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Supergirl – 2×05 Crossfire

Por: em 10 de novembro de 2016

Supergirl – 2×05 Crossfire

Por: em

Durante a temporada, as séries contam com alguns episódios que não necessariamente possuem algum conteúdo relevante para o presente como vilões fortes e textos intensos, mas que são de extrema necessidade para nos preparar para o que está por vir. Crossfire foi um desses episódios, que deu base para desenvolver uma história sólida de seus personagens, alguns que andavam completamente esquecidos (estou olhando diretamente para você James Olsen), e de uma maneira leve e engraçada cumpriu seu papel em entreter no meio de diálogos importantes para o curso dessa segunda temporada de Supergirl.

O quinto episódio trouxe à tona outra vez o Projeto Cadmus, que já se estabeleceu, de maneira eficiente, como o principal vilão da temporada, e sua motivação principal era espalhar o terror com os armamentos alienígenas nas mãos de mercenários. Num contexto político atual tão caótico como o que se passa nos Estados Unidos ultimamente, muitas são as referências cruzadas entre as duas realidades, e que todos episódios têm trabalhando indiretamente no seu texto. Troquem uma agência secreta e alienígenas por um governo intolerante e imigrante que teremos a imagem daquilo que acompanhamos no nosso mundo. Essa semana, por sua vez, o discurso tomou uma forma mais caracterizada na série, ao invés de frases sobre a tolerância, tivemos uma sociedade aterrorizada.

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O grupo criminoso, por sua vez, não representaram uma ameaça forte alguma, mas serviram bem seu papel em estimular os personagens e moldar melhor o destino da série. Alguns episódios possuem este propósito, enquanto parecem ser vazios por inteiro, contam com momentos que irão diferenciar o início de uma temporada do seu final. Essa semana foi importante sobretudo para James Olsen, que aos poucos se transforma em Guardião. E novo herói começa a surgir durante este episódio conforme nota que se esconder atrás de uma câmera deixa de ser o suficiente. Desde que o personagem abandonou o posto de par romântico de Kara, algo que embora tenha sido repentino, permitiu a série explorar muito mais para ambos, ele se encontrava numa posição completamente ingrata e esquecido pelo próprio roteiro. No entanto, o personagem nunca conquistou o público da maneira que deveria e não conseguiu se balancear entre a seriedade e a comédia que a série propõe, na primeira temporada não teve o carisma suficiente, nesta segunda suas participações se tornavam quase obsoletas e apagadas, sem falar na sua motivação para herói que aparece do nada. Nos resta acompanhar a trajetória da Jimmy/Guardião e torcer que seja boa.

Se dividindo nos momentos leves e engraçados, para outros um tanto mais intensos que ganham destaque, temos uma das melhores cenas da série até aqui. Chyler Leigh deu um show como sempre no momento em que começa a reconhecer sua homossexualidade, e isso era tudo que faltava para que a série só se tornasse mais perfeita. Não é nenhum segredo que o momento que alguém se assume talvez seja um dos mais importantes na vida, de se reconhecer e aceitar. Alex sempre foi a garota que se esforçou para ser perfeita em todos os aspectos de sua vida, porém não existe maneira de alcançar essa perfeição sem antes entender os aspectos mais importantes de te tornam quem é e sem saber o que pretende. Desde a introdução de Maggie em Supergirl, Alex passou por um processo lento e extremamente gratificante de reconhecimento e aceitação, e neste quesito, a detetive da polícia científica serviu muito bem para impulsionar esse sentimento na primogênita dos Danvers. O texto da série foi outro ponto que somou em uma cena tão bonita, nos dando uma visão muito mais aberta e emocional de Alex, que outra hora sempre foi mais fechada.

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Os momentos engraçados desta semana ficaram completamente por conta de Kara e Mon-El. O daxamita (obrigada ao leitor que corrigiu no uso da expressão!), teve uma abordagem tênue neste episódio, criando um contraste enorme com a kriptoniana, que por sua vez, estrela a produção. Kara Zor-El é o retrato da garota engraçada e inocente, e em contraponto, a série constrói uma imagem de Mon-El completamente contrária, dos protagonistas de filme de comédia romântica por quem garotas se apaixonam. Isso é perigoso quando essas duas personalidades podem ser conflituantes numa série que empondera suas figuras femininas, sendo as chances de Mon-El se transformar num completo babaca grandes. Entretanto, o carisma e, principalmente, a química inegável entre Chris e Melissa transformaram essa relação em algo legal de se ver e seus momentos justificáveis. Suas cenas não passam um tom de “babaca-capitão-do-time-de-futebol”, pelo contrário, possuem um tom de inocência, como quem de fato não faz ideia de como as interações humanas funcionam. E a empolgação de Kara em completar sua tarefa como mentora justifica inteiramente sua decepção quando vê que Mike/Mon não possui exatamente suas características.

Crossfire nos garantiu, principalmente, ótimas interações, menção honrosa aqui ainda para Winn e Lena Luthor. O episódio nos apresentou muito pouco no presente, mas serviu para moldar os eventos que estão por vir na temporada, e certamente nos lembraremos do que foi contado neste quinto episódio. Principalmente quanto à família Luthor, que segue sendo um grande trunfo nessa temporada. Esse episódio, sobretudo, mostrou a capacidade da série de se reformular quando necessário e criar novas histórias e aspirações para os seus personagens.

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Observações:

  • Um easter-egg bem complexo foram as armas com as quais Kara foi atacada de uma raça de alienígenas chamada Anndrann, que apareçam somente uma vez nos quadrinhos, nos anos 60 em “Strange Adventures”.
  • Reviravolta importante no final do episódio foi descobrir que quem encabeça o projeto Cadmus se trata da matriarca da família Luthor. Ainda não foi revelado seu nome na série, mas temos duas alternativas já: Letitia, como nos quadrinhos, ou Lilian, uma referência à personagem em Smallville.
  • A Avenida Birdwell é nomeada em homenagem a Nelson Birdwell, roteirista e editor de longa data da revista MAD e DC. Nos seus anos na DC ele trabalhou em vários quadrinhos relacionados ao Superman.
  • Em determinado ponto James fala sobre sua história com super-herois e reclama que está cansado de ser apenas um sidekick. Bem, James é a versão de Jimmy Olsen, o ajudante mais famoso do Superman. Cansado de aparecer como um sidekick, James começa seu caminho para se tornar o Guardião, nos quadrinhos sua versão mais conhecida é a de James Harper, que já apareceu na primeira temporada de Supergirl.
  • Quando Mike/Mon-El é pego com Miss Tessmacher, ele se explica dizendo que em uma “série médica” isso é completamente normal, pode ser uma referência tanto à ER ou Grey’s Anatomy. Mas considerando Chyler Leigh já trabalhou na série da Shondaland, a piada certamente foi para esta.
  • Ps: estou shippando todos os casais loucamente, alguém me tira dessa!


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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