Sobre o conforto humano encontrado no meio do caos.
Já começamos o episódio descobrindo o que aconteceu com a Nancy após o final sufocante do 1×05 The Flea and the Acrobat. É exatamente em momentos assim que percebemos o quanto uma temporada reduzida é favorável para aumentar a qualidade da série. Teremos menos tempo acompanhando tantos personagens queridos, mas devido a isso não existe tempo para enrolação: em apenas seis episódios o mistério principal foi desenvolvido de forma maravilhosa e as respostas estão sendo entregues na mesma medida que novas perguntas são criadas. Dessa vez, a história seguiu acompanhando os três grupos — Nancy e Jonathan, Joyce e Hopper e as crianças — fazendo suas buscas particulares, mas que sem dúvidas estão conectadas.
Vamos começar por Nancy e Jonathan. Felizmente a garota conseguiu escapar da enrascada em que se meteu, porém resta a dúvida do que era aquele local na árvore (o portal, talvez?). A relação entre os dois adolescente torna-se cada vez mais próxima conforme o perigo aumenta e é muito gratificante observar que a Nancy demorou pouco tempo para perceber o verdadeiro caráter do Steve. Jonathan, por sua vez, não foi quase devorado por um monstro, mas encontra-se com outro problema: a polícia. Esse contratempo está definitivamente atrapalhando a aventura perigosa dos dois, contudo talvez seja uma forma de uni-los a Joyce e Hopper nos últimos episódios.
Por falar nos dois adultos, a busca de ambos pelo Will parece estar levando à outra criança: Eleven. Aparentemente conhecemos a origem a misteriosa menina, fruto de uma mãe que foi completamente abusada por experiências e teve a filha arrancada antes mesmo de conhecê-la. Eu digo “aparentemente” pelo fato de que ainda não terminamos a temporada e algumas revelações ainda podem surgir nessa história. Independente disso, o principal mistério continua sendo a conexão entre os experimentos realizados em humanos e o suposto monstro que está aterrorizando a cidade.
Por fim, as crianças continuam sendo o maior destaque de Stranger Things. É impossível não se comover ao ver a turma conversar sobre amizade, as “regras” da mesma e demonstrar uma coragem imensa para proteger uns aos outros. Tudo bem que agora infelizmente existe uma discórdia ali no meio, consequência da divergências entre Lucas e Mike a respeito da Eleven, mas essas coisas acontecem, né? Todo mundo já passou por essas brigas temporárias na infância, só torço para que resolvam as desavenças logo — e que para isso a vida de ninguém precise estar em perigo.
A cena no penhasco foi linda, ainda mais considerando que agora aqueles moleques chatos não irão mais encher o saco dos nossos protagonistas. O conforto encontrado pela El no Mike e no Justin é bastante tocante quando percebemos que provavelmente esse é o primeiro contato harmonioso que ela possui com outro ser humano. Porém, aquela autoacusação de ser “o monstro” foi algo pesado e talvez seja o sinal de alguma reviravolta. Será que ela estava só sentindo-se culpada por tudo que ocorreu ou existe uma ligação fundamental entre a menina e a criatura?
Com apenas dois episódios restantes na temporada, o cerco começou a se fechar para os personagens. Agora os agentes encontraram as crianças, mas enquanto isso o Lucas está sozinho ao lado do laboratório — e provavelmente terá algum papel fundamental nos próximos acontecimentos. Estamos perto de descobrir uma das coisas mais importantes: o destino do Will.
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Observações:
-Vai demorar muito pra rolar um beijo entre a Nancy e o Jonathan?
-Confesso que a cada soco que o Steve recebia o meu sorriso ficava maior.
-Já está ficando repetitivo elogiar as atuações do elenco?
