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The 100 – 3×09 Stealing Fire

Por: em 3 de abril de 2016

The 100 – 3×09 Stealing Fire

Por: em

Um episódio sobre medidas totalitárias, que não se resumem aos acontecimentos ficcionais. Se você acompanha minimamente o fandom de The 100 talvez esteja ciente dos abusos cometidos por Jason Rothenberg, showrunner e criador da série. Especialmente no que diz respeito a Ricky Whittle, intérprete de Lincoln. Embora não tenhamos todos os detalhes, a mãe do ator se manifestou no Twitter, no início de março, mencionando o bullying (por falta de palavra melhor) que o filho vinha sofrendo. Algo que faz todo sentido, quando se considera que Jason tenta controlar até mesmo as redes sociais do elenco, e que deveria ter atingido um nível sério para a mãe do moço chegar ao ponto de se revoltar na internet.

Além disso, há relatos sobre cenas de Ricky sendo propositalmente cortadas e de todo tipo de tentativa de diminuir seu tempo em tela. Sendo assim, e após as recentes notícias de que Whittle irá estrelar um novo seriado, era evidente que em algum ponto dessa temporada veríamos a morte de Lincoln. Ter essa consciência, contudo, não fez com eu que estivesse preparada para o que estava por vir. Conhecer esse contexto, por outro lado, transforma um simples incômodo de fã em revolta. Ver a morte de um personagem querido nunca é fácil, mas saber que há praticamente uma vingança pessoal por trás disso, leva a situação para outro extremo.

The 100

De qualquer forma, e como único consolo aos fãs de Lincoln, temos o fato de que pelo menos esse personagem teve um desfecho minimamente decente. Sim, estou me referindo a forma patética que Lexa foi morta, algo que jamais irei aceitar. Lincoln, por sua vez, morreu protegendo seu povo e conseguiu até mesmo se despedir de alguma forma de sua amada Octavia, apenas para destruir ainda mais meu coração. Nesse ponto, eles eram o único casal para o qual eu verdadeiramente torcia, além de dois dos poucos personagens de que continuava gostar.

Já que citei Lexa, no núcleo da Polis, sua sucessão era o que estava em pauta e Ontari chegou mostrando que está disposta a tudo para ser a nova Heda. Algo que teria conseguido, se Clarke não houvesse fugido com o “espírito da comandante”, partindo em busca de Luna, a única Sanguinária da Noite que permanece viva, além da própria Ontari. Falando na moça treinada pela Nação do Gelo – e que certamente assumirá o papel de mais nova antagonista da história – alguém mais percebeu o clima entre ela e Murphy? Murphy, aliás, que pode escrever um livro com as mil maneiras de enganar a morte, porque qualquer um em seu lugar já estaria morto há muito tempo. Mas como me apeguei ao personagem, nem vou reclamar.

The 100

Por fim, é necessário comentar os conflitos de lealdade que começam a ficar ainda mais evidente entre os Sky People. No episódio passado, Bellamy finalmente entendeu que apoiar Pike não era o melhor para seu povo, mas reconquistar a confiança de Octavia, especialmente agora que veremos toda a fúria da garota atingir seu ápice, não será nada fácil. Monty também passou por um grande conflito interno, optando, pelo menos nesse momento, por ajudar os amigos. O mesmo se aplica ao namorado de Miller, que acabou até mesmo fugindo com ele, Kane e companhia.

O destaque recebido pelo novo casal, vale a pena ressaltar, está longe de ser inocente, especialmente após a onda de protestos a respeito da forma como os personagens LGBT da série são tratados. É óbvio que esse é um modo da série responder às críticas, mas não chega a me incomodar, afinal em um momento em que os personagens principais andam tão desgastados e irritantes, investir nos inúmeros figurantes de luxo que a série possuí, pode ser bom para diversificar e até mesmo trazer fôlego novo aos episódios.

The 100

De qualquer forma, é justamente esse conflito de lealdades o ponto que considero mais interessante dessa temporada, além de se mostrar como principal diferencial em relação a tudo o que já vimos. Como já mencionei em textos passados, os lados na guerra deixaram de ser definidos pelo povo e começam a se basear nos ideias de cada um, algo mais dinâmico e capaz de propiciar uma maior identificação com o público.

De um modo geral, e quando se ignora os aspectos produtivos da série, Stealing Fire foi um bom episódio. Continuo a sentir que falta alguma coisa e determinados pontos e decisões de roteiro seguem me incomodando, mas o jeito é continuar assistindo e esperar que todos esses problemas se revertam de vez.

Observações:

— Não aguento mais oscilar entre amor e ódio pelo Kane. No momento, voltei a gostar do personagem, mas conhecendo The 100 sigo esperando o momento em que ele voltará a me irritar;

— Falando em Kane, ele e Abby finalmente desencantaram e, para alegria dos fãs do casal, trocaram o primeiro beijo;

— Tão lindo ver Indra dizendo que Octavia faz parte do seu povo;

Mais alguém ficou apaixonado pela música da cena final? O nome é Cloud do Elias;

Nesse episódio também tivemos a morte do Titus, mas não sei se alguém se importa;

— Lincoln foi o primeiro Grounder que conhecemos verdadeiramente e sempre foi um personagem com muito potencial, que infelizmente não teve o desenvolvimento que merecia. Seu relacionamento com Octavia era outro ponto positivo e um dos poucos consensos entre os fãs, que parecem estar sempre em guerra por alguma coisa. No entanto, as arbitrariedades de Jason Rothenberg nos tiraram mais um personagem adorado. R.I.P. Lincoln kom Trikru

 

 


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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