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The 100 – 3×07 Thirteen

Por: em 6 de março de 2016

The 100 – 3×07 Thirteen

Por: em

“You were right, clarke. Life is about more than just surviving!”

A Heda está morta. Não há outra forma de iniciar este texto. The 100 tem sido pintada há bastante tempo como uma série corajosa, no entanto, apesar de algumas tramas ousadas e o crescente número de cadáveres em tela, havia tempo que não víamos a série tomar uma atitude tão corajosa quanto matar uma de suas personagens mais amadas. Na verdade, creio que até o momento, isso nunca havia realmente acontecido.

Dentro do restrito quadro de mortes significativas, tivemos Finn, que nunca foi o mais querido dos personagens e se encontrava em um período de verdadeira derrocada; Wes e Charlote, que, ainda que tenham chocado por envolver uma criança matando alguém e cometendo suicídio, não tiveram tempo suficiente para se tornar queridos pelo público; e Maia, uma morte que parece ter afetado verdadeiramente apenas a Jasper. Sendo assim, dar um fim a vida de Lexa se mostra uma atitude corajosa e que terá um grande impacto no desenrolar das tramas.

The 100

Amada enlouquecidamente por uns, odiada com a mesma intensidade por outros, é impossível negar o impacto da Heda. A Comandante dos Grounders fez sua primeira aparição no sexto episódio da segunda temporada e tratou de deixar bem claro que não estava ali para brincadeiras. Líder forte, determinada e capaz de fazer qualquer coisa para proteger seu povo, Lexa surgiu como mais uma das mulheres fortes, empoderadas e inspiradoras de The 100. Foi também a primeira personagem assumidamente homossexual da série. Ainda assim, seu gênero ou orientação sexual nunca foram determinantes em sua vida e história. Lexa era a líder de seu povo e era isso o que importava dentro daquele universo.

A representatividade, no entanto, é algo inegável. Se ainda é raro ver personagens lésbicas no cinema e na televisão, o que dizer de personagens lésbicas em destaque pelo posto de liderança que ocupam? Assim, o legado da Heda ultrapassa a trama ficcional na qual a personagem está inserida, tendo um efeito real em seu público, seja fazendo milhares de garotas e mulheres se sentirem representadas, seja na desconstrução de preconceitos.

The 100

Por tudo isso, acredito que a personagem merecia uma morte mais digna. Ela era uma guerreira e estava inserida e um contexto de inúmeras tensões. Fiquei sabendo de sua morte antes de assistir ao episódio, sendo assim, criei inúmeras conjunturas que poderiam nos levar a esse cenário, nenhuma delas incluía ser morta acidentalmente por um de seus aliados. Não questiono a morte da moça – era algo que o próprio roteiro vinha dando pistas de que poderia acontecer e que certamente será  determinante para o que vem pela frente – a forma como isso de seu, contudo, me desagradou profundamente. Entendo que talvez tentassem investir em um elemento surpresa, ou repercutir a ideia de uma morte repentina e injusta. Contudo, achei a cena simplesmente ridícula e não consegui conter a gargalhada. “Não acredito que após tudo, e com tudo o que vem acontecendo, essa mulher vai morrer assim”, foi o pensei.

Se não houvesse recebido o spoiler, talvez ficasse chocada. Isso, no entanto, não muda que foi um jeito infeliz de matá-la. Havia formas melhores que se despedir de uma personagem importante e tão querida pelo público. Ainda assim, compreendo o que pode motivar a morte da Comandante. Esse provavelmente será o ponto decisivo para o início de uma verdadeira guerra entre Grounders e Sky People, isso sem mencionar o impacto que terá sobre Clarke, que está se saindo uma verdadeira viúva negra, diga-se de passagem. Aproveito o texto para elogiar pela última vez a atuação de Alycia Debnam-Carey, que encontrou o tom perfeito para sua personagem e é uma das responsáveis pelo sucesso de Lexa.

The 100

Por fim, é válido destacar como foi interessante perceber como as histórias dos Grounders e dos Sky People se conectam e ver o aprofundamento da mitologia da série. Há 97 anos, Becca criou ALIE, a inteligência artificial que acompanha Jaha e que foi responsável por causar o que deveria ter sido o fim do mundo. Se sentindo culpada e em uma tentativa de se redimir, a cientista começou a desenvolver ALIE 2, uma versão melhorada, algo que não foi bem aceito pela tripulação da Polaris, aquela que deveria ser a 13ª terceira estação da Arca, levando Becca a retornar à Terra e se tornar a primeira Comandante daqueles que um dia se tornariam os Grounders. Por tudo já mencionado, Thirteen foi um episódio de extrema importância. A partir daqui muita coisa promete mudar e mal posso esperar para descobrir qual será o impacto da morte de Lexa para a série como um todo.

R.I.P. Heda


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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