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The 100 – 3×04 Watch the Thrones

Por: em 14 de fevereiro de 2016

The 100 – 3×04 Watch the Thrones

Por: em

O que diabos está acontecendo com The 100? Entendo que tivemos apenas quatro episódios até o momento, mas essa definitivamente não é a série pela qual eu me apaixonei. Não sei nem por onde começar a elencar tudo o que me irritou em Watch the Thrones, mas, no momento, minha única vontade é estrangular metade dos personagens dessa série. Em apenas 40 minutos vimos a estupidez extrapolar todos os limites e Jason Rothenberg realmente deve estar achando que tenho atestado de otária para comprar facilmente tudo o que foi feito aqui. Talvez esse texto tenha um tom levemente exaltado em alguns momentos, juro que estou tentando evitar isso, mas, duas horas após terminar de assistir ao episódio, permaneço com o desconforto da irritação no estômago.

Desde que os trailers dessa terceira temporada foram liberados se tornou bem claro que veríamos uma guerra efetiva entre Grounders e Sky People, uma guerra na qual os lados não seriam delimitados pelos povos de origem. Embora soasse repetitivo assistir novamente a um conflito com os Grounders, era algo que fazia sentido dentro da lógica da série, além disso, a abordagem proposta parecia diferente de tudo que o já vimos. Agora teríamos amigo contra amigo, irmão contra irmã. Era uma premissa interessante. No entanto, a forma como tudo isso está sendo conduzida soa extremamente forçada. Especialmente pela figura de Charles Pike.

The 100

O novo chanceler tinha potencial para ser um ótimo personagem, daqueles redondos e cheios de complexidades, não fosse pela determinação de atribuir a ele uma figura de vilão, algo que fica evidente tanto pelo roteiro quanto pela interpretação de Michael Beach. Quando se reflete sobre as motivações de Pike, no entanto, elas fazem sentido. Nós conhecemos os Grounders, conseguimos entender as razões que os fazem agir da forma como agem, conseguimos gostar de vários deles. Ao longo das temporadas passamos a enxergá-los como pessoas, como uma comunidade que faz o que é necessário para se manter viva. Vários dos membros de Arkadia também entendem isso.

A Estação da Agricultura, contudo, conheceu apenas seu lado violento e só consegue enxergar a ameaça. Não digo que Pike está certo, longe disso, alguém que acabou de entrar em um ônibus em movimento deveria observar e conversar com as pessoas que estão ali, antes de querer assumir a direção. Digo apenas que ele tinha tudo para ser um personagem humano e interessante, ao invés dessa figura irritante, que em três episódios conseguiu conquistar todo meu ódio.

The 100

Nesse aspecto, acho que The 100 vêm pecando há algum tempo. Na temporada passada ficou claro que ninguém ali era inocente. Em um cenário de luta diária pela sobrevivência não há como ser. Cada pessoa e povo precisa fazer o necessário para se manter vivo, o que inclui atitudes moralmente questionáveis, assassinatos e todo tipo de barbárie. Ainda assim, a série parece tentar determinar quem merece perdão ou não. É claro que acompanhamos os Sky People desde a primeira temporada e eles são os supostos mocinhos da história, no entanto, tudo ficaria mais interessante, e tão complexo quanto é na teoria, se essa dicotomia entre heróis e vilões fosse eliminada.

De qualquer forma, Pike foi convenientemente eleito o novo chanceler. Podemos entender isso como um reflexo do luto pelas últimas mortes, do apoio dado por Bellamy – alguém muito influente em Arkadia, ou pela simples desconfiança que se tem a respeito dos Grounders. Ainda assim, minha sensação inicial foi de estranhamento, porque Pike acabou de chegar ali e, bem ou mal, Kane foi um dos responsáveis por manter todos vivos desde a Arca. É claro que o ser humano é estúpido e, pensando por esse ponto, tudo o que está acontecendo em The 100 finalmente começa a fazer sentido.

The 100

Falando em burrices, está na hora de falar sobre Bellamy. Eu quero arrastar a cara dele nas árvores? Sim! Quero passar com um carro por cima do Jason Rothenberg, por me fazer sentir raiva de um dos meus personagens favoritos? Sim! Bellamy Blake tomou uma das decisões mais estúpidas da sua vida e me deixou extremamente irritada, principalmente por ter me feito lembrar do surto psicótico que acometeu Finn antes de sua morte.

Ainda assim, escrevendo essa review comecei a refletir sobre o personagem e entender um pouco do seu ponto de vista. Embora a decisão repentina ainda me soe forçada e uma pura estratégia para gerar drama, temos alguém que sempre fez o que considerou certo, mesmo quando as circunstâncias pediam uma medida extrema, que é exatamente o que está fazendo agora. Além disso, o rapaz se culpa e ressente por ter confiado em uma Grounder e não confia em Lexa, com toda razão, diga-se de passagem, uma vez que a comandante já os traiu uma vez, criando uma situação que quase custou a vida de todos os Sky People. Não digo que estou feliz ou satisfeita com o caminho que o personagem começa a trilhar, longe disso, mas começo a pelo menos tentar entendê-lo. O que não deveria exigir tanto esforço. Deixo registrado.

The 100

Os melhores momentos do episódio, no entanto, ficaram por conta de Lexa e sua batalha para manter o Trono de Ferro. Quer dizer, sua luta para manter o posto de Heda. Juro que estou tentando não fazer piadas e comparações com Game of Thrones, mas quase ouvi a voz do Tyrion Lannister exigindo um julgamento por combate, enquanto Nia a desafiava. Falando na Rainha do Gelo, ela muito prometeu e pouco fez, morrendo em sua primeira aparição. Criou um cenário caótico, é verdade, mas o que parecia ser uma personagem a ser temida, acabou sendo apenas barulho.

De toda forma, Watch the Thrones foi um episódio com um ritmo lento e poucos momentos empolgantes. Durante a segunda temporada, The 100 me enlouquecia semanalmente, me deixando descabelada e desesperada pelo próximo episódio. Essa terceira temporada, no entanto, não tem mostrado metade da força e do tempero da anterior. Ainda temos muitos episódios pela frente, é evidente, e espero poder voltar a me alegrar com Clarke e companhia, porque ver sua mente vagando para a lista de compras do mercado e os trabalhos da faculdade, enquanto se assiste um episódio de uma das suas série favoritas é extremamente frustrante.


Observações:

— Preciso comentar aquela história do Jasper com as cinzas do Finn?

— Alguém mais quis abraçar o Monty?

— Qual o nível de estupidez da Clarke ao tentar matar a Nia? Sério, que ela achou que ia ser fácil assim?

— Só avisando que se atacarem o Lincoln, eu vou atacar. Brincadeiras à parte, espero que agora o personagem finalmente ganhe uma história para chamar de sua e seja mais que o mozão da Octavia.


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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