Voltando de seu hiatus, Supergirl fez um episódio que ao mesmo tempo em que foi empolgante e avançou em sua história, deu alguns passos para trás que não podem ser ignorados. Até os nada empolgantes minutos finais, eu estava pronto para afirmar que, de fato, tinha sido o melhor episódio da série até então. Mas vamos por partes e falar das coisas boas que Blood Bonds nos trouxe.
Continuando o processo iniciado no fall finale, os flashbacks e todas as interações com Kara ajudaram a redimensionar a personagem de Astra. De vilã preto-no-branco sem motivações alguma, agora ela é uma das personagens mais interessantes da série e que, no fundo, acredita que está fazendo a coisa certa – e, por mais que suas atitudes sejam bastante questionáveis, isso precisa ser levado em conta. Quero saber mais sobre o que aconteceu em Krypton, sobre a relação das duas irmãs e exatamente quais os crimes que Non e Astra cometeram em nome do “bem maior” que eles defendiam, a tal salvação do planeta.
Outros momentos de destaque foram os diálogos bem colocados entre Kara e Astra. De fato, como Alex fez questão de ressaltar semanas atrás, elas são família, são sangue (daí o título do episódio), e por mais desavenças que existam, isso sempre vai falar mais alto em determinados momentos, quando na conversa emocional entre elas, ao começo do 3º ato do episódio. Mesmo sendo óbvio tudo que aconteceria a partir daquele momento, a ligação re-estabelecida entre as duas é um ponto bastante interessante e que, com certeza, terá importância maior na história de agora em diante. Que Astra tenha feito Non honrar seu acordo e não atacar Kara, Alex e Hank durante a troca, é uma prova de que, no fim das contas, o inimigo talvez atenda por outro nome.
Um nome que já conhecemos: Max Lord.
O estabelecer de Max como provável vilão dessa segunda metade da temporada foi uma das boas surpresas do retorno. Que o cara era estranho e tinha motivações distorcidas, já era claro. Mas agora, tudo foi colocado as claras: Ele quer destruir todos os aliens e isso, claro, inclui a Supergirl. Pra mim parece claro que Astra e Kara unirão forças quando Max ganhar poder e partir para o ataque contra aqueles que ele considera seus inimigos.
No lado das coisas ruins, está toda a trama de Cat e Kara. Elogiei bastante a coragem da série no último episódio em dar um passo pra frente tão cedo, revelando a identidade da Supergirl à jornalista e, agora, que tudo foi desfeito, não me resta outra saída a não ser criticar a covardia da série por ter tomado esse passo. A dinâmica das duas seria muito mais interessante com o segredo exposto e durante todo o episódio, eu até me diverti com o jogo de Cat e esperei que no final, Kara cedesse e se revelasse e me decepcionei quando Hank assumiu a forma da Supergirl para enganar Cat. Realmente, uma pena e espero, de verdade, que a série tenha mais coragem de bancar suas decisões de agora em diante.
A presença do General Lane também não foi a coisa mais agradável do mundo e me deu a impressão de que todo esse destaque não foi em vão. O pai de Lois e Lucy não engoliu muito bem ter sido passado para trás por Kara e Alex no resgate a Hank e, certamente, vai procurar vingança em breve. Consigo ver, em alguma virada de roteiro, ele claramente se aliando a Max em sua cruzada pessoal. E se Lord sozinho já deu trabalho (James que o diga! Ele foi meio burro em subestimar o inimigo, mas fiquei com pena dos desdobramentos de tudo), imagina com o apoio do exército.
A melhor coisa do episódio, de longe, foi ver a interação entre Kara, James e Winn. O trio funciona bem melhor quando está trabalhando em conjunto do que em um triângulo amoroso que nada tinha a acrescentar e parece que os roteiristas entenderam isso. Por mais cenas como os dois tentando colocar juízo na cabeça da Supergirl e por um melhor desenvolvimento do bromance dos meninos! Há potencial aí, CBS, não me decepcione.
E vocês, o que acharam do retorno da série? Deixe seu comentário!
