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Survivor 31×01 – Second Chance

Por: em 29 de setembro de 2015

Survivor 31×01 – Second Chance

Por: em

Quando o Apaixonados por Séries começou, lá em 2009, um dos primeiros reality shows que cobrimos foi Survivor. O tempo passou, os autores do site mudaram e Survivor deixou e ter um espaço cativo por aqui. Mas não poderíamos deixar de cobrir Second Chance. E quem melhor que um veterano para escrever sobre uma temporada só de veteranos?

Nas próximas semanas vocês vão acompanhar as reviews de Guilherme Peres, que fez parte da nossa equipe até 2010 e está de volta pra essa participação especial.  A casa é sua, Guilherme 🙂

De um ano pra cá, quando Survivor atingiu e superou a marca de 30 temporadas exibidas, eu não canso de me pegar surpreso com esse número. Survivor nasceu no ano DOIS MIL. De todas as mudanças astronômicas que eu, você e o mundo vivemos nesses últimos 15 anos, talvez essa seja a única constante: todo ano a CBS produz duas temporadas do melhor reality show já concebido pela humanidade. É muita temporada. É tempo o suficiente pra muita gente ter nascido depois da estreia de Survivor e hoje em dia ser fã. E a minha intenção não é nem esfregar na sua cara a cruel e inevitável realidade de que todos nós estamos envelhecendo rápido pra cacete. Eu só tô mais uma vez me pegando surpreso: como um programa chega em sua 31ª edição e ainda é tão bom?

Com Cambodia, Survivor pela primeira vez colocou o poder da escolha do cast na nossa mão. É de cara a primeira decisão correta que a temporada tomou. É divertido pra caramba votar nos nossos favoritos, torcer por eles, ficar ansioso pelo resultado. E o oposto também é verdadeiro: é divertido torcer contra os participantes mais bestas, xingar as pessoas que consideram Woo alguém interessante de se ter de volta e xingar ainda mais quando ele de fato é selecionado. Só não é divertido descobrir que Shane ficou de fora. Apesar dele mesmo falar que nunca mais vai se submeter ao processo de pré-seleção, não é tão difícil imaginar a produção o encaixando em uma temporada futura. Pena que o timing perfeito era agora.

BOLA PRA FRENTE. Não tem Shane, mas tem Abi, tem Shirin, tem Peih-Gee, tem Ciera, Spencer, Kass, Joe, Stephen. Tem a primeira segunda colocada do jogo. Jesus Cristo, que cast incrível. É um cast muito variado, com gente que joga muito diferente. O episódio deixou claro que tem uma divisão forte entre os estilos: os mais antigos amam seguir o título do programa ao pé da letra. Eles querem sobreviver, vencer os elementos, construir laços, blá blá blá. Os mais recentes já querem pensar em estratégia, descobrir ameaças, saber logo em quem confiar. Não dá pra dizer que um jeito é melhor que o outro (dá sim), é legal respeitar os dois lados (quem eu tô enganando). O interessante é acompanhar as dinâmicas distintas batendo de frente, e ver como uma influencia a outra.

Eu só tenho um pouco de receio que isso vire o motim da temporada. Essa premiere, por exemplo, começou com a maravilhosa, linda e perfeita Shirin formando uma aliança forte com Spencer, Peih-Gee e cia., mexendo seus pauzinhos pra eliminar o Vytas. A edição mostrou tudo de forma bem discreta (isto é, praticamente não mostrou nada sobre como os votos foram armados), mas se a gente se basear pelo que a promo do episódio seguinte mostrou, foi uma estratégia agressiva o suficiente pro Jeff se morder de medo do que esse estilo moderno pode causar. E eu prefiro que, em vez das tribos se dividirem nessa dualidade mais óbvia, os jogadores abram brechas pra jogar uns com os outros de um jeito inesperado. Eu amaria ver a Abi formando aliança com a Kelly.

 

 

 

 

 

Na tribo rosa, que tem uma das buffs mais lindas que eu já vi em uma temporada, meu medo é ver o Stephen sendo eliminado precocemente. Ele já tem um espaço reservado no meu coração por Tocantins ter sido minha primeira temporada, mas de um tempo pra cá venho acompanhando o podcast que ele grava com o Rob Cesterino, de Amazon, e é incrível. Eles discutem o jogo com tanta informação, tantos detalhes e tanto carinho. Mas não deixa de ser engraçado ver como Stephen — alguém que na teoria sabe tanta coisa sobre Survivor — consegue cometer um erro tão bobo quanto o de sumir em busca do idol enquanto toda a tribo se reúne pra fazer fogo. E pior que ele nem encontrou nada. Porra, Stephen.

Já a Kelley foi a maior surpresa do episódio. Jogando com o pai em uma das piores temporadas de Survivor, ela basicamente não teve espaço pra nada de interessante na sua primeira participação. Aqui ela tá tendo a chance de virar o jogo. Bem mais carismática que antes, foi muito fácil torcer por ela nos momentos deliciosamente tensos durante a prova, quando tentava buscar o idol — agora com regras novas, interessantes e que finalmente dão uma mexida em um elemento que já estava meio estagnado de um tempo pra cá. A ideia de esconder os idols nos desafios é simples, mas traz toda uma nova camada não só ao jogo, como também ao ritmo dos episódios. É comum a gente ficar tenso quando alguém está prestes a encontrar imunidade, mas agora a gente também pode ficar tenso quando alguém tenta reunir a coragem de ir atrás dela. E se consegue, é preciso uma boa dose de sorte e habilidade pra não ser visto.

Second Chance foi um episódio tão lindo, tão dinâmico e tão Survivor. Teve duração longa, mas eu nunca sentiria os minutos a mais se não tivesse prestado atenção no reloginho da TV quando o play foi dado. Essa temporada tá cheia de pessoas incríveis e eu tô absurdamente empolgado pra ver cada uma delas ter sua chance de brilhar nas próximas semanas (menos Terry e Jeremy, por favor). Ainda tenho uma série de coisas pra comentar, mas o texto não tem mais estrutura alguma pra eu encaixá-las de maneira coerente. Então vamos partir pra minha salvação divina e preguiçosa, tópicos finais:

– Poucas vezes na vida eu tenho tanto orgulho de ser brasileiro quanto nos momentos em que a Abi aparece na TV. Que PRESENTE pra edição de Survivor ela falando milhões de vezes sobre todo seu aprendizado e maturidade enquanto no acampamento continua fazendo tudo igual.  <3 Nunca mude, Abi, por mais que você diga o contrário.

Shirin atualmente é a minha participante favorita de Survivor. Eu vou QUEBRAR TUDO se ela for eliminada cedo. E não me responsabilizo se exagerar em qualquer comentário que eu faço sobre essa mulher durante as próximas reviews.

– Eu curtia o Vytas, ele foi divertido de se assistir em Blood vs. Water. Mas tá aí um participante que eu não ligo a mínima de ter sido o primeiro eliminado. Começou a temporada sendo irritante, então provavelmente merece o tanto que deve estar sendo esculhambado pelo Aras.

– Apesar de eu implicar com o estilo de jogo da galera old school, de forma alguma eu desgosto das temporadas antigas. Até porque essa diferença de estilo é meio que furada. Alguns dos melhores jogadores são old school, e tem estilos que se encaixariam (e já provaram se encaixar) perfeitamente nas temporadas recentes: Richard Hatch, Sandra, Boston Rob, Rob Cesterino, e por aí vai.

– Eu quase nunca gravo o nome das tribos e, quando vou atrás, sempre esqueço de novo. Decidi deixar de me enganar e só me referir às cores.

Troféu Abi Maria de Melhor Alívio Cômico do Episódio: Terry derrubando uma árvore enquanto Stephen apanha pra quebrar um graveto.

– Mãe, eu tô escrevendo de novo pro Apaixonados depois de 4 anos!!!!


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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