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Switched at Birth – Vale cada minuto!

Por: em 3 de janeiro de 2012

Switched at Birth – Vale cada minuto!

Por: em

Sabe aquela série despretensiosa, que você resolve assistir em seus tempos ociosos da summer season, e que acabam por te conquistar? Pois esta é Switched at Birth, que foi eleita uma das melhores estreias de 2011 pela equipe do Apaixonados por Séries! Ao ler a sinopse você poderia pensar: “mais uma produção sobre bebês trocados na maternidade. Já vi isso zilhões de vezes!” Sim, realmente todos nós já vimos, mas a série da ABC Family sabe como nos prender. Com uma premissa simples, um estilo família, uma historia leve e um elenco afinado, a série faz valer cada minuto que passamos em frente a TV/computador.

A premissa básica da produção trata de duas adolescentes que descobrem ter sido trocadas na maternidade. Com estilos de vida totalmente diferentes, as garotas e suas famílias vêem-se obrigados a tratar do futuro de maneira unificada, tomando as decisões que favoreçam a todos, gerando, é claro muitas confusões.

Daphne Vasquez é uma menina pobre, com deficiência auditiva, que vive com a mãe, Regina e com a avó. Sua família passa grandes dificuldades e tentam da melhor maneira possível contornar os problemas. Katie Leclerc (que teve pequenas participações em Veronica Mars e, mais recentemente, The Big Bang Theory), a intérprete de Daph, é a grande surpresa e o grande destaque da série. Com uma atuação excepcional, com expressionismo e com transmissão de verdade, é impossível não se apaixonar a cada aparição da personagem.

Bay é uma rebelde sem causa, tomando atitudes, basicamente, para irritar seus pais. Bay cresceu com os Kennish, uma família bem estruturada financeiramente e que sempre realizavam as vontades da filha. Contrapondo a excelente atuação de Katie, vemos, ao menos inicialmente, o fraco desempenho de Vanessa Marano (Gilmore Girls, Six Feet Under) no papel. Em alguns momentos a interpretação da jovem chega a ficar cansativa, já que não há o expressionismo e o envolvimento. Essa defasagem fica ainda mais clara quando Bay e Daph estão em cena, Katie simplesmente engloba a tela, e qualquer outro personagem, principalmente Bay, fica completamente apagado.

Regina Vasquez (Constance Marie – da sitcom Geoge Lopez) é uma mãe muito dedicada e que faz tudo para sua filha, que ficou surda após contrair meningite. Ela se culpa pois na infância da filha, ela sofria de problemas de alcoolismo, e a meningite pode ter se agravado por negligencia. O pai da garota sempre foi ausente, e ela até evitava comentar sobre o mesmo.

Na família Kennish, somos apresentados a matriarca Kathryn (Lea ThompsonBack To The Future), uma mulher astuta, porém preocupada com a opinião da sociedade. Ao se encontrar com a filha trocada, imediatamente se propõe a resolver o “problema” da surdez, para que ela possa ser normal, mesmo contra a vontade de Regina, que defende que Daph  é normal mesmo com sua deficiência. O patriarca Kennish, John (D. W. MoffetFriday Night Lights), é um ex-jogador de baseball que é submisso às decisões da esposa e pouca se expressa, em alguns momentos, apenas, ele defende sua opinião, e sugere praticas não muito adequadas. E Toby (Lucas GrabeelHigh School Musical), o garoto da casa, que é viciado em jogos e musica, e como a irmã, sempre foi mimado pelos pais. A família tenta impor à Daphne o seu estilo de vida, tentando mudá-la paraa mesma escola que Bay estuda, e influenciando as decisões da jovem.

Temos ainda Sean Berdy interpretando o amigo de infância de Daphne, Emmett, que também é surdo-mudo e era apaixonado pela garota, mas viu seu amor se direcionar à Bay, gerando ainda mais intrigas entre as garotas, que em alguns momentos se dão bem e em outros estão em pé de guerra. A desenvoltura de Sean em cena é outra que comove e encanta. Com um jeito meigo, nos emocionou em diversoss momentos, principalmente quando conseguiu expressar seu amor com palavras!

A partir da descoberta da troca, os Kennish sugerem que Regina e sua família se mudem para a casa de visitas. Devido as dificuldades financeiras que estava passando, ela acaba cedendo, e então, passamos a assistir a convivência conjunta das duas famílias. Só que cada um desejar lidar com a situação da sua maneira. Enquanto John e Kathryn pretendem ser mais drásticos,inclusive processando o hospital e, às escondidas, tentando tomar a guarda de Daphne; Regina é mais calma, tenta se reaproximar de maneira casual de Bay e não quer se envolver com pendências judiciais.

Mas todos temos um passado que, muitas vezes, queremos esconder. E com todas as questões sendo levantadas no processo contra o hospital, detalhes dos passados das famílias vem a tona, e nem sempre suas revelações trazem boas coisas.

O drama familiar é muito interessante pois sua simplicidade se assemelha a situações reais, e não se baseia em acontecimentos grandiosos e por vezes inimagináveis para se desenvolver. Os diálogos são inteligentes, nos instigando a procurar as verdadeiras intenções nas entrelinhas. Os conflitos são constantes, e é impossível não tomarmos partido. Só que tudo é tão bem trabalhado que nós mudamos de lado constantemente, ora defendendo Regina e ora entendendo os motivos dos Kennish.

Switched at Birth desenvolve-se de forma inteligente, cativando-nos a cada instante. Não tem grandes pretensões, por isso, possivelmente você se surpreenderá ao assistir a série, a maneira como os produtores consegue transformar os clichês em pontos positivos chega a ser uma aula a outras produções que se vêem recheadas dos mesmos.

A série retorna hoje, com seu décimo primeiro episódio. A emissora encomendou 22 para completar a primeira temporada. Se você quer aproveitar essa mid-season para descobrir uma nova série, com SaB você não se arrependerá! Corre, faça uma maratona e depois venha acompanhar as reviews semanais aqui no blog! Estou te esperando.


Tobias Romanzini

Porto Alegre - RS

Série Favorita: Grey's Anatomy

Não assiste de jeito nenhum: Fringe e séries policiais

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