Aquele em que dizemos adeus

Pra quem não sabe, o Apaixonados por Séries existe há quase dez anos. Eu e Camila…

O que esperar de 2018

Antes de mais nada, um feliz ano novo para você. Que 2018 tenha um roteiro muito…

Stranger Things – 1×02 Chapter Two: The Weirdo on Maple Street

Por: em 15 de julho de 2016

Stranger Things – 1×02 Chapter Two: The Weirdo on Maple Street

Por: em

Enquanto as buscas incansáveis pelo pequeno Will Byers continuam, não tenho absoluta certeza se vamos gostar do que pode aparecer pelo caminho.

stranger-things-102

A tensão e uso dos recursos narrativos para criar um clima perfeito de suspense estiveram presentes a cada instante neste segundo episódio de Stranger Things. A história continua nos entregando muitas perguntas frente ao encontro repentino com o insolucionável na pacata cidade de Hawkins, Indiana. Diante de tanto mistério, cada personagem ganha sua posição e as histórias começam se encontrar dentro do segundo episódio da trama, ainda que o foco continue realmente no paradeiro de Will e qual sua conexão com o escape Eleven. Deem start nas teorias, pois Stranger Things nos serve com as mais diversas possibilidades para o que estamos diante.

O sumiço do garoto mobiliza a toda cidade para partir à sua procura, enquanto isso, acompanhamos Joyce se deteriorar pouco à pouco em frente à dor de perder um filho. O protagonismo impecável de Winona Rider nos entrega a angústia da mãe que está mobilizada e obstinada a se comunicar com seu filho para encontrá-lo, mesmo que isso signifique ir de encontro ao sobrenatural ao invés de fugir, conforme foi seu primeiro instinto. A desestabilidade na família Byers se estende a Jonathan, o adolescente deslocado que, como fomos apresentados nas Primeiras Impressões, é o irmão mais velho do pequeno Will. O jovem também segue na sua busca sem descanso, entre fotos noturnas no local do sumiço e visitas à casa do pai – que não poderia se importar menos com o momento que passam -, para encontrar o irmão, pelo qual se sente responsabilizado.

stranger-things-joyce

Durante o segundo capítulo, conhecemos melhor a relação dos irmãos, enquanto o mais velho protegia o mais novo das discussões entre os pais e notavam a mãe se definhar em um relacionamento tóxico, ou até mesmo o apresentava à trilhas sonoras que ditavam o ritmo dos anos 80, é o caso da embalada Should I Stay or Should I Go do The Clash. O que marca é a relação construída entre os dois e que fora interrompida subitamente pelo sumiço do menor, e de onde surge o tamanho sentimento de responsabilização do maior em protegê-lo dos perigos ao seu redor. O que se afirma é que os Byers podem estar perto de conhecer a dimensão do que enfrentam.

Por outro lado, distante da angústia da família, a série introduziu Eleven a um universo nunca observado por ela. A sensibilidade com a qual é contada a história a partir desta visão é, no mínimo, incrível. O primeiro contato de El com sentidos o quais ela sequer havia imaginado, a textura de uma cadeira, uma televisão e a imagem de uma família, colorem a história da garota que foi por tanto tempo isolada e nem mesmo um nome, fator característico da identidade, possui. E, por não ter o menor conhecimento deste universo ou sua completa alienação a expressões como “promessa” ou “amigos”, fica ao poder de três crianças atribuírem estas definições e apresentar a garota a este mundo. A pequena El enfrenta medos e traumas que podem ser atribuídos a Will para enfrentá-los agora e a garota representa a chave para salvá-lo do perigo que está diante.

Por mencionar o trio, as crianças estão perfeitas dentro do papel que as cabe. Lucas, Dustin e Mike são os clichês, antes de se tornarem clichês, dos anos oitenta. São deslocados, nerds e aventureiros, com referências frequentes à produtos da cultura pop que estavam em alta no meio infantil na época, como Star Wars – e hoje em dia somos nós, em meados dos 20 e poucos anos os grandes fãs. Acima de tudo a série acerta em caracterizá-los como apenas crianças, que hora se aventuram em universo de RPG, porém seu primeiro instinto diante de um problema é contar aos pais. Em contraponto a isto tem seu encontro com El, alguém que em meados da mesma idade não faz ideia desta infância. Contudo, esta realidade pode estar ameaçada e até mesmo suas vidas em risco com o perigo que a novata carrega consigo.

stranger-thins-eleven

A pequena cidade de Hawkins é guiada pelo xerife Hooper, a quem se atribui a tarefa de permanecer são frente à este sobrenatural que atingiu a família da criança. Porém o próprio líder é possui seus próprios demônios para enfrentar enquanto vê sua cidade, que por tanto tempo permaneceu em paz, sendo arrastada por uma série de eventos que a despedaça. É o caso de um suicídio, que bem sabemos fora planejado, e a possibilidade de um sequestro que tiram o sono de Hooper diante do trabalho de resolver essas questões e trazer paz novamente aos seus próximos. É interessante como a série cria esse contexto de nos entregar uma história onde os personagens seguem alheios da verdade sobrenatural, e, ainda que não tenhamos a menor resposta concreta a respeito desta realidade, nosso primeiro instinto é gritar com a tela do computador esperando que eles recebam nosso recado para tirá-los do escuro.

O grande ponto para a estreante do Netflix está em causar um barulho na nossa mente, provocado pelas teorias que esta segunda parte desenvolve. El posiciona Will como peça em um tabuleiro, apresentando-o como aquele que está em risco e por essa razão está se escondendo, mas o que pode ser esta ameaça, se não são as “pessoas ruins” atrás da garota? Qual a grande interesse destes em recapturá-la e de onde vêm estes poderes da menina? E o que de fato aflinge todos ali? O segundo episódio criou o clima perfeito de tensão para se desembolar nos momentos seguintes, enquanto leva uma mãe à loucura para perder sua credibilidade, três crianças que se deparam com um mistério irrecusável para salvar seu amigo, e o xerife é atormentado pelo seu próprio passado na pequena cidade que está para enfrentar um medo desconhecido.

E é dessa maneira que encerram o segundo ato de Stranger Things, cada peça toma seu lugar como se fosse um tabuleiro de RPG. E vocês, o que estão achando da nova série? Deixem nos comentários suas teorias a respeito e acompanhem com a gente as reviews sobre os próximos acontecimentos!


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

×