Ao assistir esses dois episódios de The Flash, a grande impressão que eu tive foi de que a série deu uma freada no ritmo. Talvez os meta-humanos não tenham sido tão empolgantes (e como eles tomam a maior parte do episódio, deveriam) ou foi eu que simplesmente comecei a me acostumar com o tom que a CW escolheu para imprimir ao seu novo hit. De qualquer forma, isso não quer dizer que a série tenha ficado ruim, longe disso. Ainda é melhor que boa parte das estreias dessa fall season e provavelmente entre no meu Top 10 de estreias de 2014. Vamos ver como ela vai se comportar até o hiatus que bate à porta.
O grande X do seriado até agora, discutido nos dois capítulos, é a dualidade de Wells. É magnífico não saber exatamente quais as reações intenções do cientista e até que ponto ele está realmente do lado de Barry. Em The Flash is Born, por exemplo, descobrimos um pouco do seu passado e vemos o conflito com Joe quando o mesmo decide avançar nas investigações da morte da mãe de Barry. De fato, é coincidência demais (e é óbvio que tem mais coisa aí do que parece) que Wells tenha chegado à cidade logo depois do crime e quando a gente pára pra pensar ainda toda a relação bizarra que o cara tem com o futuro, fica ainda mais claro que ele esconde muita coisa.
Na minha cabeça, de alguma forma, Wells está diretamente ligado à morte e ao Flash Reverso (que ainda tenho minhas dúvidas se será Eddie, como a grande maioria dos fãs aposta). Pelas suas conversas com Gideon e seu aparente desespero, fica também o questionamento de o que ele quer exatamente: Deixar que o futuro (onde o Flash desapareceu) permaneça intacto ou alterá-lo, seja para apagar de vez a existência do nosso velocista escarlate (opção que eu descarto) ou para impedir que ele desapareça.
Por enquanto, tudo o que podemos é especular. O fato dele colher uma amostra de sangue do Blackout para entender como ele conseguiu tirar os poderes de Barry também soa suspeito, bem como sacrificar a vida de Tony para manter Barry e os outros vivos, em Power Outage (ou ao menos era isso o que ele queria que seus pupilos acreditassem). O que eu sei de certeza até então é que esta tem sido, de longe, a trama mais empolgante da série.
Diferente da busca de Iris pelo Flash (que agora finalmente ganhou nome oficial!), que é chata, sem graça e não empolga. Talvez muito da culpa se deva ao fato da própria personagem não passar carisma alguma (assim fica difícil se conectar com qualquer história que a ela for dada), mas é irritante vê-la ignorando os conselhos de Eddie, de Joe e de Barry/Flash e seguindo com essa obsessão do blog. É quase um desejo suicida e o que eu poderia recomendar é que ela fosse interditada antes que faça algo que possa lhe levar a própria morte.
O mais bizarro de tudo é que mesmo depois de ter sido isca pra Tony Woodward (o famoso Viga) em The Flash is Born, ela não desiste. O personagem, aliás, foi bem inserido dentro do contexto da série (e vejam que aqui eu não entro no mérito da adaptação do Tony dos quadrinhos para a TV, porque é preciso entender que lidamos com mídias distintas e sempre vão existir mudanças para que o formato se adeque) e foi um pouco triste vê-lo sendo “sacrificado” por Wells logo no episódio seguinte. Mesmo conhecendo a identidade de Barry (no que, obviamente, residia um perigo), acho que ele poderia ter rendido um pouco mais dentro da história. Pelo menos ele trouxe uma discussão (ainda que BEM rasa) sobre bullying. CW sempre procurando tocar em temas que mexem com seu público alvo, eu achei que estava mesmo demorando para que isso começassem a acontecer em The Flash (só não vamos tornar uma série teen, por favor).
Eddie é outro personagem que vem ganhando destaque e parece que o roteiro da série entendeu que deixá-lo com Iris só o faz mal. Suas recentes interações com Barry são boas e provam que o policial pode render muito mais do que aparentava anteriormente. Se ele é o Flash Reverso, ainda não existem argumentos suficientes para comprovar isso (além da semelhança no nome com o Reverso mais clássico dos Quadrinhos), mas o fato dele estar cada vez mais se ligando a Allen pode ser um sinal de que, sim, as teorias não são tão infundadas assim. Existe também a hipótese de o Reverso que matou a mãe de Barry ser uma versão do futuro de Eddie e não essa que conhecemos, o que me agrada um pouco mais, mas ao mesmo tempo me deixa pesaroso quanto ao fato da série se enveredar por tramas assim, que quase sempre deixam buracos de roteiro por onde passam.
Uma coisa que pesa mais a favor desta última teoria é o fato de Eddie não ter se curado tão rapidamente quanto Barry costuma, quando foi baleado pelo Rei Relógio (em uma participação especial de Robert Knepper, depois de ter aparecido em Arrow). A inserção do personagem, aliás, foi bacana e mostrou que a série consegue lidar com dois vilões por episódio, já que no mesmo, tivemos o Blackout. Só espero que isso não vire moda, ou vai acabar ficando chato.
Algumas outra considerações:
– É intrigante esse papo do Wells de que a velocidade é o ponto chave.
– Cisco continua servindo para dar nome aos vilões, mas pela primeira vez tivemos uma citação, ainda que pequena, ao possível herói que ele se torna no futuro – o Vibro.
– Será que todos aqueles “mortos” que o Wells citou ao falar sobre a explosão do acelerador vão estar presentes na série, como Ronnie Raymond e seu Nuclear? Parece uma possibilidade interessante.
– Soco supersônico. Só eu fiquei com os olhinhos brilhando feito criança?!
– Peço, mais uma vez, desculpas pelo atraso. Reta final de entrega de TCC deixou meu tempo escasso. Mas agora, tudo está encaixado novamente e isso não se repetirá.
– Amanhã tem a primeira parte do crossover com Arrow! Ansiosos?!
