Falar de “Form and Void” é estranho: A história continuou sendo desenvolvida de forma bacana, mas há vários detalhes que apareceram hora ou outra que trouxeram um pequeno sentimento de desilusão.
A trama da praga espalhada na season premiere já foi finalizada aqui e de maneira muito decepcionante. Tudo bem que a gente não queria enrolações ou o Sam correndo “risco de vida”, mas a revelação de que bastava colocar um foguinho sagrado ali e a coisa ia embora foi no mínimo porca. A falta de criatividade bateu forte e mais uma vez conseguiram provar que são incapazes de finalizar histórias com a mesma qualidade com que iniciaram. Se for para tirar uma coisa positiva daí, que seja a determinação do Sam em continuar lutando depois de tanto tempo sofrendo. Ele orando e falando que o Dean merece viver foi bem bonito, uma das melhores partes dos 40 minutos. Além disso, aqueles flashbacks das torturas no inferno foram interessantes e passaram a impressão de que algo surgirá disso. O retorno de Lúcifer e Miguel parece cada vez mais provável…
Enquanto isso, o aparecimento da Billie traz a esperança de menos repetições. O recado foi claro: A brincadeirinha de vivo e morto dos Winchesters acabou. Sinceramente, ALELUIA!!! Ninguém aguenta mais ver todo ano a mesma ladainha eterna de inferno, céu, purgatório e o caralho a quatro. O problema é: Realmente irão levar isso a sério? Falar é fácil, mas a fama de Supernatural (que inclusive foi mostrada nesse episódio em certos aspectos) deixa claro que inovação é algo raro.
A Renesmee da série, a Darkness/Amara, lembrou um pouquinho a Lilith no começo da carreira. Entretanto, a aparência de criança deve durar pouco tempo, já que a criatura conta com um crescimento acelerado. Ela se alimenta de almas e possui certa ligação com o Dean… Sem dúvidas essa está sendo a parte mais curiosa da nova temporada. Torço muito para que aproveitem o seu potencial de ser uma grande vilã em tela. Rowena decepcionou, Abaddon durou pouco tempo, Metatron é um saco… Aqui está a grande chance de emplacar novamente!
Sobre a morte da policial Jenna: Desnecessária. Sobre apresentarem uma personagem feminina carismática e forte para matá-la logo em seguida: Mais desnecessário ainda. Sinceramente, esse machismo na série sempre existiu e, pelo jeito que as coisas andam, os produtores não tomarão vergonha na cara tão cedo. Já estou cansado de ver uma mulher aparecendo somente para ter casinho com algum dos irmãos ou mostrar certa importância e ser descartada como um nada logo depois. Grande parte dos personagens recorrentes acaba morrendo eventualmente? Sim, mas qual foi a última vez que uma heroína recebeu uma história decente que tenha durado, sei lá, mais do que três ou quatro episódios e teve uma finalização digna? O único exemplo que chega na minha cabeça é da Jo e Ellen, dos primeiros anos. Estamos em 2015 e ainda encontramos esse padrão no seriado…
A trama do Castiel, por mais que tenha mostrado o que a gente já esperava vindo dos anjos, apresentou uma melhora em relação a semana passada e é agradável ver que tudo está sendo unificado em torno de algo maior. Ou seja, anjos, demônios, os protagonistas… Todas as suas ações, de certa forma, estão tendo relações com a Darkness e isso revela toda a importância que ela possui.
Apesar dos pesares, ainda é cedo para desistir da nova temporada de Supernatural. Alguns erros aprecem de vez em quando, mas pela primeira vez em muito tempo a história parece demonstrar certa confiança. Os roteiristas parecem ter planejado toda a temporada e dessa forma estamos seguindo o caminho até o ápice. Nos últimos anos a impressão deixada foi de uma colcha de retalhos mal costurada, com eventos problemáticos que não levavam a lugar nenhum. Agora, os mistérios apresentados demonstram que talvez os roteiristas tenham aprendido com os próprios erros. E aí, vocês continuam animados?
Observações:
–“I’m way more of a Daphne.”
-Um minuto de silêncio pela morte do bromance entre Crowley e Dean.
