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The 100 – 3×01 Wanheda (1)/ 3×02 Wanheda (2)

Por: em 30 de janeiro de 2016

The 100 – 3×01 Wanheda (1)/ 3×02 Wanheda (2)

Por: em

We’re back, bitches!

Sim, eu vou escrever isso sempre que uma nova temporada de The 100 se iniciar. Dessa vez, ninguém pode me culpar, afinal parece que fazem realmente 97 anos desde a última vez que vimos a Terra pós-apocalíptica retratada na série. Ok. Talvez eu esteja exagerando, mas já faz quase um ano que a segunda parte de Blood Must Have Blood foi exibida e, após tanta espera, tenho direito de me empolgar simplesmente por uma das minhas séries favoritas estar de volta.

O tempo não passou apenas para nós, fãs desesperados, para os Sky People três meses separam o momento em que se encontram da destruição do Mount Weather e muita coisa mudou. Esqueça o Camp Jaha, que engatinhava na tentativa de se tornar um lar, ainda muito rustico. Arkadia é um lugar mais organizado e que se utiliza de muito que foi deixado após a morte dos habitantes da montanha. Ainda assim, a tentativa de manter a paz com os Grounders permanece, pelo menos, por enquanto.

The 100

Sabemos que uma nova guerra está por vir. A Terra retratada em The 100 é um ambiente hostil, dividido em tribos, que rivalizam entre si, ou apenas desejam obter mais poder. Após duas temporadas, já ficou bem claro que cada povo fará o necessário para proteger os seus, sem se preocupar com o mal que possa causar. Essa é uma estrutura frágil e cheia de tensões, na qual qualquer movimento em falso pode causar uma explosão. E há muita coisa acontecendo para desestabilizar esse cenário. Já percebemos que a Nação do Gelo terá um papel importante nesse terceiro ano e até o momento ela desponta como a principal ameaça. A introdução de novos membros da Arca – entre eles a mãe de Monty – também deixa claro que o perigo irá aumentar, principalmente pela figura de Charles Pike e seu ódio generalizado por Grounders.

Ainda assim, apesar de tudo isso ser bastante relevante, a série sempre cativou pelos personagens e as batalhas internas de cada um deles merecem destaque. Os acontecimentos do último season finale foram determinantes e responsáveis por colocá-los no ponto em que estão agora e talvez seja isso o  mais interessante dos dois episódios.

The 100

A questão do pertencimento volta a se fazer importante, principalmente por meio das figuras de Octavia e Lincoln. Não é segredo que a garota nunca se sentiu parte da Arca, o que de fato nunca foi. Depois de anos convivendo apenas com a mãe e Bellamy e sendo considerada uma criminosa apenas por nascer, seu ressentimento pela organização, que assiste ser recriada, não causa espanto. Além disso, o forte vínculo que criou com os Grounders torna tudo ainda mais complicado. É com aquele povo que ela se identifica e a ele que  sente pertencer. Sendo assim, sua vida em Arkadia não tem sido fácil e nos faz questionar de que lado Octavia ficaria se um novo conflito estourasse. Lincoln, por sua vez, acabou abrindo mão de seu povo para ajudar os Sky People e parece estar se ajustando a ele melhor que a namorada.

A problemática do contanto com outro povo também se reflete em Jasper. O garoto caiu em uma espiral de depressão após a morte de Maia, no entanto, além de sofrer pela amada e não conseguir imaginar sua vida sem ela, o que ganha força quando pensamos que ele é um adolescente perdendo o primeiro amor, é perceptível que o fato de ter passado meses no Mount Weather o afeta. Apesar de todos os horrores, ele sabia que haviam pessoas decentes e inocentes ali, mortas sem qualquer chance de se defender. Pensamos na montanha como a grande vilã, mas ali existiam crianças e pessoas que, assim como Maia, tentaram ajudá-los. Dessa forma, saber que seus amigos provocaram uma chacina e ver seu povo se aproveitando desses despojos de guerra mexe com ele mais que com os outros.

The 100

Já que falamos em Jasper fica impossível não pensar em Monty, afinal, ainda que a amizade dos dois esteja abalada, eles formam o maior bromance da série. Ao que tudo indica o personagem receberá maior destaque essa temporada e fico feliz com isso, já que sempre o achei um fofo que merecia mais atenção. Reencontrar a mãe e descobrir as circunstâncias que causaram a morte do pai provavelmente terá grande impacto sobre ele e suas convicções e fico ansiosa para ver mais sobre isso.

Bellamy, por sua vez, ainda não mostrou a que veio, mas vemos novamente sua determinação incansável na busca por Clarke. O rapaz também parece ter um posto relevante em Arkadia e uma nova namorada, odiada por metade do fandom, pelo simples fato de existir, afinal a garota não teve a oportunidade de dizer duas frases inteiras. Raven também não teve tempo suficiente para a exposição de suas questões individuais, contudo, percebemos que a perna voltou a ser um problema, sobre o qual ela se recusa a falar. Conhecendo a mecânica como conhecemos é certo que ela vai sofrer bastante nessa temporada, afinal isso é a única coisa que a garota faz desde que chegou à Terra.

The 100

Tão certo quanto perpetuo sofrimento de Raven é a capacidade do elenco adulto da série ser irritante. Em dois episódios Abby foi questionada infinitas vezes sobre sua capacidade de atuar como médica e chanceler ao mesmo tempo. Algo que faz todo sentido, já que a mulher não tem autoridade nenhuma. Kane ainda não teve nenhuma atitude especialmente inconveniente, mas tenho bastante raiva acumulada da temporada passada. Já Jaha bate todos os recordes e me irrita apenas por respirar.

Se na segunda temporada a trama da Cidade da Luz incomodava, nesta parece completamente deslocada. É fácil prever que os outros plots caminham para um grande confronto entre Grounders e Sky People, mas não faço ideia de onde Jaha e sua cidade espiritual entram em meio a tudo isso. Até o momento não tivemos muitas respostas e tudo soa bastante confuso e pretensioso. Fica até fácil entender Murphy – sim, ele ainda continua vivo, afinal já estabelecemos que ele é imortal como uma barata – e sua vontade de ficar o mais longe possível do ex-chanceler. A verdade, é que essa trama me preocupa pela ousadia – tenho medo de não conseguirmos respostas satisfatórias – e por se distanciar de tudo o que a série tem como essência. O fato do personagem mais insuportável do show estar diretamente envolvido em algo tão megalomaníaco não ajuda muito.

The 100

Já que estou falando em preocupações, preciso comentar a participação do cantor Shawn Mendes na série. Aparentemente, ele é um grande fã de The 100 e minha preocupação não era necessariamente com ele, mas com a notícia de que teríamos momentos musicais nessa terceira temporada. Senti um frio na espinha tentando imaginar como isso poderia se encaixar na série. Ainda assim, após assistir o primeiro episódio meu medo se dissipou. É claro que não havia necessidade da cena em que o rapaz canta, mas ela foi bem feita e fez sentido dentro daquele contexto. Além disso, a música em si foi bem importante em Wanheda (Parte 1). Vale destacar a maravilhosa cena do carro, em que Jasper, Raven, Monty, Bellamy e Miller ouvem e cantam Add It Up. Naquele momento, eles pareciam apenas um grupo de jovens se divertindo, sem grandes preocupações. A cena de Shawn Mendes ao piano, cantando a mesma música, tem um tom parecido. Em ambas há a ideia que de “não estamos mais lutando por nossas vidas e podemos nos dar ao luxo de alguma diversão”, o que se torna verdade apenas por meio segundo, antes que uma nova ameaça desponte. Ameaça que esteve muito mais presente na Parte 2 do episódio.

Por fim, precisamos falar sobre Clarke, ou melhor, Wanheda,  A  Comandante da Morte. Após causar a destruição do Mount Weather e escolher ficar sozinha, a garota tem sido caçada, especialmente pela rainha da Nação do Gelo, que deseja matá-la para conseguir o poder que a garota supostamente conseguiu com a morte de todas aquelas pessoas. Capturada por um caçador de recompensar, no entanto, a moça foi levada até Lexa e o reencontro entre as duas não poderia ter sido mais tenso. Clarke dificilmente perdoará Lexa tão cedo, mas fica para a próxima semana os desdobramentos do reencontro das duas.

The 100

Wanheda Parte 1 e Parte 2, no entanto, estão longe de serem episódios perfeitos e livres de defeitos. O ritmo, especialmente da segunda parte, incomoda. Fica clara a tentativa de pisar no freio e contextualizar o momento em que a série e os personagens se encontram, o que é válido e importante. Contudo, algumas cenas chegaram a ser entediantes e soam como mais do mesmo. Não começamos a temporada passada com uma busca por Clarke, na qual Bellamy estava envolvido? O problema de Raven não era justamente a perna? E se nos primeiros episódios da segunda temporada Finn se desesperava por julgar que a amada estava morta, Jasper se desespera agora pela mesmo motivo. O eterno conflito entre Sky People e Grounders também merece destaque, creio que é possível retratar  isso de uma forma diferente e espero que isso aconteça, afinal The 100 possuí um universo rico e interessante. Há muito a ser explorado para que se invista em uma incessante repetição de tramas.

Observações:

— Seja lá com que a Clarke tingiu o cabelo – que estava bizarro, diga-se de passagem – sai mais fácil que papel crepom;

— Murphy representou bastante em sua mensagem suicida para o Jaha;

— Aparentemente muita gente gosta do Miller e já o estão shipando com o Monty;

— Peço desculpas pelo atraso na review. Além da insana vida universitária pós greve, estava doente, mas a partir do próximo episódio teremos textos semanais.


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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