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Supergirl – 2×02 The Last Children of Krypton

Por: em 20 de outubro de 2016

Supergirl – 2×02 The Last Children of Krypton

Por: em

Um excelente episódio sobre mudanças para Supergirl. A mudança de casa da série veio cheia de alterações positivas para a atração, que agora se encontra na CW. Se no primeiro ano a produção encontrava-se num lugar o qual simplesmente não pertencia e tentava se encontrar entre altos e baixos, a nova temporada tem tudo para ser uma outra versão melhorada do que assistimos.

O segundo episódio, The Last Children of Krypton, cumpriu exatamente com seu papel: preparar o terreno para temporada atual e seus futuros episódios. Foi um desfecho maravilhoso para The Adventures of Supergirl, o episódio acompanhou em tom e qualidade a season première da semana passada e não decepcionou. Se no episódio anterior o que vimos foi um dos melhores capítulos das produções adaptadas dos quadrinhos, essa semana não houve falhas ou decepções e funcionou exatamente para aquilo que se comprometia cumprir.

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As grandes mudanças não passaram despercebidas. A saída de Cat Grant vai deixar um vazio enorme no show e nos corações de quem o acompanha. Interpretada no primeiro ano por Calista Flockhart, a personagem cresceu e passou de uma das mais intragáveis para ser uma das mais adoráveis na tv ultimamente. O discurso feminista que vinha com a personagem trazia uma mensagem do emponderamento e aos poucos a própria passou a ser a própria imagem deste processo. Enquanto na primeira temporada tínhamos uma Kara insegura que tentava se encontrar tanto como heroína como ela mesma, Cat era a mentora deste caminho para a protagonista. Passou a representar aquilo que o movimento – não digo todo ele, mas uma boa parte – tenta buscar para a mulher, uma jornalista bem-sucedida que ocupa a presidência de sua própria empresa construída através de sua dedicação e suor, e o principal, independente. É lógico que nada irá substituir o que Cat chegou a representar dentro de Supergirl, ela foi uma grande surpresa das mais agradáveis dentro da série que agora se despede de nós para ir se aventurar fora de sua zona de conforto e deixa de ser regular.

Por outro lado, a adição de Ian Gomez para interpretar Snapper Carr não deixou a desejar. Já estamos acostumados com os chefões carrancudos que tendem a desafiar nossos protagonistas, e principalmente para o novo ano e nova casa de Supergirl isso pode trazer resultados positivos. A cena onde Snapper e Kara discutem foi simplesmente excelente, e de certa forma estranha e fofa. O chefe da jornalista deu a deixa que irá provoca-la e ver o que isso pode trazer à tona, especialmente no crescimento de Danvers, já que o um dos focos na temporada será nessa nova versão da protagonista. E de tudo que há de bom no show, a atuação de Benoist merece outra vez aplausos por dar tudo o que queremos ver na tela, da Kara completamente sem jeito à Supergirl, uma heroína real, sujeita a falhas e em constante crescimento. Vou admitir que não fiquei exatamente feliz quando ela escolheu seguir uma profissão como jornalista, a série sempre construiu uma imagem que a afastasse de seu primo e também herói, de maneira que a tornasse independente, porém quando a garota escolheu seguir justamente aquilo que Clark fazia me pareceu uma boa “forçação de barra”, porém, neste segundo episódio, deu para enxergar como isso poderá ser gratificante para o show.

O segundo episódio tirou das sombras o antagonista da temporada, que irá despontar como uma boa ameaça para Supergirl. O projeto Cadmus se revelou para o mundo na icônica cena de transmissão para todas as mídias, como ocorreu em Man of Steel quando Zodd faz o mesmo e pede que lhe entreguem o Superman, e declarou uma guerra contra a heroína de National City. Nos resta entender o que de fato se trata a corporação, um grupo de cientistas do mal? Uma organização do governo que se rebelou contra? Ou será que o governo americano está de acordo com uma de suas organizações secretas de revelarem dessa maneira para o mundo? O episódio trabalhou no que será o motivo da dor de cabeça de Kara Zor-El e do DEO e revelou o que a Cadmus estará disposta a fazer para obter os resultados desejados.

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O capítulo se desenvolveu em cima de Metallo, um dos icônicos vilões do Homem de Aço que ganha uma adaptação para as telinhas dentro de Supergirl. Apesar do desenvolvimento um tanto quanto corrido, já que eu esperava ver mais do vilão famoso nos quadrinhos do super-herói, tudo correu de maneira excelente. As discussões que a presença do personagem, que veio para atrapalhar o equilíbrio, trouxe foram engrandecedoras para a série. Principalmente no que diz respeito ao bordão “Stronger Together”, algo que há muito já vem sendo trabalhado dentro de Supergirl, e, como esperado, funcionou bem, já que não foi a luta ou os super-poderes nem de Kara, nem de Kal-El, que derrotaram Metallo, mas sim a união e ajuda dos seus amigos que possibilitaram isso. O fato de Kara reconhecer que necessita de seus companheiros torna a personagem ainda mais admirável e próxima da realidade. E ainda palmas para a CW, que mesmo com seus recursos um pouco limitados, entregaram um material de qualidade, com cenas de luta maravilhosas e bem feitas.

Ainda, a adaptação de Metallo foi uma surpresa gratificante para os que aguardavam vê-lo em Supergirl. Com direito à rajadas de kriptonita saindo do peito e um esqueleto feito de promethium, o vilão em muito se aproximou do mesmo nos quadrinhos, e conseguiu trazer o desequilíbrio, embora não alcançasse os resultados que buscava. Mesmo que eu ache um tanto corrido sua passagem dentro da série, cumpriu algum proposito pelo menos, de mostrar o quão distante Cadmus está disposto e vai ir caso precise e apresentar a vilã que encabeça a organização, interpretada por Brenda Strong.

Por fim, a passagem do Superman se encerrou por aqui, e se de alguma coisa serviu a presença do kriptoniano dentro da série, foi de apontar algumas das inúmeras diferenças entre ele e sua prima. Enquanto o super-heroi mais famoso da DC Comics foi construído em cima de um ideal, o homem perfeito na pele do “grande salvador”, Superman foi atrelado à ideia de um conceito de justiça e o imaginário americano. Por outro lado, o roteiro destaca a diferença do último filho de kripton e a última filha de kripton, Kara Zor-El.

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Por trás de todo humor que a série traz, ela também expõe uma protagonista humanizada, cheia de falhas e em constante mudança ou descobertas. De certa forma Kara enxerga em seu primo aquilo que todos nós também vemos, jornalista sucedido, vida amorosa estável (e existente, convenhamos) e um herói venerado pela sociedade. Supergirl não busca apresentar esse imaginário, e sim apresentar alguém com todas suas falhas que vem buscando o equilíbrio entre os setores da sua vida. Diferenciar os personagens foi o que o roteiro tentou fazer nestes dois episódios, e tanto o Superman de Hoechlin, quanto a Supergirl de Benoist serviram o propósito de separar um que se apresenta como ideal e outra que se aproxima da realidade humana, cheia de falhas.

A nova casa para Supergirl trouxe grandes mudanças para o programa e coisas que irão direcionar a série apenas para seu crescimento, por enquanto tudo está seguindo muito bem, obrigada. Kara terá que lidar com as mudanças presentes em sua vida agora, bem como seu crescimento, uma nova ameaça que se desponta e o arrisco Mon-El, que despertou ao final do episódio. A série é facilmente um dos melhores retornos das aclamadas séries de super-herois do momento.

Observações:

  • No início do episódio Superman questiona o fato das pessoas sempre tentarem socá-lo e ainda faz uma piada com isso. É uma referência à primeira série do heroi, “The Adventures of Superman”, onde os criminosos sempre tentavam atirar nele e logo em seguida tentavam socá-lo.
  • A raça de alienígenas que os primos enfrentam no inicio do episódio é de uma raça existente nas hqs. Os kigori são alienígenas aracnídeos.
  • Veep: a série conta a história de uma vice-presidente mulher dos EUA, e lembrando que em breve teremos a presidente do país aparecendo na série.
  • Snapper Carr é também um personagem saído das hqs, que era um ajudante juvenil sem poderes da Liga da Justiça.
  • Crise nas Infinitas Terras: a cena em que Superman carrega Kara no seu colo é uma referência clara à uma das capas da Crise das Infinitas Terras.

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  • “Um tubarão que não continua a nadar acaba se afogando”, o provérbio que Cat cita é o mesmo mencionado na estreia da quinta temporada de Arrow.
  • O metal utilizado para criar o esqueleto de Metallo é o promethium, que é a mesma liga usada para criar as partes metálicas do Ciborgue.
  • A série, mesmo que discretamente, abordou um tema que sempre assombrou Kara em sua vida: o fato de Superman tê-la abandonado com os Danvers.
  • Quando Kara diz que ouviu de  um “pequeno pássaro” os rumores da saída de sua chefe, esta rebate dizendo um “pequeno avião”, uma referência a um dos bordões clássicos na história do Superman.

Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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