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Survivor 31×07 / 31×08 – Play to Win / You Call, We Haul

Por: em 13 de novembro de 2015

Survivor 31×07 / 31×08 – Play to Win / You Call, We Haul

Por: em

DOES NOT COUNT.

Se um dia me pararem na rua e por algum motivo perguntarem o meu esporte favorito, eu vou falar Survivor. Se me pararem e perguntarem minha religião, eu vou falar Survivor. Minha comida favorita é Survivor e a cor mais bonita do arco-íris é Survivor. E por mais que nesse primeiro parágrafo eu já não consiga manter a coerência devido ao excesso de empolgação gerado por um episódio perigosíssimo à saúde, a primeira dessas afirmações até que faz bastante sentido.

Survivor é uma atividade que envolve capacidades físicas e mentais, com regras claramente estipuladas e obrigatoriamente seguidas por todo e qualquer praticante, sempre sob a inspeção de um juiz. Existem jogadores em níveis completamente diferentes, mas ao mesmo tempo é um jogo democrático, que permite ao amador e ao profissional jogarem no mesmo nível. É uma forma de entretenimento com incontáveis estatísticas, estratégias e oportunidades pra levantar a voz, xingar, brigar com a família, humilhar amigos e perder a cabeça enquanto se discute o jogo e, principalmente, seus jogadores. É imprevisível, dramático, tenso, sofrido, performático, complexo, brilhante, frustrante. Survivor não só é um esporte, como é o melhor esporte.

E temos uma nova craque.

Pensando de forma bem analítica e racional, a jogada da Wentworth nem era pra ter causado tanta comoção assim. Ela usou um idol e deu certo. Já aconteceu uma porrada de vezes em Survivor, e não é isso que torna um tribal council maravilhoso automaticamente. O que teve de diferente nesse? Vamos por tópicos:

  • É extremamente raro (talvez inédito?) uma temporada em que ninguém nem desconfia que um participante tem um idol antes dele precisar ser usado. A Kelley conseguiu manter um segredo importante pra cacete apenas pra si e conseguiu surpreender até a própria aliança. Ninguém ali NÃO ficou chocado.
  • Além disso, ela usou o idol exatamente no momento em que precisava. Essa é a regra mais básica pra tornar marcante o uso de idol num tribal council, mas até isso pode não ser o suficiente se o jogador com a imunidade for um saco.
  • O que obviamente não é o caso da Wentworth. Ela já vinha fazendo uma temporada divertidíssima, mas pelo amor de deus, olha a POSE desta mulher ao mostrar pra todo mundo que não seria eliminada. Os sorrisinhos, o fist bump, a expressão praticamente gritando COME AT THE QUEEN YOU BEST NOT MISS.

  • A arrogância de se ter uma vantagem de 9 a 3 e mesmo assim não dividir os votos. Eles podiam dividir os votos nas 3 garotas e mesmo assim ainda teriam os números. Mas nãooooo, concentra tudo na Kelley porque numa aliança de três garotas novas e “fracas” é impossível existir um idol. Ver gente arrogante quebrando a cara é a melhor coisa do mundo (e por gente arrogante eu me refiro a cada um dos 9) (até que se prove o contrário) (porém essa arrogância não tira a minha simpatia por boa parte deles).
  • Uma edição que durante o episódio inteiro me fez acreditar que ou Ciera ou Stephen seriam eliminados. Assim que a Kelley levantou com o ídolo nas mãos eu fiquei triste por ela estar desperdiçando a imunidade, já que pra mim era certo que os votos seriam pra Ciera. E no final, também certo de que as três votariam no Stephen, eu PULEI quando surgiu o nome do Savage. É o tipo de manipulação em que eu amo cair.
  • Quebrou recorde. Nunca um idol protegeu alguém de NOVE votos.
  • Cereja no bolo: Abi Maria pisando em cachorro morto. You made it to the jury.

Durante esses últimos dias já saiu uma série de textos e entrevistas com explicações sobre eles não terem dividido os votos, mas no fim das contas tudo leva à mesma conclusão: foram burros e presunçosos. Subestimaram quem não deviam.

Além de todos os méritos da Kelley, eu também tô amando a maneira como a Ciera tá jogando. Os discursos intensos dela claramente servem pra recrutar alguém que se sinta no fundo da aliança gigante, mas não deixam de ser verdadeiros. São discursos cheios de paixão que funcionam bem pra cacete comigo porque é um espelho do que a gente sempre quer assistir no jogo. A gente quer ver a galera trocando de lado, montando blindsides e alianças inesperadas, quebrando os grupinhos aparentemente fortes. Na teoria é tudo tão lindo empolgante. Pena que, na prática, a eficácia do que ela diz ainda há de aparecer (se é que vai).

Se considerarmos a promo do próximo episódio, o Stephen é um dos que mais tem chance de se aliar a elas. Eu torço muito pra que isso aconteça, SÓ QUE TUDO É TÃO DIFÍCIL DE PREVER NESSA TEMPORADA. Menos a eliminação do Joe caso ele perca alguma prova de imunidade. Isso é tão certo que eu quero que não aconteça só pra me surpreender de novo. E já que tô falando de Stephen e Joe: finalmente eu entendi de fato a conexão entre a obsessão pelo Joe e o jogo de Stephen em Tocantins. Eu imaginava que o Stephen visse o Joe como uma espécie de JT, e não o Jeremy. Mas, segundo seu texto pra People essa semana, ele reconhecia, sim, o Jeremy como um JT (enquanto a Tasha seria uma espécie de Taj) (apesar de ela ser uma jogadora muito mais interessante que a Taj). A obsessão com o Joe na verdade vem do desejo de se ter uma jogada importante no currículo. Ele precisa de méritos próprios (e exclusivos) pra se vangloriar caso chegue à final. É algo que faz bem mais sentido do que o que eu andava pensando, e só deixa mais interessante a edição que ele vem recebendo. Se eu pensasse nessa temporada exclusivamente como uma narrativa, Stephen total seria o meu personagem favorito.

Mas no jogo de verdade agora tem uma Wentworth no meio do caminho.

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Só mais uma coisinha:

– Esse episódio foi tão marcante que ficou impossível achar um espaço pra falar sobre o anterior, apesar de também ter acontecido bastante coisa pra se comentar. Vou resumir falando a minha opinião sobre a Kass. Ela é uma jogadora legal pra cacete de se ter numa temporada. Ela agita o jogo. Ela sabe dar boas respostas nos confessionals. Ela é uma participante divertida. Mas Jesus Cristo, ela é uma péssima estrategista e eu estava odiando a amargura hipócrita pra cima da Tasha. Ela criou caos à toa, prejudicial a si mesma, simplesmente porque a Tasha não queria jogar com ela. A ceninha da Kass expondo a Tasha ao resto da aliança soou como criança reclamando pros adultos que o amiguinho roubou seu brinquedo. Ela perdeu o controle que teve no voto anterior (quando salvou o Spencer e eliminou o Woo) e ficou puta. Eu estava curtindo bastante acompanhar a Kass, mas desse episódio em diante, tudo que vem dela me parece forçado. Vontade de aparecer mesmo. Principalmente seu vídeo na Ponderosa e a entrada “”triunfal”” nesse último tribal council mostrando os dedos do meio. (Talvez minha antipatia esteja ainda maior do que o normal pela briga que Kass e Parvati tiveram no Twitter, sendo que Kass, pra mim, não tinha razão nenhuma, enquanto Parvati é Parvati, né, migos.)

– Keith é basicamente a Peggy dessa temporada.


Guilherme Peres

Designer

Rio de Janeiro - RJ

Série Favorita:

Não assiste de jeito nenhum:

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