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Supergirl – 1×18 Worlds Finest

Por: em 31 de março de 2016

Supergirl – 1×18 Worlds Finest

Por: em

Parceiros? Parceiros.

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Foram meses esperando por esse evento. Negociações sem fim, as emissoras diferentes, expectativas lá embaixo depois de comentários da produção e, quando a gente menos esperava (ou acreditava ser possível), veio a confirmação: Supergirl e Flash estariam juntos por um episódio. Depois começaram as especulações de como seriam as circunstâncias do encontro, já que a trama do Velocista Escalarte já está na sua segunda temporada e não poderia simplesmente ignorar tudo que foi vivido até aqui. E cara, que acalento ao nosso coração de fã foi esse episódio? Com uma sintonia incrível, pareceu que Barry e Kara nasceram para lutar lado a lado, o que já nos faz torcer para que a dose se repita em um futuro próximo.

E como rei Berlanti já tinha nos avisado, o conhecimento geral de quem é Flash era o necessário para entender o que estava acontecendo ali. Barry, em um dos seus muitos treinos para conseguir ganhar velocidade, acabou vibrando em uma frequência diferente, o que o fez parar no universo onde Supergirl salva a cidade todos os dias. O estranhamento inicial dos dois é cômico. Acostumados com a ideia de serem os “únicos” especiais, a Garota de Aço e o Velocista Escalarte acabam bem chocados com as revelações sequentes. Grant Gustin encarnou um Barry super divertido e leve, o que combina muito com o clima solar que vemos em Supergirl. Todo o ar atrapalhado dos dois, a maneira como aceitaram o fardo do heroísmo e um flerte bobo, se assim podemos dizer, os coloca como iguais em um universo que a DC vem criando de forma brilhante na TV (já no cinema, cof cof).

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Esse encontro não poderia ser mais oportuno, já que, pela primeira vez, Kara te de enfrentar uma ameaça dupla: Curto-Circuto e a recém chegada Banshee Prateada, alter-ego de Siobhan, ambas tomadas pelo sentimento de vingança, cada qual com suas próprias motivações. Talvez o roteiro tenha pecado somente na introdução da Banshee. De certa forma apressada, vimos uma garota que não tinha a menor noção de seus “poderes” ala Mariah Carey ser transformada numa vilã disforme. Claro que os catalisadores disso são claros: todo o ciúmes ao redor de Kara, fez com que ela ativasse esse lado que vem assombrando as mulheres da família – mas será que alguém assim conseguiria canalizar seu poder de forma tão rápida e efetiva a ponto de deter, mesmo que brevemente, nossa Supergirl? Por isso que achei o tom da transformação errado. Talvez se isso tivesse rolado mais parceladamente, as coisas se encaixariam um pouco melhor, mas tudo bem. A verdade é que tudo não passou de um belo pretexto para que um outro herói fosse necessário.

Só que, diferente do que pensávamos, no final o grande saldo da participação de Barry foi mostrar para Kara que, apesar deles serem diferenciados de todo o resto, uma coisa é implacável para todo ser: o tempo. A garota que vinha lutando contra os seus maus feitos teve a chance de conversar com alguém que já esteve exatamente em seu lugar e entende as angústias que vem passando. Aquela conversa na varanda da CatCo. é, sem dúvidas, um dos pontos altos do episódio e também quando podemos ver a ligação emocional que Grant e Melissa tem já de trabalhos passados e da vida (quem mais queria os dois cantando uma música? Só eu?).

Irrelevante foi o ciúmes de James. Primeiro porque ninguém se importa com esse cara, o que me faz pensar no porquê do roteiro insistir tanto em um romance que claramente não funciona em tela. Segundo que ele é completamente volátil. Umas horas atrás estava em crise porque acabou com a ex e não deixou que Kara expressasse seus sentimentos, depois já estava com ciúmes que ele mal se deu o trabalho de conhecer, só porque ele tinha, possivelmente, mais a ver com a garota do que ele próprio. Sério, parem. Talvez a única coisa que explique isso é uma possível morte no caminho do personagem, aquele famoso ponto de transformação para o herói da trama. A morte de James traria mudanças significativas na vida de Kara, principalmente se os responsáveis forem seus conterrâneos.

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Quem também esteve brilhante foi Cat e suas maravilhosas tiradas durante todo o episódio – com direito a mudar o nome do Flash para Borrão (The Blur), zoar a CW (emissora da onde vem o personagem) e zoar a si mesma quando se diz capaz de perceber uma personalidade escondida por trás de uma máscara – quando ela não reconhece Kara que está ali, todos os dias. Cat é uma bela surpresa na série, que podia ser só caricata, mas que funciona e muito bem. Adoro a relação quase maternal que ela tem com a protagonista, mesmo que não assuma isso nem sob tortura.

Antes de falar do final do episódio, eu preciso falar da despedida entre Flash e Supergirl que foi uma daquelas cenas que te deixa com um sorrisinho besta no rosto por algum tempo. Sério, revejam esse momento. Sorriam comigo. Os dois se chamando por nomes icônicos, o abraço selando a parceria, os conselhos. Cara, juntem esses dois de novo, a gente precisa demais disso. Mas tá, a gente nem teve tempo de superar e já veio plot twist para nos dar aquela surra de realidade. A apenas um episódio do final da temporada, já era de se esperar que Myriad entrasse em ação e foi exatamente isso que aconteceu. Ainda não sabemos as circunstâncias de tudo que envolve o plano e o risco disso para a população de National City, mas a certeza que fica é de que essa será a maior ameaça que Kara enfrentará e, pela primeira vez, ela pode estar sozinha contra todos.

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Aqueles detalhes que precisamos falar:

  • O nome do episódio, Worlds Finest, é também o título de uma HQ que marca o encontro de Kara Zor-El da Terra-2 (aqui chamada de PowerGirl e não Supergirl) com Helena Wayne, também conhecida como Caçadora (lembram dela de Arrow? Lá ela não é uma Wayne só).
  • Apesar de não ser trabalhado muito no episódio, ficou clara a proposta do multiverso televisivo da DC. É exatamente isso que você entendeu: todos os mundos existem ao mesmo tempo, só que em vibrações diferentes. Flash, por sua velocidade, consegue vibrar o suficiente para se encaixar nas brechas.
  • Sarah Robson foi introduzida como Dra. Hamilton. Ao que tudo indica, ela é uma versão feminina do dr. Emil Hamilton, que auxilia diretamente o Superman em algumas oportunidades. O personagem aparece brevemente em Homem de Aço (filme) e em alguns episódios de Smallville. Curiosamente, ele também tem ligação com Cadmus (citado em um episódio anterior de Supergirl) e com STAR Labs (bastante conhecido para os fãs de Flash).
  • Muito conhecidos nas tramas da CW, os metahumanos finalmente ganharam esse nome nas terras de Kara. Com a ajuda de Barry, agora a polícia é capaz de prender essas pessoas até que o julgamento aconteça e seja definido o que fazer com cada um – pelo amor de Deus, que não role uma rebelião desse lugar.
  • “Green Arrow? Black Canary? Firestorm? ATOM? Zoom?” é aquele momento que nosso coração bate acalentado e tudo começa a ser conectado. Tá, eu queria ver isso sendo um pouco mais explorado, mas só de deixar Kara curiosa com outros mundos e mais heróis, já me foi suficiente.
  • “I’m Barry Allen and i am the fastest man alive”, vamos parar com as mentira Barry, que a gente tá bem ligado que tu não tá com essas moral toda.
  • the attractive, yet non-threatening, racially-diverse cast of a CW show“, ai Cat, só você s2
  • E a tia da Siobhan chamando as pessoas que não são capazes de entender a magia de Muggles, termo em inglês para Trouxas – pegou a referência Cap?
  • “Partners? Partners”, exatamente como aconteceu entre o Arqueiro e o Velocista.

Agora é apertar os cintos e aguardar os dois episódios finais. Ainda não temos vídeo promocional, então segura a ansiedade e compartilha seu comentário sobre esse crossover lindão!


Leandro Lemella

Caiçara, viciado em cultura pop e uns papo bobo. No mundo das séries, vai do fútil ao complicado, passando por comédias com risada de fundo e dramas heroicos mal compreendidos.

Santos/SP

Série Favorita: Arrow

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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