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Six – 1×05 Collateral

Por: em 5 de março de 2017

Six – 1×05 Collateral

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Já em sua reta final, Six continua mantendo seu ritmo e nos apresenta mais um episódio satisfatório. Deixando a ação de lado, dessa vez o foco foi na relação entre os personagens e nas consequências de nossas ações na vida de outras pessoas.

Bear sempre esteve disposto a enfrentar o mundo para encontrar Rip. Seja pela amizade de longos anos ou pela relação de tutor e aluno, ele nunca desistiu de recuperar o amigo das mãos dos terroristas. O problema é que, com todo essa pressão, difíceis decisões precisaram ser tomadas e, como foi possível ver, não acabaram da melhor forma. Era uma missão difícil e, pelo ambiente em que estavam, era difícil saber o que os esperava pela frente. Mas, ao analisar as cenas para refletir, será que faríamos diferente? Será que valeria a pena perder um amigo para recuperar outro? Seja como for, era impossível saber o que aconteceria e perdas sempre acontecem, não importa o quanto tentemos evitar. A morte não é apenas algo sem sentido, mas ela serve para nos guiar pelo caminho. Com a morte de Buck, o rumo de todos os personagens se alterou, nos mostrando que, às vezes, coisas ruins precisam acontecer. Buckley não morreu em vão e, assim como imaginou em vida, morreu em um ato heroico. Todos que defendem seus ideias são seus próprios heróis, mesmo que acreditem no que é errado. Nós somos os heróis de nossas próprias vidas; ou, pelo menos, deveríamos ser.

Toda a aceitação do personagem perante a morte do amigo foi bem trabalhada, mostrando um excelente drama por parte do roteiro. A morte acontece e nós não podemos fazer nada quanto a isso, mas podemos decidir para onde seguir e é isso que ele deve fazer. Mesmo com a morte de um SEAL, ainda existem outros para proteger e ele precisa ser o líder que deve ser. Afinal, ele aprendeu com o melhor, não é mesmo? Seu relacionamento com a esposa continua conturbado, mas é interessante notar os dois se completam no final do dia. Brigas são normais em relacionamentos, pois são elas as responsáveis por retirar todas as camadas de uma pessoa para a conhecermos verdadeiramente. Mas, quando começa as brigas, muitos casais desistem por não acreditar que as coisas possam ser resolvidas. Entretanto, na maioria das vezes os problemas conjugais têm resoluções, mas as pessoas não tem forças ou coragem para seguir esse caminho. No caso deles, eles mostram que um verdadeiro casal só consegue superar as adversidades estando juntos, algo em falta nos dias de hoje. Mesmo com os problemas pessoais e do trabalho, os dois sabem que podem contar um com o outro e é isso que destaca tanto o relacionamento deles.

Na verdade, é interessante notar como Bear age como líder em todas as situações. Ele é responsável por guiar todos e, em troca, recebe uma confiança gigantesca dos outros SEALs. Mesmo com a morte de um deles, todos ainda o apoiaram, mostrando que a união era a única coisa que poderia fazer com que a morte do amigo não tivesse sido em vão. Como já dizia o famigerado ditado, é a união que faz a força e isso nós nunca poderemos negar. Essa despedida não foi apenas tocante para os personagens, mas também para o telespectador. Perder alguém nunca é fácil, mas nós precisamos continuar em frente. Afinal, a melhor maneira de honrar a morte de alguém é vivendo a vida com todas as forças possíveis. Mesmo não sendo um personagem bem trabalhado, Buckley foi um bom soldado e sempre será lembrado por isso. Claro, o personagem teve diversos pontos negativos, como a invasão da privacidade da esposa, o qual acabou criando uma nova subtrama, mas, apesar de tudo, ele era um irmão SEAL.

O ato de invadir a privacidade de alguém é algo complicado, já que não importa o que aconteça, a pessoa que o faz sempre estará errada. Nesse caso, tanto Buck quanto sua esposa erraram e agora cada um paga o preço de sua maneira. Alex, que estava começando a criar laços com a filha, acabou jogando tudo para o ralo por um segunda vez. É interessante notar que, mesmo com poucos episódios, a série ainda faz questão de entrar em assuntos complexos da vida de cada personagem, passando uma profundidade notável para cada um. Todas as pessoas merecem perdão, mas será que Dharma irá perdoá-lo uma segunda vez? E, sobretudo, será que Alex perdoará a si mesmo pelo que fez com o amigo? Afinal, da mesma forma que ele o honrou, ele também o acabou traindo. A traição é algo comum na sociedade atual e, na maioria das vezes, as pessoas fazem por se sentirem sozinhas. O ato de estar solitário é normal do ser humano, o que diferencia uma pessoa da outra é como ela age perante isso. Será que a vale a pena perder o amor de sua vida por uma noite com outra pessoa? Será que vale a pena perder o amigo pela satisfação de ter o que ele tem por um curto período de tempo? Talvez, analisando as cenas, possamos entender que para melhorar a solidão não devemos procurar outra pessoa, mas a pessoa com quem estamos. Por mais que seja difícil, nós precisamos fazer dar certo. Se não fosse difícil, não se chamaria vida.

Buddha também segue com um relacionamento interessante com sua família, mas que poderia ser mais bem trabalhado. Por algum motivo, é possível sentir certo perigo ao redor do personagem, mas isso pode acabar sendo apenas uma jogada do próprio roteiro. Infelizmente, mesmo sendo personagens interessantes, Armin e Chase ainda seguem sem grandes interações, mesmo com o grande potencial dos personagens. Mas, ao longo do episódio, o verdadeiro destaque ficou com Rip e sua nova realidade. Toda ação tem uma reação e agora chegou a hora de ele arcar com as consequências. Ao ser questionado se lembrava do ocorrido, era possível notar a força de vontade em esquecer esse acontecimento, pois o mesmo sabia que não tinha procedido corretamente. Michael, seguindo o mesmo caminho do antigo Rip, também começa a cometer erros. É possível notar como sua vingança e sua dor pessoal está interferindo em sua missão, podendo colocar sua própria vida em risco ou até mesmo a de seu amigo Akmal, outro grande personagem não bem trabalhado. Seu irmão morreu, mas será que essa vingança conseguirá honrá-lo ou trará ainda mais problemas?

No geral, Six continua seguindo um ótimo caminho. Mesmo sendo uma minissérie projetada para uma temporada fechada, a série acabou sendo renovada para uma nova temporada, já que a mesma vem apresentando uma boa história. Mesmo com a representação do SEAL Team Six não agradando a maioria dos americanos, é inegável a interessante trama que a série apresenta e o potencial em continuar seguindo.

Observações:

Aula de direito no ensino infantil? Que interessante.

Fala sério, deve ser muito legal usar um canhão. Esse já é meu novo sonho.

Acho interessante ver como acontece o recrutamento.

Como eu amo aquelas garotas. Espero que termine tudo bem para elas.

Pensei que a Dharma iria passar o vídeo para todos. Que nervoso.

“Até Valhalla!”. Com toda certeza, irmão.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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