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Six – 1×06 Confession

Por: em 5 de abril de 2017

Six – 1×06 Confession

Por: em

Olá.” –Richard Taggart

Inesperadamente, Six nos apresenta seu melhor episódio e nos mostra sua verdadeira força. Se antes essa parecia ser apenas uma série comum, agora é possível ver como o roteiro sabe o caminho que pretende seguir e faz isso de um ótimo modo.

De todos os SEALs, Bear continua sendo o mais interessante. Não apenas por ser o líder, mas por possuir a maior carga dramática. Afinal, será que o que fazemos realmente é certo? Essa duvida parece não atingir apenas ele, mas todos os outros soldados. A palavra de Rip, mesmo sendo um texto escrito por outra pessoa, não deixa de ser verdadeira. Agora, resta saber como cada um lidará com a pressão de proteger o país. Muitas vezes, mesmo fazendo o certo, acabamos sentindo que estamos fazendo a coisa errada. E a verdade é que, no geral, ninguém sabe qual é o certo e qual é o errado. Cada pessoa possui seu próprio certo e isso ninguém consegue mudar. Os ideais do SEAL Team Six não são os mesmo do Boko Haram, mas os dois ainda imaginam que estão fazendo a coisa certa. Isso apenas mostra que é o lugar onde nascemos e as coisas que aprendemos que nos definem. As pessoas não são más porque querem ser más, mas porque cresceram acreditando naquele ideal. Essa série, mesmo não se aprofundando tanto no assunto, consegue nos mostrar uma triste realidade no mundo atual e que dificilmente veremos acabar. As diferenças existem e são elas o motivo dos conflitos que tanto ouvimos falar.

Seu relacionamento com sua esposa, no entanto, também acaba seguindo um caminho cada vez mais perigoso. É interessante notar que, propositalmente ou não, a história de Rip parece se repetir com Bear, mesmo com todos tentando impedir isso. Qual o papel da esposa quando o marido tem uma profissão como essa? Como fica o relacionamento deles mediante aos acontecimentos intensos de cada missão? Como o país evita que as pessoas enviadas para proteger sua nação sejam completamente destruídas pela dura realidade vivenciada? Aos poucos, o roteiro começa a trabalhar esses pequenos casos, nos passando extensas cenas de drama entre ambos. Lena sabe que precisa apoiá-lo, mas até quando ela conseguirá? Ainda, será mesmo que ela concorda com o que o marido precisa fazer? Buscando apoio em uma antiga amiga, será mesmo que ela seguirá os passos da ex-esposa de Rip ou irá usá-los para agir de outra forma? Recorrer ao Pastor não parece apenas uma maneira de salvar o marido, mas também de salvar a si mesma. É através dele que ela tenta chegar mais perto de Bear, que acaba se fechando cada vez mais em si mesmo. Até o momento, a meta de ter um novo filho parece ser a única coisa que os mantém unidos. Só resta saber se esse futuro bebê será forte o suficiente para manter o amor dos dois ainda respirando.

Ainda falando sobre relacionamentos conturbados, é interessante notar o quão complicada é a relação entre Bear e Alex. Os dois se consideram amigos, mas ao mesmo tempo seus ideais entram em conflito constantemente. Depois de todo esse tempo, Bear ainda guardava mágoas do amigo pelo o que fez com Rip, já Alex ainda guardava mágoas dele por deixar Rip chegar até aquele estágio. Seja por considerar Rip um grande líder ou até mesmo um pai, Bear não o ajudou quando ele precisava, fazendo com que os dois tenham a mesma parcela de culpa. Ainda, cada um segue cada vez mais destruído pelos recentes acontecimentos, nos mostrando soldados frágeis e revelando um aprofundamento nunca antes sonhado para estes personagens. No caso de Alex, seu arrependimento cresce ainda mais ao saber que traiu um amigo mesmo depois da morte. É nítido seu arrependimento, principalmente com o que tudo isso gerou na equipe e no seu relacionamento com a filha.

E, falando nela, esse episódio não apenas serviu para se aprofundar nos personagens, mas também para trabalhar ainda mais nas relações entre eles. Até que ponto uma filha consegue perdoar um pai? E até que ponto um pai consegue recuperar uma filha? Talvez seja nisso que o roteiro irá apostar para trabalhar esse núcleo em questão. E, referente ao que Dharma disse, será mesmo que ela estava errada? Ódio não gera mais ódio, criando assim um ciclo de vingança sem fim? Talvez tudo que colhemos seja nossa culpa pelo que plantamos, assim como Bear sentiu sobre o karma. Claro, é impensável dizer que a morte de sua filha foi consequência pela morte de um terrorista, mas será que a lição que o episódio quis passar foi apenas para tomarmos cuidado com as nossas atitudes? Como vimos acontecendo com Rip, nós somos consequências de nossas próprias escolhas.

Rip, que desde o começo se mostrou um personagem promissor, continua nos surpreendendo. Sua inteligência e capacidade de manipular as pessoas são incríveis, mostrando a habilidade de um verdadeiro SEAL. O problema, como foi possível perceber, é que mesmo tentando acreditar que fez o certo, seu interior ainda o mostra o contrário. Será mesmo que ele agiu correto ao atirar em alguém desarmado? Nós sabemos que não, mas não é hora de julgar uma atitude passada. Agora, chegou a hora de enfrentar a consequência dessa atitude. Assim como os outros personagens, Richard também começa a se questionar. Mas, enquanto os outros soldados começam a cair cada vez mais, ele consegue encontrar força nas garotas. Proteger elas não é apenas mais uma missão, mas um ideal. Mesmo negando, é nítido que ele fará de tudo para proteger elas. Mesmo tendo tomado algumas atitudes erradas com a cabeça quente, no final do dia ele ainda sabe qual é a coisa certa para se fazer e agora parece ter chego o momento para ele entender isso.

Além dos próprios problemas, o roteiro nos presenteia com mais um plot twist e coloca dois personagens com ideais diferentes em iguais posições. A prisão de Michael não foi apenas um choque para o público e para o próprio personagem, mas também uma lição para mostrar que as pessoas são capazes de tudo para proteger aquilo que acreditam e, mais que isso, proteger a si mesmos. Agora, temos um homem cujo irmão foi brutalmente assassinado e o homem que causou a referida morte lado a lado. Ao que tudo indica, essa interação que será trabalhada no próximo episódio será intensa, nos presenteando com cenas incríveis. Akmal, mesmo sendo um personagem não trabalhado corretamente, pode acabar ganhando uma trama melhor nesse momento. Ele sempre foi fiel ao que acreditava, mas em meio a isso, nunca deixou de seguir Michael. Com essa prisão, como ele seguirá com suas crenças? Será mesmo que ele deixará o amigo de lado e continuará seguindo esse caminho? Com toda a interação entre eles nos episódios anteriores, é fácil duvidar que isso aconteça. Muttaqi, mesmo com suas rápidas aparições, já mostra ser o grande antagonista dessa temporada. Será que poderemos acabar vendo Michael e Rip unidos por um mesmo objetivo? Sem dúvidas, isso seria uma ousadia gigante do roteiro. Mas, analisando o episódio em questão, ousadia é o que não falta na história.

Buddha, que acabou ficando um pouco apagado nos últimos episódios, segue sendo a cola que uni todos os SEALs. O problema, ao que parece, é que ele também está enfrentando problemas com sua família. Até quando sua esposa irá aguentar ver o marido saindo sem a certeza de que ele voltará vivo? Até quando seus filhos aguentarão a pressão de saber muito, mas não poderem dizer nada? Seguindo com os soldados, é bom notar que Chase também começa a ser mais bem trabalhado, algo que já estava em falta e foi muito bem aceito. Assim como os outros, ele também passa por um mar de dúvidas. Será que ele está seguindo o caminho certo? Será que realmente existe um caminho certo para seguir? Ao que tudo indica, os próximos episódios serão os responsáveis por sanar essas dúvidas. Fishbait, mesmo não tendo um aprofundamento como esperado, também se mostra um excelente personagem ao ganhar um papel ainda maior na história. É ele que mostra a divisão que ainda existe no Team Six, podendo ser o responsável por acabar com ela. Ao se impor em sair da sala, ele não apenas mostrou a que veio, como também mostrou que tudo só dará certo se eles trabalharem juntos como uma equipe, como deveria ser.

No geral, Six continua nos apresentando um ótimo primeiro ano, mostrando que é mais do que um simples entretenimento. Mesmo sendo projetado como uma minissérie, o canal History já garantiu uma segunda temporada, deixando um espaço para o roteiro respirar e trabalhar melhor seus personagens. Só resta saber se a série conseguirá mostrar que esse voto de confiança não foi em vão.

Observações:

Que efeitos especiais do caralho. Gostei bastante da sequência na mansão.

Sinto a necessidade de parabenizar Jaylen Moore pela barba. Obrigado.

Já achei que a Lena fosse roubar a criança. Nazaré fellings.

Ainda não sei como esse episódio só alcançou 7,7 no IMDb. Sério, foi incrível.

Sim, me atrasei. Sim, me atrasei muito. Mas, como quem me acompanha nas Redes Sociais já deve saber, tive um grave problema com meu computador, o que atrasou as reviews em semanas. Entretanto, já estou me organizando para colocar a casa em ordem até o final da semana. Novamente, peço perdão pelo ocorrido.

 


E você? O que achou do episódio? Não se esqueça de deixar sua opinião e continuar acompanhando as reviews aqui, no Apaixonados por Séries.


Lucas de Siqueira

Apaixonado por Tom Holland, séries históricas, documentários sombrios e guerras. 19 anos de pura imersão em diferentes universos através da leitura e pronto para criar outros através da escrita.

Santa Branca/SP

Série Favorita: Game of Thrones

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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