dubai em segundo plano, sendo que pode acabar se tornando um dos focos principais dos próximos episódios. A relação de Michael com o chefe, sua vingança pessoal e a apresentação de outro grupo terrorista não apenas traz mais profundidade para a série, como também traz oportunidade de apresentar tramas cada vez mais interessantes para o público. Trabalhar o terrorismo abre um grande leque de possibilidades. Restar torcer para que a série consiga trabalhar bem isso e de uma forma diferente da que vemos em tantos filmes e séries do gênero.

No geral, Six continua seguindo um bom ritmo e nos apresentando episódios interessantes. Quase chegando a sua metade, a minissérie ainda parece ter muito que contar e cabe a nós nos preparar para ouvir.

Observações:

Olha a poluição da praia, produção.

Amém Barry Sloane.

Espero ver mais flashbacks futuramente. Foram o ponto alto do episódio.

Mais importante que a trama é a relação dos personagens. É ela que move a história.

Cada vez mais satisfeito com as atuações, até mesmo das garotas da escola.

Logo quando conseguir achar a promo do próximo episódio, colocarei no post.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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