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Switched at Birth – 4×04 We Were So Close That Nothing Used to Stand Between Us

Por: em 1 de fevereiro de 2015

Switched at Birth – 4×04 We Were So Close That Nothing Used to Stand Between Us

Por: em

O momento em que os personagens de uma série com foco adolescente passam do colégio para a faculdade é sempre conturbado. Os novos núcleos, personagens e tramas nem sempre agradam e a série acaba saindo de sua zona de conforto. Muitas vezes isso se torna desastroso, mas há casos em que essa mudança trás renovações interessantes e ótimas tramas. Switched at Birth com certeza se encaixa no segundo grupo.

Antes de mais nada devo dizer que tenho um carinho imenso por essa série. Ela é como aquele primeiro amor adolescente que lembramos com afeto e um sorriso bobo nos lábios. A sensibilidade com que todos os temas são tratados é incrível e eu tenho uma queda por qualquer drama que mostre famílias, que se apesar de todos os problemas, se mantém unidas (a ficção tem problemas com famílias felizes, só pode!). Isso talvez explique reviews um tanto quanto apaixonadas, no entanto isso não faz de mim alguém cega e sempre que necessário pontuarei os deslizes cometidos pela série. No momento, no entanto, não tenho visto motivos para isso, já que Switched at Birth continua produzindo episódios lindos e interessantes.

We Were So Close That Nothing Used to Stand Between Us foi, até então, o melhor episódio dessa temporada. Talvez a identificação tenha sido o que fez com que eu me apaixonasse por tudo o que nos foi mostrado essa semana, afinal como universitária foi impossível não me ver naquelas situações. Regina não poderia estar mais certa ao dizer que a faculdade muda as pessoas e isso não é necessariamente algo ruim. Lembro de ter me encontrado com alguns amigos do colégio há algumas semanas e termos comentado justamente como todos nós estávamos diferentes. Mudaram opiniões, gostos, ideologias e até comportamentos.

Não é nada premeditado e vai acontecendo aos poucos e é isso o que estamos vendo com Emmet. Um mundo inteiramente novo se abriu diante do garoto, o crescimento intelectual é inegável e, digo por experiência própria, que morar fora de casa contribuí bastante para um amadurecimento. Não há como impedir as transformações e ficar empolgado com sua nova vida é algo natural. A falta de conexão entre ele e Bay também é algo natural e foi interessante o rapaz pontuar que boa parte do descontentamento da garota se devia ao fato da vida dela ser a única que continua a mesma. Deve ser difícil ver a vida de todas as pessoas a sua volta andando para a frente enquanto a sua permanece estagnada. E aqui inicia-se todo o drama Bemmett.

Manter um relacionamento à distância é algo complicado e os ciúmes de Bay eram totalmente justificados, afinal a amiga do namorado já tinha deixado claro que tem algum sentimento pelo rapaz. O descontentamento com a própria vida e falta de sintonia entre ela e o namorado também são fáceis de entender, mas Emmett não está errado ao mencionar que a menina já destruiu os planos do casal uma vez. Ela tinha motivos nobres para isso, mas não muda a bagunça que causou nas vidas dos dois. E se as coisas já não estavam bem entre o casal aquele final promete o término do relacionamento.

Confesso que fiquei muito irritada com aquilo. Sério que teremos que ver a temática da traição na vida da Bay de novo? Tudo bem que agora a situação se inverte, mas nós já não vimos isso na temporada passada? A menina já foi traída uma vez, achou que tinha sido traída pela segunda e traiu duas vezes. Já está de bom tamanho, né? Uma trama mais original para a personagem não faria mal algum. Agora é esperar todo o drama que está por vir e torcer para que as traições envolvendo Bay acabem por aqui.

E se Bay desagrada Daphne só vem ganhando espaço. Mais uma vez me identifiquei com o episódio, dessa vez com todo o caos presente na vida da nossa ruiva favorita. Que atire a primeira pedra o universitário que nunca se alimentou de qualquer jeito (olá, miojo), virou noites estudando, quase enlouqueceu por alguma prova e nutriu uma imensa admiração por algum professor. E é claro que as mães não ficam nada felizes com essa situação, afinal ninguém quer ver o filho ter um AVC por causa de uma prova. Isso abriu caminho para que Regina e Daphne compartilhassem alguns momentos tensos por não concordarem uma com as atitudes da outra, e eu fiquei irritada pela forma como a garota tratou a mãe. Ainda assim,  após uma conversa com Josh ela acabou percebendo a sorte que tinha por ter Regina e as duas se acertaram.

Seguindo a mesma linha “mãezona x filho mimado” tivemos um pequeno conflito entre Kathryn e Toby. O garoto agiu de modo insolente durante boa parte do episódio e gostei de Kathryn ter lhe dado uma lição de humildade. Muito fácil recusar trabalho quando se tem tudo bancado por papai e  mamãe. A vida não é fácil, Toby! No fim, eles também se entenderam e o garoto resolveu ajudar a mãe nas composições de seu musical. Falando nisso, eu simplesmente adorei a música que eles compuseram, além de muito divertida me deixou ainda mais interessada nesse musical.

Por fim, tivemos toda a trama envolvendo Travis e fiquei meio incomodada pela forma que o esporte foi tratado. É claro que a educação é algo primordial, mas esporte também exige esforço, dedicação e pode garantir um futuro. Entendo o lado da Melody e sua preocupação com o Travis, afinal ela praticamente adotou o garoto, mas o discurso da Mary Beth foi simplesmente ridículo e preconceituoso. Também achei a coisa meio exagerada. O garoto acabou de entrar para o time e não é como se ele estivesse desistindo de estudar, talvez um dia isso acontece, mas não era necessário tanta precipitação. Além disso, ele já é bem grandinho para decidir o que quer fazer com a própria vida. A faculdade lhe garantirá um futuro mais estável, no entanto, essa decisão só cabe a ele.

De toda forma, assistimos a um ótimo episódio. Switched at Birth se supera a cada semana e a capacidade da série em trazer acontecimentos cotidianos e de fácil identificação para a tela só me faz amá-la ainda mais. Poucas séries chegam a sua quarta temporada com tanto fôlego e mesmo após tantos episódios é ótimo poder dizer que continua delicioso assistir a SAB.


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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