Fui verificar a posição dos astros no céu na hora do programa porque parece ser a única explicação: o episódio foi bom!!!! De verdade, sem (quase) ressalva nenhuma! Fernanda conduziu direitinho, Dani achou o tom entre o carisma natural e o exagero, Rafa Brites foi bem utilizada no palco B com a Ludmilla e até Paulo Ricardo falou menos besteira que o normal. E, o mais importante, as apresentações de hoje, com uma exceção apenas, foram as melhores da temporada. Numa temporada em que bandas sem sal como Troia, Georgia e GrooVI foram direto para as finais, ver Rockscola e Mato Seco irem pra repescagem prova o quanto o programa foi empolgante. Até o público, que eu subestimei por causa do horário, votou bem, em porcentagens quase sempre muito sensatas. É bom pra gente perceber a diferença entre os dois tipos de público: o que vota e o que simplesmente assiste. Nas fases eliminatórias, pode ser que essa distinção se faça mais clara – com escolhas mais próximas daquelas de quando o programa era no fim da noite – e essa discussão seja mais válida. Agora, ela permite que o programa mantenha um tom mais “familiar” na condução e impede que bandas como Diannah sejam aprovadas.
Diannah – Poeira da Lua
Nessa hora eu achei que o programa ia ser um lixo. Fiquei até interessado no conceito do country pop da banda, mas a execução não foi tão rica quanto a ideia. É estranho falar que o problema de uma banda no SuperStar é a escolha da música, porque são sempre eles que escolhem as canções, mas no caso de Diannah foi isso sim. A vocalista tinha carisma, tinha uma personalidade um pouco bizarrinha que convencia, mas ficou faltando uma energia diferente. Energia essa que os vocais berrados e estáticos dela não foram capazes de suprir. Creio que foi uma escolha ruim de música mesmo. Uma aposta certa seria tentar reformular algum clássico do country norte-americano com essa pegadinha pop. Um Man, I Feel Like A Woman.
Resultado: Diannah foi a única banda eliminada da tarde, com frustrantes 59%, mesmo com a ajuda (?) de Paulo Ricardo.
Negra Cor – Nossa Gente (Avisa Lá)/Wiggle/Ilê Ayê
Depois do flop de Mil Verões semana passada, Negra Cor veio pra salvar o axé music na primeira temporada de Daniela Mercury na bancada. E com glórias. O vocalista, ainda que não seja nenhum Durval Lelys, tem um carisma suave que conquista – que é um perfect match com o axézinho misturado com samba reggae misturado com jazz misturado com música eletrônica – e tem uma performance vocal sólida o suficiente. Um som super maduro, e descolado o suficiente. Curti pra caramba.
Resultado: Numa tarde concorrida, Negra Cor passa raspando pras finais com seus 83%.
Rockscola – Inútil
Depois de The Voicinha, vem aí o SuperStarzinho, estrelando Lucas Marques (já experiente do The Voicinha) e sua banda Rockscola. Que coisa mais fofa (?)! Por isso sim vale a pena abaixar a idade mínima, viu Troia! Lucas continua não cantando tão bem assim, mas a banda toca pra caramba e tem uma energia massa, sem contar toda a abstração envolvida em um pré-adolescente cantando “a gente somos inútil”. Foi uma apresentação sólida, convincente, mas ficou perdida no meio de tantas apresentações boas do episódio.
Resultado: OK, não entendi. Daniela Mercury tava na ferveção toda doida rindo e se divertindo e votou não. Será que ela errou de novo (e comprometeu a aprovação deles, já que os 77% não foram suficientes para mandá-los para as finais)? Parece que nunca saberemos.
2 Reis – Repartir
Hm. De fato, os vocais, a melodia, a letra, o estilo, tudo lembra Nando Reis. Na verdade uma versão empobrecida de Nando Reis. Não me levem a mal, foi uma boa apresentação, mas eu senti falta de alguma coisa que eu não sei bem o que é. E num episódio em que quase tudo me interessou, uma apresentação dessa ficou perdida no meio do bolo.
Resultado: Com 78%, os 2 Reis vão para a merecida repescagem. Espero que me conquistem lá, porque a banda não é ruim.
Playmobille – Linda Rosa
O berro que eu dei quando eu entendi que eles tinham composto Linda Rosa foi real. Já fui num show da Maria Gadú e essa música é uma das partes mais emocionantes do set. Vê-la ‘repaginada’ foi uma grata surpresa. A letra é linda, a melodia é linda e esse arranjo é impecável. A pegada da banda em si é impecável, uma das poucas bandas em que parecia haver uma sintonia energética entre todos os membros nessa temporada – uma observação sutil mas que leva Jamzes, Suricatos e Scalenes longe na temporada. Os vocais são impecáveis – os solos e as harmonias – e ficou aquela sensação boa de ‘quero mais’. Já botei Playmobille na lista de quem pode vencer a temporada.
Resultado: 86% para nossos finalistas em potencial.
Mato Seco – Pedras Pesadas
Mato Seco já tem um certo nome no cenário reggae/hippie/alternê da Grande SP, mas isso não tem nada a ver não, é só informação inútil pra vocês (até porque 90% das bandas tem nome em algum cenário de alguma cidade, né). O que importa é que a banda é totalmente cativante. A letra dessa música é incrível, a banda toca em total harmonia – é uma orquestra reggae, né Dani? – e tem um conceito muito cativante. O refrão de Pedras Pesadas é uma das melhores coisas que aconteceram nesse programa, ainda mais com os vocais do garoto e das duas backing. O meu medo – comprovado pela porcentagem pouco expressiva – é que esse tom de elegância militante afaste o público votante.
Resultado: Mato Seco leva meu coração pra repescagem com 74%.
OutroEu – Coisa de Casa
A gente já viu essa melodia uma 100 vezes. Tem letras parecidas com essa em quase todos os discos de pop rock dos últimos 10 anos. E ainda assim, OutroEu foi novo, de certo modo ousado, e garantiu a maior porcentagem da temporada até aqui – e umas das maiores do programa! A letra é certa, os vocais são certos, a banda é toda certinha, toda no lugar. Considerando que essa é a “estreia” de OutroEu, mal posso esperar pelo wow moment deles na temporada. Pode marcar a história do programa, hem. Eu creio em OutroEu.
Resultado: 93%. All hail the kings.
Bellamore – Come Together
Fica um pouco difícil empolgar a plateia depois da apresentação de uma banda como OutroEu, mas Bellamore, indo da água para o vinho, conseguiu. Com uma proposta baseada totalmente em carisma e energia, a banda tomou conta do palco do SuperStar como se fosse o Palco Mundo do Rock In Rio e deu conta. O vocalista também é incrível, segurou os vocais mesmo com a pulação e tem uma carisma de dar inveja em muita gente experiente. Mesmo não sendo muito minha praia, curti pra caramba.
Resultado: No primeiro episódio, Bellamore teria sido a melhor sem sombra de dúvida. Hoje fica em segundo lugar, com 87%.
Antes de encerrarmos PAUSA pro lacre que foi Daniela e Ludmilla cantando o hino atemporal Swing da Cor. Aqui em casa todo mundo levantou. Parabéns Lud!
Sobe A Tela 1: O episódio foi tão atípico que Daniel estava bem vestido e as hostesses não.
Sobe A Tela 2: Amei Paulo Ricardo se ~emocionando~ com Rockscola. O choro é real.