“Não posso te prometer uma vida sem dor ou perdas, porque a dor é parte da vida. Torna-nos quem somos. É o que faz de você uma heroína”
Supergirl vem numa crescente incrível. Depois do retorno da série na mid-season, todos os episódios foram excelentes e vem mostrando que a atração é muito mais do que um dia imaginamos. Os casos da semana ainda existem, mas tornaram-se apenas um pano de fundo para a real trama: a luta de Kara contra seus conterrâneos. Depois do ataque que vimos no final do último episódio, era difícil prever as reais consequências, até que conhecermos a Clemência Negra. Enviada por Non, esse ser de Kripton é capaz de transportar a pessoa para uma outra dimensão, onde a perfeição existe nos pequenos detalhes e, aos poucos, a ilusão se torna realidade. Considerando todos os problemas familiares de Kara, não era difícil de imaginar que retornar a sua terra natal seria seu ideal de perfeição.
Foi bem estranho ver, pela primeira vez, os personagens que já se foram interagindo com nossa Supergirl. Além de um cenário desconhecido, tudo naquela ilusão parecia forçado demais, como um lembrete da mente de Kara para que ela acordasse daquilo tudo. Além dos pais, vimos também a pequena versão de Kal El, aka Clark Kent, o futuro Super-Homem. E enquanto todos pediam para que a garota ficasse por ali, sua salvação veio na imagem de Alex, sua irmã postiça. Aqui que o contraste do episódio pesa de verdade, quando colocamos uma terráquea em meio a um tribunal kriptoniano, implorando para que a “irmã” se lembre que nada daquilo é possível e que uma vida toda a espera do lado de fora. Todos esses momentos foram riquíssimos, principalmente pelo leque de personagens que envolveu e a maneira que eles acabam influenciando na vida de Kara. Teve quem não se emocionasse com o temor de Winn ao pensar que não teria outra chance de declarar a sua amizade ou então a determinação de James ao impedir que Hank interrompesse a realidade virtual para a qual Alex foi enviada, garantindo que tudo fosse levado as últimas consequências.
Ainda sobre os sacrifícios, três deles valem ser mencionados separadamente. Primeiro, o de Maxwell, que veste a carapuça de vilão quase que todos os episódios, tem envolvimento com os grandes problemas já causados a Kara, mas que acabou deixando de lado o orgulho e trabalhando junto com o DEO – claro que isso também se deu porque os inimigos do departamento estavam atacando a suas empresas, o que valia um esforço conjunto. Depois, Hank ou J’onn J’onzz, que defendeu a vida “normal” da Supergirl diante de Cat – o que nos rendeu momentos minimamente hilários. O que foi ele tentando se impor e depois fazendo aquele cenão com direito a choro falso e tudo mais? Fora que andar de salto não pareceu uma das missões mais fáceis para o Marciano Verde. Curto demais essa possibilidade que o personagem traz para a série, ao poder tomar outras formas e nos proporcionar momentos como esse – o cuidado só tem que estar na dosagem que isso será usado, porque se virar rotineiro, perde completamente a atratividade.
E, por fim, Astra. A personagem surpreendeu completamente ao defender a sobrinha depois do ataque de Non. Apesar de apontar isso como um ato de soldado, o que vimos foi sua clara intenção de proteger a família, mesmo com tudo que tinha acontecido. Particularmente, não acreditava num final tão rápido para a personagem. Apontada como a grande vilã da temporada, Alura não passava de uma mulher manipulada pelos desejos prepotentes do seu companheiro, Non. No fim, ela não queria mais nada daquilo. Sua despedida com Kara foi um momento bastante tocante ao olharmos a trajetória das duas. Mais bacana ainda foi Hank ter assumido a responsabilidade pela morte, tirando de Alex o peso de carregar isso diante da irmã. O importante é que, com esse episódio, aprendemos quem é o verdadeiro inimigo e quem está do lado de Kara definitivamente. Myriad está em ação e tudo que aconteceu não passou de meras distrações para a humanidade.
Até onde esse plano pode chegar ou quais as suas reais intenções/motivações, talvez só o tempo nos revele. Vale citar também o final do episódio, que se despe completamente da carga pesada que percorreu nos 40 minutos e mostra Kara feliz e perto de quem ama, fazendo valer qualquer uma das decisões que tomou/tomará.
Outros pensamentos aleatórios:
– Acho muito engraçado como os heróis tem sempre uma tendência a vestir a mesma cor. Clark desde pequeno usando vermelho;
– Olha, ainda não superei a ida de Adam. Quero que o personagem volte, porque me recuso a aceitar Kara com James;
– Esse episódio é baseado em um dos quadrinhos mais famosos de Superman e a produção vem sonhando em realizá-lo desde que a temporada começou, praticamente. Assim como Kara, Clark também acorda numa espécie de realidade paralela onde os seus maiores desejos são trazidos a tona;
– Repararam em Kelex, aquele robô que está ao lado de Kara quando ela acorda? Ele também aparece em Homem de Aço, o que é um easter egg muito bacana para quem gosta de conectar os universos.
– Nos quadrinhos, Myriad é o nome de uma linhagem de heróis. Uma delas é uma mulher que depois de ser morta por Lex Luthor, volta a vida quando seu corpo tenta ser comido por um alienígena. Depois disso, ela passa a ter uma massa cerebral negra e adquiri a personalidade das pessoas que ela toca. Ainda não sabemos qual o sentido real da palavra na série.
– Max Lord é gente como a gente e pediu um Netflix para passar o tempo na cela!
– Ainda sobre a cena dos desejos de Max, ele pede uma lata de Dr. Pepper, o que poderia passar batido. Mas, na semana passada, o filme Batman Vs Superman anunciou uma HQ digital que só poderia ser lida escaneando um código numa lata do que? Isso mesmo, Dr. Pepper.
Próximo episódio só em duas semanas, por isso que a CBS não liberou vídeo promocional novo. Mas me conta aí: o que tá achando de Supergirl? Gostou do episódio? O espaço é todo seu!
