Lembram que na semana passada eu falei sobre escolhas? Pois é, aparentemento o roteiro de The Big Bang Theory está fazendo o possível para proporcionar as melhores. Por mais que The Graduation Transmission não tenha sido o mais engraçado ou inteligente de todos, ele foi importante – não tanto pelo desenvolvimento da trama, mas pelos significados dos plots.
Começando pelo que deu nome ao episódio, Leonard foi convidado a fazer o discurso para formandos do ensino médio em sua antiga escola. Aqui, temos, de longe, o melhor do episódio. Saindo do looping de brigas dele com Penny por causa da carreira da moça, mais uma vez ela mostra seu amadurecimento ao permitir que ele fizesse o discurso mesmo não estando presente em New Jersey. Foi um belo gesto de entrega. Ela sabia o quanto esse momento seria especial para o noivo. O que não esperávamos é que seria tão especial para todos, com palavras de sabedoria e humildade. Leonard pode ser, muitas vezes, um bobão. Mas ele soube expressar o que é ser uma criança humilhada que dá a volta por cima sem se gabar por isso. Mais que um bom plot para um personagem que estava precisando de um up, foi uma lição de vida.
Do outro lado da narrativa, Raj estava sofrendo as consequências de ser um filhinho de papai. Com as contas indo direto para o Sr. Koothrappali, seu “estilo de vida idiota” foi exposto e deveras desaprovado. Afinal, ele comprou um drone que custou um mês de aluguel, isso não é nada perto de pouco. A solução encontrada pelo pai foi cortar a “mesada” de Raj – e, por trás daquela carinha de anjo, podemos ver a mente controladora. Jogando com a situação, ele não só conseguiu que o pai voltasse atrás em sua decisão, como também que a mãe entrasse na jogada para patrociná-lo. Com tanto dinheiro assim, agora não há mais preocupações com devolução de brinquedo ou com o que manteria seus caprichos.
Por fim, aproveitando dos gastos exorbitantes de Raj estavam Sheldon e Howard. De início, eles só precisavam encontrar um jeito de fazer o helicóptero funcionar para garantir a diversão de todos. Com um processo de calibragem de tirar a paciência, Howard se coloca à prova frente ao amigo mais “exigente” (vamos colocar nessa palavra, pra não dizer pior). Ele, que sempre sofreu de uma “leve” implicância por ser o pequeno engenheiro no meio dos cientistas, abraçou a responsabilidade de desmontar o brinquedo e fazê-lo funcionar com maior facilidade. Podem ter sido aqueles anos de descrença em seu trabalho ou apenas um certo pânico de concluir a tarefa, mas ele tremeu. O helicóptero dando sinais de estrago por algum tempo para, logo em seguida, ganhar vida e aterrorizar geral foi uma solução engraçada para os telespectadores – mas um tanto ruim para a confiança de Howard.
E mais:
– Do meio da temporada para cá, parece que o roteiro está investindo ainda mais na cena inicial dos episódios. Noto isso porque está cada vez mais difícil selecionar o melhores quotes desses poucos minutos – são tantos e tão engraçados.
Raj: Do you own a T-shirt cannon?
Howard: Why would he own a T-shirt cannon?
Raj: I don’t know. Why do I own one?
– Não poderia imaginar que a Penny seria uma expert em pack light. Só queria saber como ela consegue, isso é utilidade pública.
– “Don’t worry. He went to MIT. He can solve any problem, as long as it doesn’t originate in a Russian man’s colon” – gosto tanto quando eles recuperam alguns plots de maneira inteligente.
– Aparentemente, o plot dos meninos com o helicóptero surtiu algum efeito na interação entre eles. Todos sabem que Sheldon é louco por trens. E não teria prova maior de amizade que confiar um de seus brinquedos preferidos nas mãos do engenheiro.
Sheldon: I hear locomotive smoke is the second leading cause of death amoung train aficionados.
Raj: What’s the first one?
Howard: Suicide.
– Não tem como não comentar a cena em que o Howard liga para o suporte técnico e o telefone do Raj toca. Melhor sacada!
– “What happened to me? When did I become an old man baffled by modern tecnology? Next thing you know, I’ll be hitching my pants up to my armpits and complaining about the awful music the kids listening to” – oh, a arte. Ela realmente sabe representar a vida às vezes.
– Sobre a Emily: introduzem a personagem e raramente lembram da existência dela. Por um lado, entendo que seria uma quantidade muito grande de personagens para se trabalhar, com o risco dela se tornar uma figurante de destaque (como tem sido o caso da Bernadette ultimamente). No entanto, a presença dela é tão boa para o desenvolvimento do Raj! É uma pena que esteja sendo tão mal explorada.
– Amy ficou mais apagadinha que a Bernadette nesse episódio, coitada.
Mesmo com a queda na qualidade, The Big Bang Theory ainda mantém mais 14 milhões de telespectadores toda semana. Esse número pode ter caído consideravelmente desde o início da temporada. Mas continua sendo a sitcom de maior audiência da televisão americana. E, por isso, ainda há esperanças de que as duas próximas temporadas venham com mais gás e boas histórias.
A dois episódios do fim da oitava temporada, muito foi prometido para pouco tempo. Semana que vem em The Maternal Combustion, teremos a participação da mãe do Sheldon, que sempre uma boa movimentada na trama. Quais são expectativas? E sobre o episódio dessa semana, o que acharam? Venham comentar comigo!
