Eu não queria falar que Survivor MacGyver foi o episódio mais pesado que eu já assisti de Survivor. Já tiveram episódios com teor racista, com insultos absurdos e com gente desmaiando em cima de uma fogueira. Mas nada disso nega o quanto meu coração ficou em FRANGALHOS ao perceber que a minha maior torcida dessa temporada seria eliminada. Eu fui dormir triste. Eu acordei triste. Em um dia, eu basicamente passei por cada uma 5 fases do luto — que geralmente é associado à morte, mas “O luto é um processo necessário e fundamental para preencher o vazio deixado por qualquer perda significativa, não apenas de alguém, mas também de algo muito importante, como um objeto, uma viagem, um emprego, uma ideia” ou um participante de reality show. A ordem em que eu vivi essas fases não foi exatamente o que a psicologia consideraria convencional, mas todas elas estiveram presentes.
1. Negação: Não podia ser verdade. Na metade do episódio a edição já deixava claro que Spencer ou Shirin iria embora. Nesse momento eu já sabia que ela seria a vítima dos votos — a tribo verde não ia querer perder outro cara forte nas provas e arriscar ir pra um terceiro tribal council seguido (apesar de esse argumento ter se provado falso nas entrevistas que eu li durante a semana). Mas tinha que ter alguma reviravolta. Como esse programa vai ter a pachorra de eliminar a Shirin desse jeito? Ela já não foi destruída o suficiente na temporada anterior???
2. Depressão: Ok, Shirin foi eliminada. O que eu faço com toda minha empolgação pré-temporada? Jogo no lixo. Pra quem eu começo a torcer? Ninguém, porque obviamente qualquer participante que eu escolher vai ser eliminado. Minha torcida é um fracasso e uma maldição. Eu sempre fui pé frio. Eu fui ao Maracanã 3 vezes na vida e nunca vi o time pra quem eu torcia ganhar. Eu devia ter pensado duas vezes antes de expor publicamente quem era minha participante favorita.
3. Raiva: MAS QUEM EU TÔ ENGANANDO, TUDO ISSO É CULPA DA BURRICE DE SHIRIN E SPENCER. Tudo que aconteceu foi culpa deles. A eliminação do Vytas foi muito agressiva, não precisava tirar alguém forte assim tão cedo (não que ele seja forte de verdade, mas é o que a eliminação aparenta). O começo do jogo é feito pra tirar ao máximo o alvo das suas costas. Parabéns, Shirin e Spencer, vocês fizeram o contrário e colocaram o alvo todinho nas suas. Parabéns por se aliarem a Abi Maria sem saber que o dragão brasileiro precisa de controle constante, incessável e ininterrupto. E EU SEI QUE TUDO ISSO É SINÔNIMO, EU SÓ TÔ ENFATIZANDO.
4. Negociação: Então. Eu não passei pela negociação. Na verdade, eu nem consigo inventar algo decente e engraçadinho pra preencher esse espaço. Desculpa. Eu me esforço mais nos próximos textos se a Shirin voltar. Pronto, negociado.
5. Aceitação: Shirin nunca foi reconhecida exatamente como uma BOA jogadora de Survivor, apesar de eu realmente acreditar que ela possua esse dom. Mas ela é uma pessoa tão interessante de se assistir. Ela sabe muito sobre o jogo, é carismática, e genuinamente me fez aprender a ser uma pessoa melhor na temporada passada. Ela pode ter saído no segundo episódio, mas não diminui em nada o quanto eu admiro essa mulher. No fim das contas, ainda tem gente incrível pra cacete nesse cast e a temporada tá só começando. Se semana passada eu comentei ‘bola pra frente’ sobre o Shane não ter nem entrado no cast, quem sou eu pra não dizer o mesmo sobre a Shirin ter aparecido por mais duas semanas na minha TV? Bola pra frente.
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Ok, eu queria muito escrever tudo isso aí em cima, mas não foi bem uma review sobre o episódio. Tenho um milhão de outras coisas pra comentar:
– Primeiramente, é oficial: eu tenho uma nova torcida. Mas nunca revelarei seu nome publicamente.
– O Jeff (Varner) talvez seja o maior responsável por todo esse meu drama, mas sem rancores. Ele tá sendo um jogador bem esperto e, argh, divertido de se assistir.
– Eu acompanhei várias entrevistas com a Shirin durante a semana e tem tanta informação legal que se perde na edição. Por exemplo: depois do último voto, a Shirin não levantou caladinha com a tocha na mão pro Jeff (Probst) apagar. Ela inventou toda uma história de que o Terry tinha o idol e parece que a galera ficou meio louca com a possibilidade. O que é ótimo, porque eu amaria ver o Terry sendo eliminado por causa dessa pulga plantada na orelha de todo mundo. Outra informação importante é que Shirin não era exatamente a prioridade na eliminação. O Jeff (Varner), na verdade, queria o Spencer indo embora. Era uma obsessão dele desde o início do jogo, e ele só mudou de ideia porque a Shirin foi malsucedida numa estratégia que a edição também cortou: jogar Terry e Kelly contra o Jeff. Eles acabaram não topando e contaram tudo pro Varner, que, aí sim, trocou o alvo dos votos. Tudo isso vale a pena acompanhar nas palavras da própria Shirin.
– A Abi é uma pessoa tão importante pra movimentar um jogo, mesmo que ela não faça ideia do que tá fazendo. Ela foi completamente manipulada pelo Jeff e pelo Terry, mas ao mesmo tempo, acabou de se aliar com o povo que quase a eliminou no primeiro episódio. É uma mistura de inocência e esperteza e, apesar de eu ter bastante convicção de que é uma esperteza bem acidental, no fundo eu acabo tendo dúvidas se ela é ou não um gênio disfarçado (não é) (mas vai que seja).
– Com isso dito, é TÃO absurdo o episódio criar uma narrativa onde a história da Abi se compara à da Shirin emWorlds Apart. Nega todo o peso do assédio que a Shirin sofreu, e ignora que o “sofrimento” da Abi nesse episódio partiu das loucuras dela própria.
– Parabéns ao Savage por não saber demonstrar saudade sem fazer parecer que sua esposa está morta.
– Tribe switch!!! O que é ótimo, porque pode salvar o Stephen de uma eliminação precoce que acabaria mais um pouco com meu pobre coração. O Inside Survivor já divulgou como a divisão ficou pra quem não quer esperar a revelação no episódio de hoje à noite.
– Troféu Abi de Melhor Alívio Cômico: minha cara de trouxa depois de ter escrito isso na review anterior: 
