Foi em grande estilo que Supergirl encerrou sua jornada em 2015. Não só o melhor episódio da série até agora, Hostile Takeover também é uma prova do quanto o programa evoluiu desde o seu piloto e promove um mergulho na mitologia, uma virada de mesa em alguns detalhes e deixa boas expectativas para 2016. A série ganhou uma temporada (quase) completa, mais 12 episódios estão por vir e, a julgar pelo que aqui vimos, a tendência é a evolução.
No que concerne a Astra, por exemplo, as coisas são um pouco diferentes agora. Até então, a tia de Kara era apresentada como uma vilã maniqueísta, com objetivos desconhecidos, uma sede de vingança e nada mais do que maldade no coração. Graças aos flashbacks e a nova versão que ouvimos da história, não dá mais pra dizer, com certeza, que Astra seja uma má pessoa. Sim, ela cometeu muitos erros e já sabemos que o ditado que diz que “os fins justificam os meios” é um tanto quanto falácia, mas agora sua vilania ganha motivações que se não justificam, ao menos explicam seus atos e anulam a gratuidade que a coisa toda vinha tendo até então.
Claro, ainda há muito o que explicar. Como a destruição gradual que aconteceu com Krypton pode estar acontecendo agora na Terra? É claro que não somos santos e todo mundo já deve estar cansado de ouvir o papo (muito importante) sobre a preservação do meio ambiente, mas uma extinção total, como aconteceu no planeta dos El, parece bem distante ainda. Vamos ter que esperar que a segunda parte da temporada traga as respostas. Seria interessante a presença de mais flashbacks, para que possamos saber, com detalhes, o que aconteceu no outro planeta e quais as graves ações que Astra tomou para tentar evitar a destruição de seu lar. E, principalmente, quais os planos dela e de seu marido, Tenente Non, para o Planeta Terra. Coisa boa não deve ser, já que ela diz a Kara, depois de se deixar ser presa, que “as pessoas da Terra não entenderão seus métodos.”
Se levarmos em conta o subtexto do episódio, dá pra dizer que, lá no fundo, Astra se importa com Kara. Ela se recusa a matar a sobrinha, pensa com carinho nos tempos em que elas viveram juntos, e como vimos no flashback, estava disposta a arriscar tudo para salvar Krypton e Kara era um dos motivos para tanto, perdeu uma luta propositalmente (mesmo que para dar continuidade a um plano de Non)… Se eu fosse apostar, diria que no futuro, o laço de tia-sobrinha entre as duas ainda vai ser significativo para o encerramento deste arco. Até mesmo Alex percebeu a relutância de Kara em enfrentar a General.
Os minutos finais do episódio, quando esta trama chega ao seu clímax, são sensacionais e diria, sem dúvida, que são os melhores da série até agora. O confronto entre Non e Kara promete.
Na outra linha narrativa, tivemos Cat enfrentando a ação de um hacker em sua empresa. Eu fiquei uma boa parte do tempo me questionando qual seria a utilidade prática deste plot, enquanto a história de Astra pegava fogo do outro lado, e recebi a resposta nos minutos finais: Todo esse rolo foi necessário para que Cat percebesse que o que estava jogado em sua cara desde o começo: que Kara e Supergirl são a mesma pessoa. Me surpreendi positivamente ao ver que a série já deu um largo passo nesse sentido e não procurou fazer Cat perder a memória convenientemente ou Kara encontrar uma forma de negar sua identidade, agora não mais tão secreta. A cena da “revelação” foi sensacional, do jeito que eu esperava que fosse quando os roteiristas decidissem dar esse passo.
E, além disso, toda essa história serviu para aproximar a jornalista de sua heroína ainda mais. Foi bem bonito ver Cat, minutos antes de renunciar ao seu cargo, dizer que Kara sempre teria um emprego com ela. A relação entre as duas personagens ganha contornos cada vez mais interessantes e eu nem sei dizer o quanto fico feliz da série ter escolhido apostar em um girl power compartilhado ao invés de uma rivalidade clichê e que nada ajuda no sentido de representação. Ponto pra Greg Berlanti!
Outras observações:
– Eu não vou mais conseguir pensar em Winn como um homem. A partir de agora, ele é um hobbit pra mim. Obrigado, Cat.
– Falando no nosso nerd favorito, foi muito bacana ver a força que o James deu para que ele se declarasse a Kara. Tomara que ele siga o conselho e coloque pra fora todos esses sentimentos que ele tem guardado por anos.
– Cat chamou o Idris Elba pra sair? Essa tem bom gosto. rs
– Espero que Hank não demore a nos mostrar suas habilidades marcianas.
– Supergirl entrou em recesso, então me despeço de vocês por aqui. Muito obrigado a todos que leram e comentaram as resenhas. Sintam-se à vontade para elogiar, dar bronca, discutir o episódio, sugerir melhorias para o ano que vem… O espaço aí debaixo é de vocês! Feliz Natal e um Próspero Ano Novo pra todos nós. Nos vemos em 2016!
