
Ok, Teen Wolf finalmente voltou a ser Teen Wolf. Ou, pelo menos, algo minimamente próximo a série que aprendemos a amar ao longo dessas seis temporadas. Após sete episódios que me consumiram de desanimo e decepção, me encontro finalmente empolgada. Há um sorriso gigante em meu rosto e eu estou feliz – muito feliz –, porque a essa altura, já nem tinha esperanças que o desfecho dessa história poderia ser decente.

Divulgação/MTV
Sendo bem honesta, não acho que Werewolves of London tenha sido o episódio mais maravilhoso do mundo. Os problemas ainda existem, assim como a sensação de que tudo poderia estar se desenvolvendo de um modo infinitamente melhor. No entanto, esses quarenta minutos resolveram um dos meus maiores descontentamentos com a temporada e conseguiram trazer o clima de “estamos chegando ao fim”.
Pela primeira vez, desde que essa 6B se iniciou, vimos Scott McCall no centro da narrativa. Após o ataque a sua casa que deixou sua mãe, seu pai, Mason e Lydia feridos (ok, você me surpreendeu com essa, Jeff Davis), o alfa se viu obrigado a enfrentar a situação na qual se encontrava, ao invés de simplesmente tentar remediá-la. Com isso, vimos o surgimento de um conflito moral interessante e necessário.

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Matar ou não matar: eis a questão. Scott chegou até aqui com um forte senso ético e de justiça e uma tendência a enxergar o mundo em preto e branco. Para ele tirar uma vida era simplesmente inadmissível e, embora eu tenda a concordar com seu ponto de vista, o rapaz está no meio de uma guerra e, como bem pontuado por Peter, não há como vencer – ou sequer sair vivo de – uma guerra sem derramar sangue.
Scott se encontra, então, em um impasse e na tentativa de formar um exército e descobrir como proceder acabou recorrendo a figuras pouco confiáveis de seu passado. A primeira delas foi Deucalion e, após tudo o que aprontou, o alfa dos alfas parece ter encontrado a paz, decidido se tornar uma pessoa melhor e recusado a violência. É interessante ver essa nova face do personagem, embora me soe levemente forçada, já que é uma mudança muito drástica e não nos foi mostrado nenhum vislumbre dela na última vez que o lobisomem esteve em cena. De qualquer forma, Deucalion é um novo homem e não tem qualquer intenção de usar suas presas para ferir outros seres humanos, mas foi o primeiro a verbalizar o que todo mundo já sabia: Scott só conseguirá vencer Gerrard se o matar.

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Peter, por sua vez, segue sendo a mesma figura pouco confiável e egoísta que não se importa com (quase) ninguém além de si mesmo. Ou seja, o bom e velho Peter conhecemos – e amamos – tão bem. Sua jornada de redenção, entretanto, passa por Malia e, mesmo que não queria admitir, é pela filha e por perceber os sentimentos dela por Scott que ele resolve se unir aos dois. O Hale, de qualquer forma, tem um ponto de vista válido quando diz que a determinação de McCall em salvar todo mundo e nunca sujar as mãos pode acabar fazendo dele um homem morto.
Em meio a tudo isso, Liam e Theo, que seguem uma dupla fantástica, descobriram – de forma quase acidental – um pouco mais sobre o Anuk–Ite, o corpo que está habitando e seus planos de testar criaturas sobrenaturais para descobrir sua outra metade. Foi bom voltarem a esse plot e já estava achando estranho ninguém nem cogitar fazer nada contra a criatura que está gerando pânico e influenciando no comportamento irracional de todos. É apenas o medo que gera o ódio e intolerância? Não, mas combater a fonte desse medo já é uma avanço, especialmente quando ninguém parece ter uma ideia melhor de como proceder na luta contra Gerard.

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Por fim, é preciso comentar sobre como os melhores momentos desse episódio vieram do retorno de Jackson e Ethan. Como um casal. Confesso que nunca havia cogitado a hipótese dos dois juntos, afinal são personagens que jamais haviam interagido. Ainda assim, amei vê-los retornando juntos e se amando. A dinâmica entre eles é incrível e rendeu momentos muito divertidos, algo que Teen Wolf vinha precisando. Além disso, voltar a ver Ethan e toda sua fofura e Jackson mais afrontoso do que nunca aqueceu meu coração e me deixou muito empolgada. É isso que deve ser feito em uma temporada final, Jeff Davis, trazer personagens amados de volta e não focar em coadjuvantes com os quais ninguém se importa.
Sendo assim, Werewolves of London foi o melhor episódio até aqui. As tramas paralelas tiveram menos destaque e o foco voltou para os personagens que deveriam estar no centro de tudo desde o princípio. O retorno de figuras consagradas e amadas como Jackson, Ethan e Peter também foi um acerto, trazendo frescor e aquele tipo de fanservice bem feito e bem-vindo. Ainda assim, nada disso muda o fato que a série continua a enrolar e Scott mais fala do que faz. Faltam apenas três episódios para que Teen Wolf chegue ao fim e o medo que tudo terá que ser resolvido de forma corrida e sem o desenvolvimento necessário apenas cresce. Esse episódio fez a esperança tomar conta de mim, mas, mesmo assim, sigo temendo pela qualidade desse desfecho. Espero sinceramente que meus temores se mostrem infundados!
Observações:
— Lista de pessoas que Scott poderia pedir ajuda antes de apelar para uma alcateia tensa, esquisita e aleatória: Stiles, Derek, Kira, Ethan, Jackson (eles vieram por conta própria), Isaac, Braeden, Cora, Hayden… É claro que nem todos os atores aceitariam voltar pra série – há obviamente uma treta louca entre Daniel Sharman e alguém da equipe, por exemplo – , mas seria infinitamente mais plausível do que isso;
— A coitada da Lydia não passa uma temporada sem ir parar no hospital. Não é fácil essa vida de Banshee;
— Melissa consegue ser maravilhosa até depois de levar um tiro. Se tocarem em mais um fio de cabelo da Mama McCall eu vou atacar;
— Eu estou shipando Jackson e Ethan com tudo que existe em meu ser;
— Deucalion agora é a Universal;
— Aparentemente o Nemeton brasileiro fica em Brasília. No mapa estava no Nordeste, mas tudo bem;
— Estou começando a achar que o Theo realmente nunca será membro da alcateia do Scott, na verdade, ele vai ser um membro da alcateia do Liam;
— Ok, eu amei o retorno do Jackson e amei ainda mais a série confirmar sua bissexualidade (coisa que o fandom sempre soube), mas fiquei incomodada com ele flertando com um garoto e uma garota, quando entra no colégio, estando do lado do Ethan. Quem flerta com duas pessoas ao lado do namorado? Sei lá, sei que a cena queria ser divertida, mas achei que só serviu para reforçar os estereótipos ridículos de bissexuais como promíscuos. Esperava mais, Jeff Davis!
— A gente tem que acreditar que Monroe, que é caçadora há, sei lá, dois meses, conseguiria capturar um lobisomem que foi parte de uma alcateia de alfas e um lobisomem meio kanima? Aliás, como o Jackson pode ser tanto lobisomem quanto kanima?
— Lydia está sendo caçada, levou um tiro, foi mandada para o hospital e ninguém pensou em avisar Stiles?
— Falando nele, é sério que Stiles só vai aparecer no último episódio? Não poderia estar mais descontente.