Intenso. Provavelmente essa é uma das poucas palavras capazes de descrever esse episódio. Nessa semana, The Exorcist nos apresentou um novo capítulo em sua história. Cheio de revelações e reviravoltas, a série ainda aparenta ter muito que contar. Todas as peças foram colocadas em suas posições, mas uma peça chave ainda está faltando nesse tabuleiro. Ele está vindo.
Dando continuidade aos eventos passados, Angela finalmente começa seu encontro com Casey. Claro, mais profundo do que isso, ela começa seu encontro consigo mesma. Regan sempre foi uma jovem deixada de lado pela mãe. Pelo menos, esse era seu sentimento. Ela sentia que a mãe se preocupava mais com sua carreira do que com ela, mas será isso verdade? Pode ser estranho, mas existem diversas formas de amor. Chris nunca foi boa em demonstrar seus sentimentos, mas era nítida sua preocupação com a filha. Para ela, aquele tabuleiro era apenas uma brincadeira inocente, mas foi essa brincadeira que começou a cavar sua própria cova. Ela pode não ter sido um exemplo de mãe, mas foi o exemplo de alguém que buscou o verdadeiro perdão. É triste ver que tudo acabou logo quando o relacionamento delas estava melhorando. Nesse momento, é impossível saber o que acontecerá com Angela. Será que ela é forte o suficiente para resistir ao demônio? Nos episódios passados, ficou claro que ela sentia a ausência da mãe e sua volta conseguiu reviver esse sentimento. Como uma criança, ela se agarrou nessa nova oportunidade. Agora, sua mãe não está mais com ela. Quem poderá salvá-la?
É interessante ver como a inocência da mãe se projetou na filha. As duas sucumbiram ao mesmo erro e acharam que estavam livres dele. Casey pode ter se livrado do demônio, mas como viverá com os traumas deixados por ele? Ainda, como será sua reação ao saber que a própria mãe voltou a ser possuída? Ela sentiu o inferno, mas agora irá ver a própria mãe passando por ele novamente. Não é possível dizer com certeza, mas será que Angela se sacrificou pela filha? Durante todo o exorcismo, era possível notar que ela cedia mais a cada vez que via a filha em sofrimento. O reencontro com o demônio em sua mente pode ter sido responsável por trazer de volta o sentimento do início, mas foi seu amor pela própria filha que a fez ter coragem para dar esse passo. Ela sabe como expulsá-lo, mas alguém irá precisar lembrá-la disso. E, no meio de tudo isso, fomos surpreendidos com mais uma camada da personagem. Alguns podem ter achado uma carga dramática grande demais, mas é nítido que esse aborto foi responsável por intensificar o amor pelas filhas. Foi graças a ele que ela entendeu a dor de deixar um filho para traz, de modo que soube lutar com todas as suas forças para proteger a filha.
Henry, por sua vez, ainda está se recuperando. Mas, apesar de todas as tribulações que está enfrentando, ele ainda busca se manter forte pela família. Chris não apenas o lembrou de seu dever como pai, como também o lembrou de Kat. É bom ver o destino da garota sendo discutido. Até o momento, ela foi a personagem com o menor desenvolvimento na série. Ao analisarmos as cenas até o momento, é possível ver a relutância do roteiro em apresentá-la. Ela possuí profundidade, mas suas aparições poderiam ser substituídas ou retiradas sem nem chegar a interferir no resultado final. Mas, agora que a trama da família MacNeil chegou ao fim, esse talvez seja o momento de desenvolver a trama da família Rance de forma geral. Sem a mãe, Angela precisará de sua própria família. Henry ainda se esquece de muitas coisas, mas será que seu amor será capaz de lembrar a esposa de quem ela é de verdade? As coisas parecem estar ficando mais sérias e incertas, dificultando qualquer ideia de uma possível resolução.
Nesse momento, é importante falar sobre a relação de Marcus e Tomás. Os dois padres não apenas se tornaram amigos, mas também conseguiram ajudar um ao outro. Marcus precisava de algo a mais para fortalecê-lo. Após a morte do garoto, ele não sabia mais se era capaz de continuar. Ele era um exorcista, mas esse dom aparentava ter sido exorcizado. Foi graças ao companheiro que ele conseguiu juntar forças para continuar. Ele achava saber o que era melhor para Casey, mas foi a presença da mãe no quarto que conseguiu despertá-la. Foi bom, por pelo menos um momento, vê-lo feliz com um possível final feliz. Ainda, é importante notar a confirmação de algo deixado subentendido nos episódios passados. Marcus não aconselhou Tomás a esquecer Jessica por achar que era o certo, mas sim por saber que era. Assim como o amigo, ele também enfrenta seus próprios problemas. Não apenas seria um grande escândalo na igreja a descoberta de sua sexualidade, como também poderia impedi-lo de seguir o caminho que escolheu. Ele precisa conviver com esse segredo para ajudar as outras pessoas. Ele precisa, na maioria das vezes, impedir a própria felicidade para poder garantir a de outras pessoas.
Já Bennett, que teve um grande crescimento ao longo dessa temporada, acabou sendo vítima de sua própria fé. Sua morte ainda é incerta, mas é pequena a chance de ter sobrevivido ao ataque. Desde o começo, seu problema foi agir sozinho. Ele confiou nas pessoas erradas e, infelizmente, acabou pagando por isso. De todo modo, foi graças a ele que uma parte do plano foi descoberto. Mas, como tudo parece longe de ter um final feliz, ainda há muita coisa pela frente. Ele está vindo, mas o que acontecerá quando ele chegar? O ritual foi realizado, mas qual será o objetivo? Em sua fase final, é nítido a quantidade de respostas ainda em pendência na série. Marcus tomou a frente dessa trama, mas o que acontecerá com Angela? Ela precisa de toda a ajuda que puder, mas quem será forte o bastante para conseguir ajudá-la? Será que Tomás será o escolhido para isso?
E, falando no padre, seus problemas parecem aumentar a cada dia. Ainda não é certo o motivo de Maria Walters querê-lo tanto, mas é possível ver que o mesmo está indiretamente envolvido em tudo. O dinheiro que ele aceitou o marcará para sempre. Ainda, se ele estiver envolvido nessa trama, para quem Angela irá pedir ajuda? E, se ele for levado para o outro lado, será que veremos um possível confronto entre os padres? Claro, é impossível não notar que seu relacionamento com Jessica acaba interferindo completamente na história principal. Afinal, além de ter que lidar com vários problemas, ele ainda precisa lidar com seu próprio relacionamento amoroso. Não é possível ter certeza do que irá acontecer, mas será que quando seus superiores descobrirem, ele possa vir a ser chantageado? Talvez ele aceite entrar para o grupo pela proteção de seu grande amor. E, mesmo não sendo muito provável, esse talvez seja o único meio de fazer com que o relacionamento dos dois seja importante para a história. Afinal, em termos amorosos, Tomás não passou por nenhuma evolução significativa, somente o atrasou em outros termos.
No geral, The Exorcist parece surpreender mais a cada semana. Nesse momento, o futuro de todos os personagens se encontra incerto. Faltando apenas dois episódio para sua conclusão, é impossível não criar centenas de expectativas. É importante lembrar que a série ainda não teve sua renovação, mas já foi anunciado que cada temporada contará uma história fechada. Resta saber se conseguirão fechar esse primeiro ano de forma satisfatória.
Observações:
–Na vida eu sou o crush do Marcus. Quando acho que vai, não vai.
–Palmas para a equipe de maquiagem e fotografia. Cada episódio me satisfaz mais nesses quesitos.
–Se girar a cabeça pode matar o possuído, como Angela conseguiu sobreviver? Pode não ser de grande importância, mas é um erro de continuidade.
–Amo a Madre Bernadette. Espero que ela apareça novamente.
–“Can you hear the angels? Can you hear them singing?”. Arrepiei e não foi pouco.
–Muito bela a homenagem à nossa querida Nazaré Tedesco.
–O próximo episódio será exibido apenas no dia 09/12.
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