Vou ser sincera, achei o episódio desta semana de Suits um pouco fraco –um filler desnecessário em uma temporada que está promovendo um verdadeiro recomeço para a série. Back on Map pareceu bastante aqueles capítulos iniciais da série onde víamos um tema se desdobrar para todos os personagens, mas não adicionando muito ao enredo da trama – logo, tive a impressão de já ter visto acontecimentos tais quais o desta semana mais de uma vez.
A necessidade de fazer escolhas foi o que pautou todos os arcos, onde o cenário implicava optar entre o ruim e o péssimo, tentando tirar alguma vantagem no processo. Harvey fica com a responsabilidade de fechar o primeiro cliente da firma depois do desmonte, Mike precisa definir sua linha de ação dentro da prisão ao refutar a possibilidade de formalizar uma denúncia contra Gallo ou proteger o seu único amigo ali dentro, Louis não consegue encontrar um inquilino que se adeque aos seus parâmetros e Rachel fica na dúvida de como agir perante uma colega de classe que usa o seu noivado com Mike para diminuí-la na frente de todos.
A questão é que toda escolha também significou algum tipo de comprometimento aos nossos queridos personagens. Harvey se vê obrigado à trabalhar com uma pessoa que ele nunca quis para impedir que o outro potencial cliente (e que segundo ele faz Fortsman parecer uma criança) saia ganhando de uma negociação fraudulenta de ações. Louis acabou sendo obrigado à conviver com os novos inquilinos (e ver a sua baia de associados ser tomada pelo caos). Rachel forçou sua colega de turma à se humilhar antes de largar a classe para participar do projeto do professor com detentos do corredor da morte e Mike acaba tendo que ameaçar Gallo para que, tanto ele quanto Kevin, consigam manter a sua integridade física.
Ninguém conseguiu atirar sem ser atingido por alguns estilhaços, alguns provavelmente em locais mais sérios que outros. A ideia de Back on Map foi deixar claro que nem sempre as nossas opções serão boas, mas que apesar disso, devemos tomar uma decisão para que consigamos seguir com os nossos caminhos. A construção do episódio deu a entender que tudo isso pode acabar acarretando em um grande desastre ou, então, em uma redenção para a Pearson Specter Litt e todos os envolvidos com ela. Ainda não há como saber como a 6ª temporada vai trilhar o seu caminho e Suits tem costume de virar tudo de cabeça para baixo de uma hora para outra.
Ainda não acho que a história engatou, os paralelos dessa semana foram uma prova disso. Por exemplo, mas uma vez vimos Louis sendo o seu velho eu no que tange a sua dificuldade em lidar com problemas. Ele tentou tirar vantagem e acabou mais uma vez tendo que digerir mais uma humilhação. Mesmo sendo utilizado como alívio cômico da série neste momento, não vi nenhuma faísca do amadurecimento de Louis ao manter o seu comportamento infantil – mesmo depois de Stu pedir desculpas e prometer que respeitaria o espaço do escritório. Acabou que um advogado de Yale conseguiu submeter um de Havard aos seus termos, vide a jogada que Harvey precisou fazer para conseguir informações sobre o comércio das ações da empresa de Burns por Willian Sutter.
Aliás, não consigo entender como depois de tudo Harvey ainda mantém uma atitude arrogante. Seu escritório – antes tido como o melhor de Nova Iorque – passou por um verdadeiro desmonte. Desmonte esse que foi causado pelo erro dele em achar razoável a contratação de Mike no passado. Agora que o pupilo está cumprindo sua pena pelo crime, esperava um grau menor de pedantismo dele (tanto que eu adorei quando o moço no restaurante deu o recado de Nathan). Nesse sentido ele se afasta bastante de Jessica em nível profissional, para reconstruir a sua vida ela sabe que precisa escolher alguns caminhos que não figurariam como opção no passado. Mas Harvey ainda mantém a sua máxima de ser ele que dá as cartas, o que quase fez com que ele metesse os pés pelas mãos.
Agora ele e Sutter possuem voz junto ao conselho da empresa de Nathan, o que talvez traga uma dinâmica interessante. Pelo visto o homem será mais um na lista dos haters de Harvey, podendo se utilizar de meios escusos para subjugar o advogado em um futuro próximo. Afinal, não creio que Stemple tenha aparecido apenas para conseguir aquele quadro.
Não sei se vocês também tiveram a mesma impressão, mas Harvey e Mike não estão nem perto de estar na mesma vibe de quando eles se despediram no final da última temporada. Por mais que o alcance do poder de Harvey esteja limitado e Mike constantemente ameaçado, eu ainda não entendi o motivo de tanta animosidade – as vezes parece que o jovem se arrepende do “sacrifício” que fez ao não entregar os seus amigos para Gibbs.
Porém ele acaba se utilizando do mesmo recurso e usa a informação de Cahill para ameaçar Gallo. Ele é um informante do governo dentro da prisão e – aparentemente – se esta informação viesse à tona ele ficaria em maus lençóis dentro da cadeia. Talvez esse sigilo acabe caindo por terra, o que criaria uma dinâmica interessante – já que o cerne da questão que fez com que Frank fosse transferido não nos foi revelado.
Além disso, Cahill apareceu com a proposta que pode encurtar a estadia de Mike dentro da cadeia, mas que significaria ao jovem trair a confiança da única amizade que ele conseguiu estabelecer ali dentro. Obviamente isso vai gerar um conflito, já que criará um cabo de guerra entre a vida de Mike fora da cadeia e o seu compasso moral – que apesar de tudo – sempre se manteve inalterado no que tange a questão de lealdade. Não tenho dúvidas que de alguma forma Cahill vai conseguir fechar o negócio, mas estamos diante de potencial tensão (mais uma) entre Mike e Harvey.
Alguns ótimos recursos estão sendo deixados em segundo plano, e acredito que não por acaso. Jessica e Donna por exemplo, nestes 3 primeiros episódios não tiveram uma participação muito digna de nota (a não ser pelas lições de moral). Tirando esses pontos, não achei que Back on Map acrescentou muito em um plano geral (tirando a proposta de Cahill). Suits continua mantendo um nível sólido, mas precisa se encontrar dentro da sua própria proposta – e tomar cuidado para não se tornar repetitiva.
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O que vocês acharam? Mike vai topar a proposta de acordo? Fiquem a vontade para dividir suas impressões!
Observações:
– Que esse Stu não signifique um retrocesso para Louis!
– Jessica, apesar de você estar um pouco apagada nesse episódio, ainda continua reinando.
– Gostei de Donna se posicionar sobre o seu espaço dentro da Pearson-Specter-Litt.
– Harvey precisa voltar às suas sessões de terapia, porque olha, todas as vezes que ele interagiu com Donna em Back on Map ele foi bem babaca. Ela sempre salva a vida dele com sua habilidade de ser a pessoa que ele precisa, como vimos na 5ª temporada, e ele trata ela sempre com grosseria? Eu voltaria para o Louis!
– “I’m not leaving Mike alone in there another minute without him knowing what’s coming.” – Harvey colocou o Mike na frente de tudo. Gostaria de saber se em algum momento surgirá a necessidade de tirá-lo do topo da sua lista de prioridades.
– Gosto muito da presença de Neal McDonough em Suits e pode ser que agora com essa participação direta de Cahill em um eventual acordo com Mike o traga novamente para dentro de alguma confusão bem dramática – como já aconteceu anteriormente.
– Toda divagação de Louis sobre ser um vibrador foi fantástica!
– Ainda estranho não desenvolverem mais o lado pessoal de Harvey sem o terno. Desde o início da série seus problemas com a mãe são citados, mas nunca entramos a fundo – a não ser pelo primeiro ato da 5ª temporada. Seria bem interessante vê-lo novamente despido do homem que ele impõe dentro do escritório.
– E se Sutter é barra pesada mesmo, não tenho dúvida que ele vá jogar baixo com Harvey.
– Eu acho que a amizade de Kevin vai acabar se transformando em uma coisa ruim…
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