6×08 – Borrowed Time (exibido dia 31 de agosto)
Finalmente consegui me organizar e assistir aos dois últimos episódios de Suits antes do midseason finale, que será exibido nesta quarta nos Estados Unidos. Confesso que devido à alguns compromissos e à minha falta de animação com esta retomada da série depois da prisão de Mike me fizeram postergar um pouco o momento que eu viria aqui escrever para vocês as minhas considerações sobre “tudo” que está acontecendo com nossos queridos personagens.
Sem me alongar muito nas preliminares, infelizmente Borrowed Time manteve os pecados que fizeram desta primeira parte da 6ª temporada um tanto quanto inconstante. Todo ioiô sobre o acordo de Mike me incomodou bastante (bota casa, tira casaco – no looping).Todo episódio foi desenvolvido em torno da incerteza acerca dos acertos e desacertos que Mike, Harvey e Cahill foram capazes de fazer para atingir seus objetivos.
Specter, que sempre foi muito incisivo quanto à sua moralidade, colocou tudo em cheque pela possibilidade de ver o seu pupilo fora da prisão. Mas agora com isso ameaçando subir no telhado, Sutter poderia representar para Pearson-Specter-Litt a chance de recolocar no mercado. Como Jessica muito bem apontou, se as coisas não fossem sair como planejadas, ele deveria dar três passos para trás e cumprir a sua obrigação como advogado para o seu cliente, por mais filho da mãe que Sutter fosse. O que enseja não só uma corrida para manter seu pacto com Cahill, mas também para evitar que fosse ele o homem que garantiria o triunfo de Sutter.
Enquanto isso, por não conseguir extrair o que queria de Kevin, Mike revela para o colega de cela o fato dele ter se incumbido com a tarefa para conseguir informações relevantes ao caso da SEC contra a empresa de Sutter – já que em algum momento Gallo iria acabar revelando isso de qualquer forma. A questão é que, por mais que Mike tenha errado bastante, uma coisa nunca lhe faltou: lealdade. No pouquíssimo tempo em que ele teve de convivência com Kevin, ambos construíram um laço vital para a sobrevivência deles em Danburry. Logo, era muito melhor colocar as cartas na mesa e tentar expor para ele que no final de contas suas tratativas poderiam beneficiar também o colega e sua família – e é a partir daí que Mike e Harvey conseguem trabalhar novamente juntos para conquistar um objetivo, quais sejam: liberdade para o rapaz, Sutter enquadrado por Cahill e Kevin conseguindo alguma gratificação por ter ajudado.
Borrowed Time fez questão de mostrar aos espectadores que Sutter era um homem desprezível, algo que viesse para isentar Harvey da sua falta de ética profissional no caso do milionário. Por mais que seja muito contraditório, Suits é uma obra de ficção e os nossos “heróis” as vezes precisam se utilizar de artifícios escusos para fazer com que os “vilões” – que têm tudo para conseguir submeter o sistema, ou seja, dinheiro e poder – sejam punidos de alguma forma.
Logo, um pai avarento que – mesmo já possuindo uma avançada idade – não se importa que a única filha (que lhe permanece fiel, mesmo custando a liberdade do marido) vá presa, em prol de continuar vivendo com todo luxo e conforto que o seu dinheiro ilegal lhe proporciona, merece ser enquadrado pelo crime de Informação Privilegiada. Foi a gota d’água para Jill repensar suas opções e mergulhar no acordo proposto por Mike e Cahill, onde ela seria testemunha chave na condenação do pai, em troca de se manter em liberdade. Ou seja, tudo parece encaminhado para a tão protelada prisão de Mike dure muito menos do que o esperado (ou merecido)… mas fazer o que, né? As leis americanas permitem esse tipo de negociação.
No que tange a frente de libertação de Leonard Bailey – depois de receber a notícia que a principal testemunha que poderia inocentá-lo estava morta, Jessica e Rachel fizeram um verdadeiro malabarismo para adiar a data da execução de seu cliente. Achei interessante o recurso de jogar com uma própria brecha da lei de execução que dita que o condenado tem o direito de ter alguém da sua família na hora em que lhe é aplicada a injeção letal. É curioso pensar que esse tipo de procedimento é legal em uma cidade tão cosmopolita como Nova Iorque e que um eventual inocente pode vir a perder o seu direito mais fundamental por um crime que não cometeu.
Não houve nada de muito relevante nesta linha narrativa, apenas servindo para Jessica reencontrar com Malone, seu ex-namorado, com quem a relação foi para o brejo por conta da mentira envolvendo Mike. Antes da 6ª temporada estrear, havia lido alguns rumores de que Gina Torres deixaria Suits – e, toda melancolia envolvendo esse reencontro com Malone, que está de malas prontas para Chicago, me fez pensar se existe a ínfima possibilidade da nossa rainha largar a Pearson Specter Litt e fugir para ter algo que ela nunca se deu ao luxo.
6×09 – The Hand that Feeds You (Exibido dia 7 de setembro)
Nem me alonguem muito em mitigar o episódio anterior, pois na minha opinião ele foi mais do mesmo – algo que eu não posso afirmar sobre o que vimos semana passada. Ao se aproximar do seu midseason finale, era imprescindível que Suits começasse à agitar as coisas de alguma forma para fechar com um belo ganho para 2017: The Hand That Feeds You começou a estabelecer uma guinada na trama.
Mais uma vez, me enervando, o acordo de Mike está à perigo. Agora porque o jovem quer garantir que a família de Kevin não perca tudo em virtude do rancor de Cahill e, por conta disso, ele maneja um plano para propor que seu colega de cela pegue seu vácuo e também não veja mais o sol nascer quadrado por muito mais tempo. E se em Borrowed Time Mike e Harvey jogaram juntos, desta vez o rapaz decidiu chamar a responsabilidade para si.
Até porque Harvey precisa lidar com um outro problema que ele arranjou por arquitetar todo o esquema para soltar seu pupilo. Gallo ainda é uma ameaça e ele se vê obrigado a dar seguimento à moção para que o homem que ele prendeu há mais de 10 anos, seja colocado em condicional por motivos que ele nunca corroboraria. Me impressiona como em um curto espaço de tempo Frank conseguiria infligir tanto mal, já que Suits não construiu um background do passado dele com Harvey. O que faz dele um homem tão temido? Se ele é tão poderoso, por que promotores nem sequer cogitam tirar ele de perto de Mike? Acho que essa trama não foi muito bem trabalhada, mas a gente engole em prol de seguir em frente com a história.
Então Harvey está refém de uma moção que ele postergou o quanto pode, enquanto Mike move céus e terras para conseguir que Sutter dê o braço à torcer quanto a situação de Kevin. Uma coisa que eu não consegui ainda acompanhar, mas Suits me enfia goela abaixo, é de como Mike ainda consegue ter alguma jurisdição? Em mais de uma vez ele se colocou como alguém que poderia representar uma pessoa, ora, mesmo com os possíveis clientes sabendo da sua falta de licença? Pode ele se postar daquela forma com um procurador do Estado? Bem, eu sou formada em justiça americana por séries, mas é muito poder de fogo dado à uma pessoa comum, por mais que ela tenha uma inteligência acima da média.
E quem voltou para colocar mais azeite no dendê deste samba do criolo doido foi Cameron Dennis – o antigo mentor de Harvey na Procuradoria e que, posteriormente, atormentou muito a vida do nosso amado advogado. Os dois, como Mike e Harvey muitas vezes fizeram em todos esses anos, trabalharam muito duro para colocar Gallo na prisão anos atrás e ele não está disposto em deixar um perigoso criminoso voltar paras ruas por conta de um remorso do seu antigo parceiro.
É admirável como Suits em todos estes anos foi capaz de trabalhar inúmeros personagens e, de tempos em tempos, os tira da cartola – em um desafio muito bem ajambrado à memória dos seus espectadores. Nesta 6ª temporada nós tivemos Elliot Stemple, Cahill, Malone e Dennis agora. Me pego pensando quem mais eles podem trazer de volta para fomentar bons momentos para a história.
Ora, a tensão criada pela presença de Cameron na audiência de Gallo foi imprescindível para mudar rumo que pareciam certos. Ao que tudo indicava, Frank conseguiria finalmente a liberdade nas costas das pessoas que mais desprezam ele – além de sempre ser afirmado que um homem como ele não deveria nunca nem ter deixado a contensão de segurança máxima. A objeção de Dennis coloca Harvey em uma posição que ele vem perigando ocupar desde que topou o conluio contra Sutter no início da temporada – ou seja, o flagrante de todo seu esforço que foi capaz de desafiar os limites da legalidade e moralidade para garantir a liberdade de Mike.
Gabriel Macht deu um show de atuação ao entregar um Harvey surpreso e de calças curtas ao se deparar com o próprio Mike testemunhando contra a possibilidade de liberdade de Gallo. Era um misto de orgulho e tensão de, fora de um tribunal e isento de juramento, toda história ser jogada no ventilador para que um assassino não pudesse ver raiar o sol da liberdade em raios fúlgidos brilhando sobre a sua reluzente careca.
É bom para lembrar que, mesmo sendo quem ele é, nem sempre é Harvey quem dá as cartas e Mike conseguiu matar 4 coelhos em uma cajadada, ou seja, Gallo perdeu a chance de condicional, Harvey não teve que mentir sobre juramento e ele e Kevin conseguiram ambos seus respectivos acordos para sair da prisão. Não sem antes armar uma armadilha para fazer com que Gallo provasse do próprio veneno. A questão é que tudo deu certo demais no final das contas em The Hand That Feeds You, o que me faz pensar qual pode ser a virada catastrófica que nos deixará no chão nesta semana.
Nas outras frentes da história, Jessica e Rachel finalmente conseguem achar um meio de convencer o juiz à escutá-las sobre o caso de Bailey. Como eu bem disse nas minhas reviews anteriores, a defensora claramente foi negligente com a defesa do seu cliente anos atrás – fazendo com que um potencial inocente conseguisse uma nova chance à 6 dias da sua execução. Apesar de ter sido uma trama completamente a parte do eixo principal, toda interação entre Jessica e Rachel mostra a força delas como humanas e profissionais e, também, como atualmente a troca entre as duas é de uma imensa reciprocidade. Ainda não sabemos se essa reversão da pena de Bailey vai dar certo, mas finalmente Suits conseguiu fazer com que meu interesse se voltasse para o futuro desse homem.
Apesar de ter sido um dos melhores episódios desta temporada, com um evidente avanço do enredo proposto para este ano, uma coisa ainda me incomoda bastante. Eu simplesmente odiei a forma com que Louis e Donna foram colocados como personagens satélites, aparecendo apenas com diálogos bobos sobre relacionamentos. Eu definitivamente gosto de vê-los empenhados em coisas importantes, ainda mais porque Louis é um dos responsáveis pelos momentos mais memoráveis de Suits. Vê-lo sofrendo por uma paixonite recém chegada é realmente muito raso para alguém que dominou a série em vários momentos, bem como Donna, que só tem aparecido para dar lições de moral. Por favor, arrumem isso!
Fique agora com a promo de P.S.L, último episódio de 2016, que será exibido nesta quarta – dia 15 de setembro – nos Estados Unidos.
E vocês, acharam que a série melhorou nesta reta final? Mike merecia sair da prisão agora? Onde vocês acham que Suits nos deixará no final do episódio desta quarta? Fiquem à vontade para dividir todas as suas considerações conosco!
Observações:
– Mesmo um pouco desapontada com esta temporada até então, o sentimento de conclusão que senti em The Hand the Feeds You me faz pensar que o Midseason finale será um tanto quanto explosivo. Lembram como tudo parecia que ia ficar bem ano passado quando Mike decidiu se demitir?
– Para onde foi Julius? Será que o conselheiro aparecerá novamente? E a prisão? Realmente Suits já teve o suficiente desta trama? Não sei porque me parece que foi rápido demais.
– Outro que entrou para fazer figuração foi Stu… E Szoloff? Gente, Suits deixa muita coisa voando.
– Mike e Rachel vão finalmente casar? Ou vão esperar ela se formar?
– Aliás, Meghan Marcke está especialmente bonita nesta temporada.
– Não comprei esse romance do Louis com a Tara. Ele foi rápido demais e não deu tempo da gente se apegar.
– Nossa, a cena do Leonard com a filha foi muito bonita.
– Adorei a imitação de Cahill! Ficou igualzinho ao Harvey!
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