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Supergirl – 2×07 The Darkest Place

Por: em 27 de novembro de 2016

Supergirl – 2×07 The Darkest Place

Por: em

Já vou partir nessa review pedindo desculpas pelo meu atraso interminável, nessa correria que se chama vida, infelizmente só tive um tempo para processar os acontecimentos de The Darkest Place por agora, e olha que não foram poucos. Em seu sétimo episódio da atual temporada, Supergirl abandonou um pouco as tramas mais íntimas, voltadas essencialmente para o desenvolvimento pessoal dos seus protagonistas, e deu lugar para alternação entre plots, que garantiu uma atmosfera muito diferente daquela do início da temporada, e certamente ditou o ritmo frenético do episódio.

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O roteiro pecou, e pecou feio, nesse quesito. A saturação de arcos sendo desenvolvidos em apenas um episódio o tornou denso demais e abarrotado de informações, que simplesmente poderiam ter sido deixadas para serem trabalhadas depois. Supergirl já se mostrou muito flexível quando o assunto é dividir seu tempo de tela com as histórias dos demais personagens, entretanto, quando tentam falar de marcianos, relacionamentos, vigilantes e Cadmus, tudo em um só episódio, o resultado é um roteiro bagunçado e um episódio cansativo. Ainda que os atores tenham segurado as pontas e as cenas de ação incríveis, inclusive parabéns a Supergirl por terem trabalhado muito bem neste ponto, o gosto agridoce de algo terrivelmente errado estava ali e a impressão que continuava era que a série tentou falar demais em um só episódio.

A trama de James segue desinteressante e com um problema enorme, sua história permanece sendo desenvolvida ainda não teve ligação alguma com o arco maior. Cada plot compõe o emaranhado desta segunda temporada e estão completamente interligados, contudo, a saga do novo vigilante de National City é algo completamente desconexo, suas motivações foram tiradas do nada e a falta de carisma por parte do próprio personagem não colaboram para que o Guardião faça o sucesso que lhe foi prometido. A história do herói fica completamente ofuscada em um episódio que Jeremiah Danvers faz sua aparição e M’gann se revela uma marciana branca, nesse ponto, então, a história não surte efeito nenhum num público que estava muito mais interessado em outros acontecimentos.

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Supergirl sempre trabalhou por meio alegorias temas importantes, e certamente tirar um pouco do seu tempo para falar na questão de justiça ou vingança é importante, sobretudo numa série de heróis, onde essas definições podem ser facilmente confundidas. Essa discussão já foi iniciada no episódio anterior com Mon-El usando seus poderes para fins não tão heroicos, e voltou a ser trabalhado neste sétimo episódio na forma de um novo “vigilante” que rouba a identidade do Guardião. Infelizmente a trama não ganhou o destaque merecido, principalmente quando colocam Mehcad na posição de estabelecer uma conexão com o vilão, porém trata-se de um personagem que ainda não conquistou seu público de vez com sua história. É notável que já incumbiram a James uma série de temáticas e todas foram desperdiçadas conforme notavam que nenhuma delas vingaria da maneira esperada na história, por fim sua saga começa a se apresentar e só podemos nos perguntar: o que de fato podemos esperar de um herói, já consolidado nos quadrinhos de maneira louvável, no universo de Supergirl?

Alternando entre vigilantes, tivemos um desenvolvimento do relacionamento de Alex e Maggie, no qual a série tentou dar uma resposta rápida para um assunto que merecia muito mais desenvolvimento e foi decepcionante ver o roteiro pecando desta maneira. Por maior torcedora do casal que eu seja, Danvers merecia muito mais que um simples “vamos continuar amigas”, principalmente por todas situações que enfrentou nos últimos episódios buscando se redescobrir e, sobretudo, se aceitar. É lógico que a agente do DEO merecia um tratamento muito mais digno depois de ter seu coração quebrado pela pessoa por quem atribuiu sentimentos. Entretanto, fica a critério do texto voltar a este ponto novamente, ou esquecê-lo por completo, e vamos torcer para que não seja a segunda opção, soluções rápidas dentro do roteiro ou nos rendem momentos excelentes no futuro quando a ferida volta a ser aberta, ou caem no limbo do esquecimento.

Grande parte do episódio pareceu deslocado, mas mesmo no meio da incompetência de manter qualidade apresentada anteriormente, Supergirl ainda consegue nos entregar momentos excelentes, que fazem valer a pena todo o resto. A veia dramática no episódio foi o grande trunfo, no meio de uma série de falhas, e garantiu a salvação de The Darkest Places. Trabalhar com a honra e bondade de Kara é algo que sempre sai bem, a protagonista entregue por Melissa Benoist segue sendo o ponto no qual a trama se segura em episódios como esse em que tudo soa estranho, uma heroína dificilmente apresenta falhas, e quase nunca enxergamos sua vulnerabilidade. Grande parte disto podemos atribuir ao roteiro, que faz com que Supergirl seja a série que sabemos que no final tudo dá certo, no entanto, quando a produção nos entrega um vilão que sabe explorar as fraquezas da nossa heroína e atingir justamente onde irá prejudica-la, a situação se reverte para um estado de alarme.

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É lógico que Kara não iria hesitar para salvar Mon-El da Cadmus, isso é algo completamente condizente com o que foi trabalhado na personagem desde a primeira temporada. Desenvolver o arco maior do episódio em cima disto foi o ponto alto, dos momentos compartilhados por Kara e Mon-El enquanto dividiam cela, até o momento que levam a heroína explodir seu poder, para salvar seu vizinho daxamita, foi uma grande jogada do episódio, que estava morno até então. Cadmus se desponta como uma ameaça ainda mais real, conforme vemos que se não fosse a presença de Jeremiah para salvá-los, não temos noção alguma de qual seria a saída que eles encontrariam ali, sobretudo temos um antagonista que sabe exatamente dos pontos fracos e vulneráveis da heroína.

Mesmo com um episódio que deixou a desejar, Supergirl ainda consegue agradar, o resultado da obra não foi dos melhores, se formos nos basear pelo que já foi apresentado anteriormente, porém não chega ao ponto de desapontar completamente. A produção consegue nos entregar alguns momentos ainda consistentes e manter o jogo de cintura pelo resto da temporada. O reencontro de Jeremiah e Kara marcou essa semana, principalmente pela ligação que Kara consegue estabelecer com quem está ao seu redor. Outros pequenos momentos também garantem a satisfação, as “últimas palavras” de Kara e Mon-El são exemplo disso. Mais uma vez, o show nos mostra que sua força está de fato nos seus personagens que sempre nos entregam atuações maravilhosas, mesmo com roteiros tão lotados.

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Os momentos finais do episódio temos a revelação que J’onn pode estar se tornando um marciano branco, o que muda completamente toda a jornada do personagem até aqui, que passou de sobrevivente, pela culpa de ter sido o único a sair vivo do seu planeta, até se tornar um dos heróis na série da garota de aço. E ainda temos a sombra de um relacionamento entre Kara e Mon-El, coisa que certamente a CW não iria desperdiçar se existe tanta química entre os personagens. O balanço final é que, mesmo no mais abarrotado dos episódios, Supergirl consegue agradar e segurar as pontas.

Observações:

  • Não vamos esquecer que esta semana temos o esperadíssimo mega cross-over entre todas as séries da DC. Isso mesmo, saldão de black friday: você senta para ver uma série, e de quebra vê todos heróis nela.

  • Quando Hank Henshaw foi introduzido, todos suspeitavam que ele seria o Superman Ciborgue, mas acabou revelado que ele era, na verdade, o Caçador de Marte. Agora, o verdadeiro Henshaw, volta dos mortos, como o Superman Ciborgue, de fato. Nos quadrinhos, após morrer em uma viagem espacial, Hank volta para a Terra determinado a destruir o Superman, porém alterado pela radiação, podendo transferir sua consciência através de dispositivos eletrônicos.
  • Quando Alex suspeita que o Guardião teria um “side-quick”, Winn tem uma reação bem parecida com o de Barry Allen, no cross-over entre The Flash e Supergirl, quando Cat diz que o velocista escarlate seria ajudante da mulher de aço. “Eu não chamaria deste jeito”.
  • Em determinado momento, Kara diz que já conheceu outro vigilante, através de seu primo, um que teria “vários dispositivos e muitos demônios internos”, é uma referência bem clara à parceria entre Superman e Batman, no universo em que Supergirl se situa.
  • No episódio descobrimos que as grades da prisão onde Kara e Mon-El estão sendo mantidos são feitas de metal Thanagar. Nos quadrinhos, bem como em Legends of Tomorrow, descobrimos que é local de onde vieram heróis como Mulher-Gavião e Gavião Negro.
  • Nos quadrinhos, Phillip Karnowsky assume a identidade do vilão Barragem, que já tentou matar Maggie Sawyer várias vezes, sendo impedido pelo Homem de Aço, tornando-se inimigo do herói.
  • Dean Cain aparece interpretando Jeremiah Danvers. Embora tenha aparecido pouco na série, Cain é bem conhecido pelos fãs do Homem de Aço, interpretando-o na série Lois & Clark: The New Adventures of Superman, na década de 90.


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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