Sobrevivência. Essa foi a grande questão que deu o tom ao episódio dessa semana e a respeito da qual, direta ou indiretamente, toda a trama se desenvolveu. Talvez possa soar redundante uma série como The 100, que tem a sobrevivência como um de seus principais motes, dedicar um episódio inteiro a desdobrar tal temática. No entanto, a qualidade de Join or Die, assim como a reafirmação de determinados pontos, faz com que eu só tenha elogios para esse décimo terceiro capítulo.

Episódios com flashbacks são tradicionalmente grandes marcos das temporadas de The 100 e mais uma vez não fomos decepcionados. Confesso que os primeiros minutos me fizeram virar a cara, já que estava óbvio que Pike seria uma das figuras centrais dessas recordações. Ainda assim, o que foi apresentado conseguiu ser satisfatório e bastante interessante, especialmente por mostrar um pouco mais de um personagem, até o momento, tão plano. Finalmente tivemos a oportunidade de conhecer o Pike professor e que verdadeiramente se importava com seus alunos. Contudo, seu lado mais radical e violento já se fazia presente, algo que ficou claro no momento em que agride Murphy para passar a lição que pretendia.

Além disso, foi interessante perceber como a evolução de alguns personagens ganhou evidência a partir dos flashbacks. Uma evolução não necessariamente positiva, como é o caso de Jasper, que há muito deixou de ser o garoto brincalhão e incapaz de levar qualquer coisa a sério. Octavia também se tornou mais sombria, algo que, a despeito de todo sofrimento pelo qual tem passado, lhe caiu bem, transformando a garotinha assustada e insegura em uma mulher forte e que luta pelo que acredita.

Por fim, temos Murphy e é impossível falar sobre sobrevivência sem citar o personagem. Já brinquei várias vezes dizendo que ele é como uma barata, mas a verdade é que seu talento para escapar de situações fatais é algo louvável. Sendo assim, foi impossível não abrir um sorriso ao vê-lo dizer a Pike que daria um jeito de sobreviver, porque é exatamente o que o vemos fazendo há três temporadas. Independentemente da situação, ou do que terá que ser feito, John Murphy sempre sobrevive. Nesse episódio, em especial, não só se manteve vivo, mas utilizou seus talentos especiais para prolongar a vida de Pike por tempo indeterminado, já que Indra deixou claro que não desistiu de sua vingança.

Voltando a falar sobre Pike, não que isso me agrade, foi do professor/chanceler que veio a ideia central de Join or Die: para sobreviver é preciso verdadeiramente querer continuar vivo e lutar com unhas e dentes para isso, especialmente nos momentos mais difíceis. Sabemos que esse não é o único fator, no entanto, quando não o desejo de se manter vivo não existe, a luta está perdida e nada mais importa. Querer viver é o que te motiva a lutar, aprender e se virar nos trinta sempre que é necessário.

Já que o assunto é sobrevivência, como não mencionar Luna e seu povo? Viver no meio do mar, completamente isolados e tomando cuidados para manter sua localização secreta são estratégias muito inteligentes e elementos que me deixam bastante empolgada para conhecer esses novos personagens, seus modos de vida e tudo o que podem acrescentar à mitologia de The 100. Nesse ponto, vale destacar o quão maravilhoso e surpreendente foi finalmente descobrir onde era tão secreto lar da última Sanguinária da Noite.

Por fim, chegou a hora de falarmos sobre Kane e os momentos de pura agonia protagonizados por ele. Ao longo dessas três temporadas vimos todo tipo de crueldade, mas um crucificamento foi algo completamente novo e desesperador, provando que nada bom pode vir do “reinado” de A.L.I.E, que está mais do que acostumada a usar a dor para conseguir o que deseja. É preciso ressaltar como a cena foi esteticamente impecável e como a série abusou do sangue nesse episódio, mostrando que Clarke, Bellamy e companhia precisam se apressar e melhorar sua capacidade de persuasão, convencendo Luna a aceitar o mais rápido possível o título de Comandante.

De qualquer forma, Join or Die foi um bom episódio, capaz de me manter interessada do início ao fim e despertar minha curiosidade pelo que está por vir. A promo de Red Sky at Morning deixa claro que teremos um episódio eletrizante na próxima semana e realmente espero que essa qualidade se mantenha nessa reta final, encerrando com dignidade uma temporada que se mostrou bastante irregular.