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Supergirl – 2×08 Medusa (Crossover Pt. 1/Mid-Season Finale)

Por: em 29 de novembro de 2016

Supergirl – 2×08 Medusa (Crossover Pt. 1/Mid-Season Finale)

Por: em

E chegamos a mid-season finale de Supergirl, Medusa teve a responsabilidade de, não apenas introduzir o mega crossover – Heroes vs. Aliens – entre todas as séries do universo televisivo DC Comics, mas, sobretudo, encerrar o caminho trilhado pela série ao longo dos seus sete episódios. O oitavo episódio colocou seus personagens para enfrentar questões importantes, quanto a seu caráter ou o quão breve a vida pode ser, apresentando uma conclusão para o problema que se apresentou no início da temporada, e é com muito pesar que digo: Supergirl me desapontou dessa vez.

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Durante sete episódios a Cadmus foi apresentada como uma organização poderosa, que explorou bem as fraquezas da nossa heroína quase implacável e com planos ambiciosos para erradicar a vida alienígena do planeta. Depois quando fomos apresentados a Lilian Luthor, a matriarca da família de Lex e Lena, e cabeça da organização, Cadmus ganhou ainda mais destaque tendo um Luthor em sua direção. Finalmente nos deparamos com um inimigo grande e forte, uma ameaça real que nos fazia questionar se Supergirl é, de fato, aquela série que tudo termina bem no final das contas. O que me decepcionou foi a falta de coragem por parte da produção em elevar à máxima potência esse antagonista que nos apareceu à altura da Mulher de Aço.

A série começou sua temporada de maneira brilhante, trouxe o Superman para lutar lado a lado com a protagonista, usou muitas alegorias em seu texto para tratar temas de extrema importância, e imaginem minha surpresa ao ver que justo na midseason, esse padrão não foi mantido. Talvez colocar um episódio tão importante a preceder um evento que todos esperávamos não tenha sido uma das melhores ideias. E entendo perfeitamente as questões logísticas apresentadas pelos showrunners que tornavam impossível mais um episódio, porém com as expectativas tão elevadas às vésperas do aguardado crossover, a conclusões apressadas fizeram que Medusa fosse um dos episódios mais fracos do segundo ano da série, até aqui. Vamos tomar como exemplo a crise de identidade que J’onn vinha sofrendo, que foi resolvida com tamanha simplicidade, tornando quase obsoleta toda a trama criada ao redor disto.

No entanto, como boa fã de Supergirl que eu sou, escolhi ver o lado bom da coisa e relevar os defeitos que me incomodavam. Não se enganem, o show continua sendo uma das melhores coisas desse universo da DC e o coração de cada grande história apresentada Apesar da conclusão ingrata que a Cadmus teve, continuo arriscando dizer que mesmo com seus erros, o show ainda consegue brilhar e transformar um episódio fraco em algo bom. Mais uma vez o drama se sobrepôs à veia cômica característica da série, e mostrou a atenção especial com os personagens e seus relacionamentos dentro da história.

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Dado o fato de ser a mid-season finale, a premissa de apresentar um perigo letal para todos os alienígenas e mover o episódio em busca de impedir que isso cause um genocídio foi boa, mas ao mesmo tempo, esperada. Mas não consigo sequer reclamar da coisa toda enquanto isso nos trouxe destaques importantes para a narrativa como um todo, como Lena Luthor, que teve um papel essencial neste episódio.

Enquanto membro da família Luthor, a personagem já chegou provocando um rebuliço, uma vez que suas motivações não eram tão claras e seu sobrenome imediatamente associado à destruição. No entanto, a empresária se destacou ao longo da temporada e se revelou uma forte aliada de Supergirl/Kara em momentos importantes. Lena Luthor construiu um nome só seu na série, não seguiu os passos de seu irmão, e o texto também merece destaque por não tomar o caminho mais previsível com a personagem. Nem todos heróis usam capas, essa é uma ideia presente e muito forte na atmosfera da série, que sempre nos apresenta versões alternativas de heroísmo, e Lena certamente merece este manto durante o episódio, ao salvar o mundo no final das contas.

Ainda assim, não sabemos o quanto foi atuação de fato por parte da empresária, se ela conseguiu enganar com tanta facilidade sua mãe e até mesmo Supergirl, quanto tempo até isso se tornar um trunfo em suas mãos. Ainda assim, a diretora da L-Corp já levantou diversas vezes como as pessoas se resguardam por ela carregar o sobrenome que possui. Não sei mesmo o que pensar de uma personagem tão ambígua como essa, e eu a adoro por isso.

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Kara enfrentou momentos importantes também nesta finale, ao confrontar a realidade sobre quem seus pais eram. A kriptoniana, que sempre idealizou sua figura paterna e materna, de repente tem novas impressões sobre sua família. O vírus que se tornou uma arma de destruição em massa da vida alienígena na série foi criado pelo seu pai, e lidar com a responsabilidade que seus pais não eram de fato as boas pessoas como sempre imaginou não foi fácil para a heroína.

– “But I thought your work was saving lives.”
– “I was saving, kryptonian lives.”

O romance protagonizado por Kara e Mon-El também mereceu destaque. É sempre muito satisfatório ver como a série não procura a todo momento um interesse amoroso para a protagonista, deixando-a livre dos melodramas advindos disso e tornando o texto muito mais interessante e focado no crescimento pessoal de Kara. No início da temporada o relacionamento entre a Mulher de Aço e o Guardião foi cortado de vez, acrescentando sempre mais possibilidades de crescimento entre ambos personagens. Colocar Mon-El como novo interesse amoroso, apesar de bom, é um tiro que pode sair terrivelmente pela culatra.

A heroína já teve umas decepções para serem contadas aqui: não lidou muito bem quando Winn revelou seus sentimentos por ela, Adam Foster que simplesmente saiu de cena e James que teve mais drama que o necessário, tudo isso para nada. Por um lado, é perfeitamente compreensível sua resposta de rejeitá-lo, por outro, não deve demorar muito para o casal estar na mesma página e ter uma chance para seu romance.

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Outro ponto do episódio que ganhou o desfecho merecido, e um tanto esperado, foi o romance de Alex e Maggie. Todos os passos de Alex em busca de se reconhecer foram desenvolvidos com muito respeito através de um texto sensível e tocante, principalmente quanto o quão devastador pode ser esconder uma parte tão importante de si ao longo de tanto tempo. Mais uma vez a série fomenta uma discussão importante, o sentimento de desapontar a família, e não poderia ter sido feito de uma maneira melhor. Embora as circunstâncias da realidade possam ser muito diferentes que essa apresentada na série, Supergirl soube conversar com sua audiência em um assunto tão tocante. Eliza Danvers não apenas aceitou sua filha ser gay, como a encorajou ser ela mesma. E trouxe uma lição muito importante, nenhum de nós precisa se encaixar em padrão algum, não precisamos perseguir cegamente uma vida normal, afinal de contas, o que é o normal mesmo?

“Alex, because you were always going to be exceptional, and I love you however you are.”

Supergirl aparou as pontas soltas e concluiu suas histórias da primeira parte de seu segundo ano. E agora nos encontramos às vésperas do aguardado crossover, que já mencionei trilhões de vezes ao longo desta review e tudo isso é um sinal da ansiedade que estou, portanto não deixem de acompanhar os textos dos próximos episódios de The Flash, Arrow e Legends of Tomorrow. A nova temporada de Supergirl tira uma pausa, com a sensação de dever cumprido, embora de uma maneira um tanto decepcionante para mim, no entanto, o caminho trilhado na nova casa da série da heroína não poderia ter sido melhor. E agora fica aquele sentimento de o que nos aguarda por aí.

Observações:

  • O episódio começa relembrando a cena do Thanksgiving da temporada passada (1×05 – Livewire), com Kara aquecendo a comida com sua heat-vision-cook e Alex para revelar um grande segredo. Danvers tradition.
  • Por um mozão que apareça na porta da minha casa com pizza e cerveja como a Maggie fez para Alex!
  • Os vários distúrbios espaciais que ocorreram ao longo do episódio são, claramente, as tentativas de Barry e Vibro para entrar na Terra de Supergirl. Eles vão buscar ajuda da kriptoniana para combater uma invasão alienígena dos Dominions, início do crossover das quatro séries juntas. Além disto, esses distúrbios podem ter sido referências aos distúrbios que Flash causa na Crise das Terras Infinitas, quando o herói aparece algumas vezes de maneira bem vaga para alertar o fim do mundo.

  • A expressão kriptoniana “graças a Rao” voltou a aparecer. Rao é um dos deuses mais adorados em Kripton e a expressão era bastante usada pelo Superman antigamente, e recentemente Rao apareceu como um vilão nos quadrinhos.
  • O vírus criado pelo pai de Kara soa muito similar a uma história que envolvia os ancestrais do Superman, em Action Comics Annual #2. Nesta história, o Homem de Aço descobre um dispositivo chamado Erradicador, criado por um de seus ancestrais obcecado pela pureza kriptoniana. Além de matar outros alienígenas não kriptonianos, o Erradicador impediu que Kripton fosse evacuada antes de sua destruição, pois ligava biologicamente o povo ao planeta, e quem deixasse Kripton também morreria.
  • O Isótopo 454 leva o número da revista The Adventures of Superman #454, primeira aparição Pós-Crise do Mongul, que sequestrou o Supeman e o forçou ser um gladiador em seu planeta. O sequestro começou na #454 e durou algumas edições, durante isso, Kal-El conheceu Cleric, e lhe contou a história do Erradicador e o papel de sua família na destruição de Kripton.


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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