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The 100 – 3×11 Nevermore / 3×12 Demon

Por: em 23 de abril de 2016

The 100 – 3×11 Nevermore / 3×12 Demon

Por: em

Bellamy: What do you do when you realize , you might not be the good guy ?
Clarke: Maybe there are no good guys.”

A reta final de The 100 se aproxima e a série nos apresenta dois episódios com tons discrepantes. Enquanto Nevermore investe em uma trama nostálgica e restrita a um único núcleo de personagens, Demon tenta ousar, fazendo referência aos clássicos filmes de terror protagonizados por adolescentes. Ainda assim, os dois episódios têm em comum o fato de serem diferentes de tudo o que vimos nessa temporada e, mais uma vez, a análise de seu conteúdo torna claro para mim os motivos de estar tão descontente com o que vinha sendo apresentado. Mas vamos com calma, porque há muito há ser comentado.

Comecemos por Nevermore que é, sem dúvidas, o melhor episódio desse terceiro ano. Nele toda a salada de tramas megalomaníacas foi deixada em segundo plano, buscando apresentar algo intimista e cheio de uma nostalgia muito bem vinda. Foi como ser transportada para a primeira temporada, quando tínhamos apenas um grupo de jovens desajustados, lutando para sobreviver em um ambiente hostil. Foi como finalmente reencontrar a série pela qual me apaixonei, mas que anda perdida, tropeçando em um roteiro torto que tenta se tornar grandioso demais.

The 100

Sendo assim, o tom intimista e reflexivo do episódio me agradou bastante. Finalmente tivemos nossos delinquentes originais reunidos novamente e o resultado foi maravilhosamente devastador. Mencionei diversas vezes durante as reviews da temporada passada que ela representava a morte da inocência e as consequências disso atingem seu ápice aqui. Os jovens cheios de esperança e alegria que conhecemos no piloto já não são os mesmos, o que resta agora é apenas um vestígio do que um dia foram. Nevermore coloca o dedo na ferida e deixa explícito que os personagens que tanto amamos estão destruídos e que, ainda que não intencionalmente, acabaram destruindo uns aos outros no caminho.

Não há vilões ou mocinho em The 100. Não vejo problemas em fazer tal afirmação. Até mesmo os mais irritantes e detestáveis personagens, em algum ponto poderão usar a justificativa de que estão tentando sobreviver e fazer o que consideram certo para os seu povo. Julgamentos morais à parte, já está mais do que claro que o mundo da série é cinza, gosto de como isso mostra a humanidade de cada um desses personagens. De um modo geral, todos ali já tiveram atitudes execráveis e ver A.L.I.E brincando com seus psicológicos e jogando verdades indigestas em cada um deles foi maravilhoso.

The 100

Enquanto isso, Monty enfrentava um momento decisivo, no qual se viu obrigado a matar a própria mãe. Confesso que achei forçado o contexto que o levou a tal ato, mas gosto do que isso pode representar para o personagem, que está sempre em segundo plano. Além disso, evidencia que para sobreviver naquele ambiente, eventualmente você será forçado a fazer algo pelo que se arrependerá pelo resto da vida. Nesse caso, as proporções se tornaram gigantescas e certamente será quase insuportável para Monty lidar com essa culpa.

Culpa que é algo que atinge novos patamares para Bellamy e Clarke. Seja como possível casal, ou não, é inegável que os dois têm muito em comum e funcionam bem como time. Além disso, ambos têm as mãos manchadas de sangue e sabem o que é ter que lidar com isso. Bellamy finalmente parece se arrepender de suas atitudes apoiando Pike, o que não o liberta da culpa de suas ações. Já Clarke segue carregando o fardo das vidas que tirou no Mount Weather, algo que se torna ainda pior com Jasper jogando em sua cara a cada cinco minutos que é a responsável pela morte de Maia. Nesse ponto, sequer posso culpar o garoto. É bem verdade que rapaz tem tido algumas atitudes irritantes ao longo da temporada e precisa desesperadamente se erguer novamente, mas não sei como agiria se estivesse em seu lugar. Sendo assim, evito julgamentos.

The 100

Nevermore foi, sem dúvidas, um episódio irretocável. Demon, por sua vez, foi um bastante irregular e, há essa altura do campeonato, um tanto quanto desnecessário. Faltando quatro episódios para o desfecho da temporada, e com tantas pontas soltas e tramas gigantescas para resolver, qual a necessidade de um episódio focado na tentativa de vingança de Emerson? Em outro contexto talvez soasse interessante, mas inserido nesse momento soou completamente sem propósito. Além disso, se a tentativa era criar tensão, não funcionou, pois nem mesmo a morte de Sinclair foi suficiente para me fazer temer pela vida dos demais personagens.

Ainda assim, foi interessante ver como desde os primeiros minutos, o episódio tentou reproduzir a áurea de filme de terror. Primeiros minutos, estes, que mostraram tanta química na interação entre Harper, Miller e Bryan que já quero mais tempo desses personagens em tela. De qualquer forma, voltar a Arkadia fez com que os demônios internos do que resta do grupo original voltassem a se manifestar, em um paralelo interessante com a história contada por Miller, mostrando que é impossível fugir dos seus pecados e dos fantasmas criados por eles.  Nesse ponto, o reaparecimento de Emerson até faz sentido, já que ele é a personificação da maior culpa de Clarke. No entanto, continuo acreditando que esse não foi o melhor momento para trazer o personagem de volta, afinal há tramas mais urgentes precisando ser trabalhadas.

The 100

De qualquer modo, esses dois episódios foram importantes para avançar a mitologia que envolve A.L.I.E, a consolidando como principal ameaça dessa reta final. Algo que toma proporções ainda maiores com a constatação de que ela também assumiu o controle dos Grounders. Sendo assim,  Clarke, Bellamy, Raven, Octavia, Jasper, Monty, Miller, Harper e Bryan se tornam os únicos que podem impedi-la. A morte de Sinclair, então,  se torna extremamente significativa, porque tira de cena o último adulto que tinham ao seu lado, retornando ao contexto da primeira temporada em que precisavam sobrevier sozinhos e sem ajuda. Isso me agrada bastante, porque funciona e sempre foi o maior apelo da série. Focar nesse grupo de jovens e seus desafios é a fórmula do sucesso de The 100 e assistir a esses últimos episódios fez com que eu percebesse como sentia falta disso.

Observações:

— Como foi difícil ver Octavia sofrendo pela morte do Lincoln;

— Murphy segue tendo sucesso em fugir da morte;

— Octavia, Jasper, Clarke, Raven e Bellamy perderam seus amadxs, claramente namorar não é uma boa ideia em The 100;

—Monty certamente assiste a filmes de terror e sabe que é uma péssima ideia seguir alguma música bizarra que começa a tocar do nada;

 —  Se eu  fosse a Nylah ficaria com um ódio mortal da Clarke;

R.I.P. Sinclair


Thais Medeiros

Uma fangirl desastrada, melodramática e indecisa, tentando (sem muito sucesso) sobreviver ao mundo dos adultos. Louca dos signos e das fanfics e convicta de que a Lufa-Lufa é a melhor casa de Hogwarts. Se pudesse viveria de açaí e pão de queijo.

Paracatu/ MG

Série Favorita: My Mad Fat Diary

Não assiste de jeito nenhum: Revenge

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