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Supergirl – 1×06 Red Faced

Por: em 2 de dezembro de 2015

Supergirl – 1×06 Red Faced

Por: em

“A raiva por trás da raiva”

Quando falei de Supergirl pela primeira vez, tudo que tínhamos era um piloto vazado e muitas expectativas em cima do que seria a série da heroína da DC. Passados seis episódios, temos algumas certezas: ainda há muito para ser trabalhado na mitologia, Kara terá um longo caminho até se firmar como protagonista de seus próprios atos e, se formos apontar o maior acerto até aqui, este seria a construção excelente dos personagens que a série vem fazendo até então.

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Veja Cat, por exemplo. Aparentemente grossa e inconsequente, trata Kara mal desenfreadamente, mostrando um tratamento que ninguém nesse mundo mereceria. E por que ela é assim? Conhecemos nesse episódio sua mãe, causa de tanta amargura na vida da jornalista/empresária. E, conhecendo sua mãe, fica mais fácil entender o porquê de tudo isso – Cat dá exatamente aquilo que recebeu durante toda a sua vida, o que é contraditório, mas também muito normal. A diferença é que, diferente de sua mãe, a senhora Grant se dispôs a aprender algumas coisas na vida e tem noção do que faz, se redimindo – mesmo que quase nunca admita isso. A interação entre Cat e Kara nesse episódio foi a consumação de uma relação nada tranquila, mas também muito enriquecedora para os dois lados.

Além disso, Cat traz consigo uma série de discussões sobre a colocação da mulher no mercado de trabalho e como o gênero influência na hora de expôr sua opinião, seja de modo efusivo ou não. Em tempos onde o feminismo ainda é visto como uma “bobagem” por muitos, é interessante ver uma série de TV voltada para o público jovem não temer na hora de tomar partido e defender o posicionamento feminino perante a sociedade, seja em qual esfera fora. Vale notar também que a série é basicamente das mulheres, uma das coisas que Berlanti sempre prometeu e realmente vem fazendo. Os homens ganham significado na trama, mas sempre assessorados por uma personagem feminina. Como é o caso do general Lane e sua filha Lucy.

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Dois personagens que, pelo menos para mim, não fazem a menor diferença. Não fosse a ligação de Lucy com a irmã, talvez eu preferisse que ela nunca existisse. A personagem é boa, teria um bom background para ser explorado, só que seu propósito aqui é um só: servir como vértice de um triângulo amoroso mais do que fraco, difícil de comprar. James não tem muito carisma. Quando não está desesperado atrás de alguma coisa do trabalho, está dando trabalho para Supergirl. Falta muita personalidade ali. E, se isso não bastasse, ainda falta algo que é fundamental em um triângulo: química – as cenas de James e Kara não poderiam ser mais fracas. Adicione a isso o fato de Winn ter todo o carisma do mundo e ser o tipo de personagem que a gente torce para conseguir a garota. Sério, preciso falar para quem eu tô torcendo?

Juntando-se a elite das personagens femininas, Alex caminha de encontro a descoberta do que realmente aconteceu com seu pai no passado. Depois de assumir um trabalho em nome da vida de Kara, ele simplesmente desapareceu, sendo que o último a vê-lo foi ninguém menos que Hank, chefe do DEO. Ainda há muito mistério nessa trama, principalmente pelos constantes olhos vermelhos que líder apresenta episódio após episódio. Talvez eles tenham sido controlados por alguma força alienígena – mas se Hank saiu inteiro, talvez o pai de Alex também ande por aí ou até represente uma ameaça no futuro de National City. E claro, chegamos a Kara – que parecia difícil de comprar alguns meses atrás e agora já tem tudo que Supergirl precisa.

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Gosto muito da maneira que a série trata a heroína como extremamente forte no sentido físico, mas vulnerável emocionalmente. Seja qual for a sua opinião, não podemos deixar de lado que uma mulher é extremamente mais ligada as suas emoções do que um homem. E é nessa pegada que seu desenvolvimento vem acontecendo – seja por dicas de sua chefe, seja em conversas com James ou nos momentos mais ternos que vive com Alex -, tudo contribui para que ela vire uma grande mulher que defende sua cidade de qualquer ameaça, colocando inclusive seus problemas de lado em nome do bem maior. Talvez seu grande ápice emocional surja com o embate direto que sua tia vem planejando. Ou talvez ele já comece agora, quando a garota descobriu sangrar, o que não é normal para os alienígenas.

Sobre o vilão da semana, acho bobagem perdermos tanto tempo falando por aqui. Tornado Vermelho – cosplay de Ultron – tentou ser uma ameaça, quando só comprovou que nossa garota está muito mais preparada do imaginamos no começo. Sua relação com o governo americano e a maneira como contraria a existência da heroína denotam que teremos embates futuros no caminho. E, seja como for, sabemos que a série ainda não é perfeita, mas mais acerta do que erra. E assim como Cat nos ensinou sobre descobrir os motivos reais da raiva, temos que valorizar todas as iniciativas que estão por trás dos plots aqui pregados. Estou ansiando bastante para saber qual será o grande momento que fechará essa primeira parte da temporada. Enquanto ele não acontece, fique com o vídeo promocional do próximo episódio:

P.S.: Semana que vem voltamos a programação normal e Alexandre reassume as reviews da série. Vim só quebrar um galho devido a falta de internet dele!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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