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Supergirl – 2×09 Supergirl Lives

Por: em 26 de janeiro de 2017

Supergirl – 2×09 Supergirl Lives

Por: em

Supergirl Lives não foi exatamente o retorno triunfante da série americana, no entanto passou longe de ser um episódio fraco. Durante a caminhada de Supergirl, a produção a cada semana nos entrega uma prova da merecia a devida atenção, era como se episódio após episódio ela quisesse nos provar que era digna, e foi justamente no seu retorno, em até mesmo em um episódio “normal”, Supergirl consegue chamar atenção.

Após o anúncio que Kevin Smith seria responsável pelo episódio, não esperávamos nada menos que algo excelente. Afinal seu nome é conhecido no meio, sobretudo no universo DC Comics, e recentemente dirigiu Killer Frost em The Flash, outro episódio excelente assinado por Smith, onde a Dra. Caitlin Snow lutava contro seu alter-ego de Nevasca. Embora o nono episódio, da segunda temporada, não tenha sido o melhor, já que esta seria competição acirrada, é justamente aí que se encontra o diferencial, onde mesmo com elementos normais, sua excepcionalidade estava nos detalhes do episódio que o transformaram em algo gratificante de assistir. E, mais uma vez, fazia questão de nos lembrar o porquê Supergirl é uma das melhores séries sobre super-heróis no ar.

O episódio começa com uma Kara entediada, que mal esperava pelo o que viria acontecer, depois de uma viagem interdimensional para ajudar o velocista escarlate a salvar a Terra-2 e lutar contra uma organização determinada a eliminar a vida alienígena do nosso planeta, era compreensível que a heroína aos poucos sentisse o tédio da rotina de evitar assaltos e proteger objetos. A grande característica de Kara Zor-El sempre foi seu altruísmo, seu desejo de inspirar as pessoas e, sobretudo, aquilo que faz a Última Filha de Kripton ser uma heroína está muito longe de ser seus poderes recebidos do sol amarelo. Esses pontos criaram um paralelo excelente no episódio, conforme vemos que a mulher de aço não precisa de super-poderes para lutar pelo bem e proteger aqueles que fez essa promessa.

Trazer Roulette novamente para a série foi um movimento esperto, afinal, a vilã faz um antagonismo perfeito à tudo que Kara representa. Enquanto a protagonista do show é uma pessoa que estabelece vínculos fortes com todos ao seu redor e se importa com o bem-estar dessas pessoas, Roulette simplesmente não se importa, ela enxerga nas pessoas meros objetos e fonte de sua riqueza. É ainda interessante como que, se para Kara proteger objetos era uma tarefa entediante, por outro lado, para Roulette eram as pessoas que representavam esses objetos de certa maneira. Mais uma vez Supergirl trabalha por meio de suas alegorias problemas reais, o tráfico de pessoas talvez não seja interplanetário, mas é uma circunstância existente na nossa realidade, bem como pessoas mesquinhas que buscam subir na vida através de outros também é algo próximo a nós.

Outro ponto importante no episódio foi o crescimento profissional de Kara, embora seu mentor ainda não seja dos personagens mais interessantes ou sequer chegue a alcançar os pés da Cat Grant como uma guia para a personagem, já estava na hora da jornalista começar a se impor e encontrar algo que a inspirasse. Não era de se esperar nada menos de Kara que ela seguisse suas emoções dentro da profissão, afinal, se fosse diferente, não seria a protagonista por quem nos encantamos desde sempre.

As tramas paralelas também se desenvolviam, embora mais tímidas, e se destacavam no episódio. Isso prova a qualidade do roteiro em contar algo que não fique confuso, ou tenhamos histórias demais em um só episódio que fique abarrotado demais, de tal forma que cada uma delas compõem a narrativa da série. Nesta semana, Winn finalmente ganhou o destaque merecido e esperado, após ser um ajudante de Supergirl desde os primeiros passos da heroína na primeira temporada e ter se tornado o sidekick do Guardião, o personagem saiu da sombra de seus amigos para enfrentar os perigos desse universo que o cerca. Enquanto tanto para Kara, quanto para James, esses perigos sejam coisas comuns, foi interessante ver Winn perto de um colapso, afinal, nada daquilo é normal para ele que acreditava ser um “redshirt” (uma referência maravilhosa à Star Trek, quem pegou, pegou).

Mais uma história desenvolvida bem no capítulo foi o romance de Alex e Maggie, que a cada episódio mostram ser um dos melhores casais. Um ponto muito forte do episódio foi Alex se culpando por sua parcela de felicidade quando Kara desapareceu, isso mostra como a relação das duas sempre foi muito mais sobre a irmã adotiva de Alex. Esse ponto já foi abordado anteriormente em outros momentos e voltou a ser tocado aqui, desta vez com menos destaque, porém ali estava mais uma vez, Alex abrindo mão de sua felicidade por acreditar que deveria carregar o peso do mundo nas suas costas. O relacionamento das duas teve uma construção maravilhosa até aqui, com os momentos que Alex se assumiu, e cada passo pequeno para dar início às coisas. Um momento engraçadíssimo do episódio foi Maggie descobrindo que Kara e Supergirl eram a mesma pessoa e ainda fazendo uma referência à dúvida que todos temos: como os óculos são capazes de disfarçar tanto?

Sobre relacionamentos, a série continua apostando no romance entre Kara e Mon-El, e a química em cena entre os atores é inegável, o romance dos dois dividem espaço com a trama paralela do daxamita, que cada vez mais, os rumores que ele é o príncipe de Daxam começam a ser tornar mais prováveis e evidentes. Mon-El passa a ser um personagem mais adorável conforme passam os episódios, após passar pela figura de canastrão “jogador do time de futebol” de filmes americanos, a produção acertou na dosagem do personagem, principalmente em contraponto à Supergirl. A decisão de tornar-se um herói como Kara veio no momento certo para acompanhar o crescimento do personagem, algo que também vai nos garantir ainda muitos momentos de Melissa Benoist e Chris Wood dividindo câmera.

Supergirl retornou de uma maneira brilhante mantendo seu arco simples, mesmo com a heroína sem seus poder quando ficou exposta ao sol vermelho, mas mostrou que a questão nunca foi sobre seus poderes, colocou aqueles que Kara sempre protegeu dessa vez exercendo o inverso, e protegendo a heroína de National City quando esta corria risco. Para aqueles que restavam dúvidas de o por que essa trata-se de uma das melhores séries, seja nos momentos de Maggie e Alex, a química entre Kara e Mon-El, as alegorias na narrativa e outros momentos excelentes, essa dúvida fica sanada. Até mesmo em um episódio “normal”, Supergirl consegue executá-lo de uma maneira maravilhosa e colocar em seus pequenos detalhes uma fonte de inspiração e mantém todo seu charme.

Observações e easter-eggs: 

  • Quando Winn diz que não é um camisa vermelha foi uma referência à Star Trek sempre matar os tripulantes redshirts primeiro.
  • O nome Supergirl Lives é uma homenagem ao filme do Superman que seria estrelado por Nicholas Cage, e nunca chegou a ser lançado. Seria dirigido por Tim Burton e o roteiro assinado por Kevin Smith e chegou a entrar em pré-produção. Há, inclusive, um documentário chamado The Death of Superman Lives.
  • A garota que interpretou a jovem sequestrada e motivou Kara a buscar o paradeiro de tantas pessoas desaparecidas é filha de Kevin Smith, e chama-se Harley Quinn Smith, advinha de onde veio a inspiração por esse nome.
  • A série fez uma menção ótima à Stargate, sobre o portal que transporta Supergirl e os demais de um planeta para o outro.
  • Outra vez a série faz referência à Thanagar, o planeta da Mulher Gavião. A referência aparece quando Mon-El fala da besta thanagariana.
  • Reconheceram o comprador de escravos? Sim, era um Dominator, a mesma raça alienígena que invandiu a Terra-2 no crossover entre Supergirl-Flash-Arrow-Legends.


Gabriela Vital

A Kardashian perdida que sonha em ser médica um dia.

Vitória / ES

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: The Walking Dead

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