Lidar com a perda é sempre difícil, seja ela física ou material. Foi disso que Plastique falou.
O título do episódio imediatamente me remeteu a um de mesmo nome da falecida Smallville e por isso fiquei bastante feliz de ver que The Flash escolheu um caminho diferente daquele trilhado pela série do Clark para representar Plastique – uma das vilãs clássicas da DC. E, mais bacana do que isso, é o roteiro ter mudado também a forma de tratar os meta-humanos, até então sempre como vilões e, aqui, como uma vítima – o que, em grau maior ou menor, todos, de fato, o são.
A interação entre Bette e Barry foi bacana exatamente por isso: Pela primeira vez, o velocista escarlate teve alguém com quem conversar sobre o que aconteceu na noite do acelerador de partículas. Digo, alguém que, DE FATO, entende e sente as mesmas coisas que ele. Não um ombro amigo, como Caitlin, Cisco e (há controvérsias aqui) Wells. E, por isso mesmo, sua morte foi triste. Não enxergo outro final que poderia ser dado à personagem diante das circunstâncias (convenhamos, seu poder é muito mais letal e perigoso que o de Barry), mas Allen merecia mais um tempo com alguém igual a si.
Especialmente agora, que sua relação com Iris afundou temporariamente.
Se a personagem tivesse uma atriz mais expressiva, provavelmente este drama seria mais forte. Por agora, temos que nos contentar com Grant Gustin levando-o nas costas, o que ele o faz muito bem, vale ressaltar. Uma das melhores cenas desta semana foi o desabafo dele com Joe após descobrir que a garota começou a procurar o Raio por sua causa; para tornar possível o impossível.
Como jornalista, digo que a sede de Iris é compreensível e ela provavelmente não vai sossegar até descobrir quem é o homem por trás da máscara vermelha. Acredito que sua relação com Barry já volte ao normal antes disso.
O que não consigo comprar bem ainda é o futuro romance entre os dois. Falta química, falta emoção, falta alguma coisa. A paixão platônica de Barry é bonita, mas não convence ainda. É algo a ser visto pelo roteiro e a hora é essa, antes que o casal fique junto de fato e seja tarde demais para remediar um erro deste tamanho. Não dá pra contar nos dedos a quantidade de séries que pagaram o preço por escolher casais errados.
O maior mistério da série, contudo, continua sendo Wells. Nunca dá pra saber o que ele está pensando e eu me surpreendi ao vê-lo pedir que Plastique matasse o tal do Eiling. Claramente, os dois possuem contas a acertar do passado e é algo bem maior do que o acordo que nos foi apresentado. Na minha cabeça, veio a ideia de Wells ter rejeitado a parceria com Eiling por querer ele próprio criar algo parecido com super armas/super soldados… Não sei.
O que parece ser fato concreto é que o doutor não é uma pessoa a se confiar e Barry, Cisco (que, olhem só, deu nome a mais um meta-humano!) e Caitlin tem alguma coisa a temer. Até que nível, teremos que esperar pra ver.
PS. Raio, Iris? De verdade? Não tinha um nome melhor?
PS². Gorila Grood is coming! Pra quem não sabe, Grood é um dos vilões do Flash no universo dos quadrinhos! Bem curioso o fato de Wells estar diretamente ligado à ele.
PS³. A conversa de Barry (vestido de Flash) com Isis foi um dos pontos altos do episódio.