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The 100 – 2×08 Spacewalker

Por: em 22 de dezembro de 2014

The 100 – 2×08 Spacewalker

Por: em

The 100 - Finn e Clarke

“We’ve all got a monster inside of us, Clarke. And we’re all responsible for what it does when we let it out.”

A Thaís está d-e-s-m-a-i-a-d-a! Isso é tudo o que consigo dizer após esse excelente mid-season finale, que me deixou desesperada ao constatar que a série só retorna em 2015.

Que The 100 samba na nossa cara semanalmente, todo mundo sabe. Que a série se supera a cada episódio e a qualidade só aumenta, não é segredo para ninguém. Como, então, continuamos nos surpreendendo tanto com esse seriado? Bom, essa é uma excelente pergunta e, se alguém tiver a resposta, sinta-se livre para compartilhá-la.

Talvez a morte de Finn não tenha sido exatamente surpreendente – eu mesma já tinha comentando que esse era o melhor caminho e elencado todas as razões para que isso acontecesse – ainda assim, acho difícil que alguém não tenha se surpreendido com as revelações que Spacewalker trouxe e a forma como as situações foram conduzidas.

De qualquer forma, julgo que deva começar essa review falando sobre aquele que foi o grande protagonista do episódido: Finn Collins. Quem acompanha meus textos sabe que não estou satisfeita com o desenvolvimento do personagem. Gostava muito do garoto na primeira temporada e, embora, ache que as mudanças pelas quais ele passou tenham sido interessantes, continuo com a impressão de que tudo aconteceu muito rápido e foi pouco desenvolvido.

The 100 - Finn

Ainda assim, nesse episódio o garoto voltou a ganhar minha simpatia e consegui entendê-lo um pouco melhor. Finn é capaz de fazer qualquer coisa pelas pessoas que ama. Percebemos isso durante o flashback, quando ele assume o lugar de Raven, sendo preso pelo pequeno “passeio espacial” da moça, para que ela, que já havia 18 anos, não fosse executada, e por todas as coisas bárbaras que ele fez enquanto procurava por Clarke.

Aparentemente o rapaz foi tomado pelo impulso (e sua suposta paixão enlouquecedora pela loira) e agiu em um momento de total desespero, sem pensar no que fazia. Isso seria  interessante se tivesse sido bem desenvolvido ou fosse possível perceber todo esse amor da parte do rapaz. A total falta de química entre Eliza Taylor e Thomas McDonell não ajuda muito.  Percebemos que eles possuem sentimentos um pelo outro, mas ainda falta muito para que toda essa paixão avassaladora, e que leva as pessoas a fazerem loucuras, se torne crível. De qualquer forma, o que está feito, está feito e é hora de enfrentar as consequências.

Após muito drama, tentativas de encontrar outras soluções e quase fugas, Finn se deu conta de que estava colocando as pessoas que ama, especialmente Clarke, em perigo e se entregou as Grounders. A atitude foi corajosa e o sacrífico algo belo e até mesmo poético, uma vez que  se considera que o rapaz foi o primeiro a tentar estabelecer a paz entre os dois povos e que sua morte pode ser responsável por isso. A cena em que Clarke mata o amado, o poupando de toda tortura idealizada pelos Grounders, também foi muito bonita e, para mim, um ótimo desfecho para o personagem.

“I love you too.”
“I’m scared.”
“You’re gonna be okay. … you’re okay.”
“Thanks Princess”

No entanto,  tem se especulado bastante sobre o garoto não ter sido morto e isso me incomoda.  Finn teve uma trajetória interessante e seu arco se fechou de forma digna e emocionante (confesso que a cena final me levou às lágrimas). Não é preciso mais nada. Além disso, será muito bom ver como sua morte afetará os outros personagens, o que pode render um espaço maior a Raven. A garota é uma das minhas personagens favoritas e  também brilhou nesse episódio. Seu desespero era palpável e seu grito agoniado ao ver o ex-namorado morto me fez sofrer. Acho que isso foi um dos principais responsáveis por apaziguar os Grounders. Eles não ficaram satisfeitos por perder a oportunidade de ferir aquele que lhes trouxe tanta dor,  o sofrimento de Raven, no entanto, mostrou que, de alguma forma, eles conseguiram provocar a dor que queriam.

The 100 - Clarke, Finn e Bellamy

Isso deixa claro que, apesar de tudo, a moça ainda ama Finn, talvez não da mesma forma que um dia amou, mas o sentimento ainda está ali. Eles passaram por muita coisa juntos, o rapaz foi preso para salvá-la e ela foi à Terra por ele. Os dois têm uma história e como mesmo disseram sempre serão uma família. Sendo assim, não foi difícil entender o ponto de vista da mecânica ao sugerir que entregassem Murphy, aquele que quase a matou e é o responsável pelos danos a sua perna, aos Grounders. Não estou dizendo que concordo com a atitude, e me surpreendi ao constatar que em algum momento deixei de odiar o Murphy e estou gostando dessa sua versão de pessoa quase descente, apenas consegui compreender o que se passava na cabeça da moça. Acho que é algo assim que me incomoda tanto em relação massacre promovido por Finn.

Foi fácil acreditar que Raven faria qualquer coisa para salvar o garoto, foi fácil acreditar em seu amor – talvez por eles terem mantido um relacionamento mais longo, talvez pelos flashbacks, ou talvez simplesmente pela ótima atuação da Lindsey Morgan – contudo, não consegui acreditar verdadeiramente que o que movia Finn era seu imenso amor por Clarke e não convencer o público é sempre problemático quando se trata da ficção.

De qualquer forma, e ainda falando sobre a Raven, acho que a culpa também era um dos sentimentos que se instaurava dentro dela. Talvez  ela tivesse a sensação de que tudo aquilo aconteceu, porque Finn escolheu protegê-la e, ainda que o rapaz tenha salvado sua vida, ela não conseguiu fazer o mesmo em relação a ele. Outra que se remoía em culpa era Clarke, afinal o garoto estava procurando por ela e, de certa forma, fez tudo aquilo por achar que a loira estava morta.

The 100 - Bellamy e Raven

Toda essa análise nos faz perceber que assistimos a mais um excelente episódio. The 100 fecha 2014 com saldo mais do que positivo e, para mim, o único problema a ser apontado foi a mudança abrupta no comportamento de Finn. No mais, tivemos até aqui uma temporada impecável. A série vem consolidando uma mitologia incrível, seu roteiro se mantém ágil, inteligente e cheio de qualidade, o elenco se destaca a cada episódio e as respostas, por que tanto ansiávamos, estão sendo bastante satisfatórias. É evidente que a série cresceu muito em relação à primeira temporada e volto a dizer que ela tem fôlego para muito mais.

Para 2015 podemos esperar muita tensão entre Abby, Kane e Jaha –  afinal já é perceptível que teremos uma guerra pelo título de chanceler –  uma possível trégua entre o povo da Arca e os Grounders, o Mount Weather se estabelecendo como a grande ameaça que é e uma Clarke assombrada pelo que fez a Finn. Espero ver um pouco mais de Octavia, a garota já provou que pode ser uma grande guerreira e acho que isso deveria ser mais explorado, também quero saber como fica seu romance com Lincoln e se o Grounder está verdadeiramente “curado” da fase de Ceifador.

The 100 retorna apenas em 21 de janeiro, o que nos garante um longo mês de hiatus. Espero que todos tenham um feliz natal, um ótimo ano novo e que 2015 traga séries maravilhosas para todos nós.

P.S: Gostei bastante do flashback envolvendo Finn e Raven. Foi ótimo para nos mostrar a relação entre os dois e o que o garoto fez para ser preso. No fim, ele nunca foi verdadeiramente um spacewalker, mas isso me fez lembrar de um incômodo que possuía em re logo no início da primeira temporada.  Ficava me perguntando como alguém supostamente inconsequente se tornou tão responsável em pouco tempo. Agora, tudo fez sentido. De qualquer forma, descanse em paz Finn Collins! 

Que nos reencontremos!


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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