Em um clima de filme de terror B, The Flash finalmente deu destaque a um dos vilões mais conhecidos do velocista escarlate: Grodd, o gorila com poderes psiquicos, que outrora fazia parte de um experimento entre Wells e General Eiling e também acabou afetado pela explosão do acelerador de partículas. E para um canal que tem fama de pecar quando o assunto é efeitos especiais, vale dizer que, dessa vez, a CW acertou em cheio. Devem ter gastado o orçamento do mês inteiro para realizar tão bem o monstro da semana.
A ligação entre Grodd e Eiling não foi algo que esperava. Na verdade, a presença do general no episódio me surpreendeu, porque acreditava piamente que sua participação já havia sido encerrada. É interessante seu ponto de vista aqui por oferecer um potencial “aliado” na luta de Barry contra Wells/Eobard. Talvez aliado seja uma palavra forte demais, é verdade, mas o papo do general no fim é bem aquela coisa de “O inimigo do meu inimigo é meu amigo“. Contudo, é bom Barry manter os dois olhos abertos porque não duvido nada que, em um eventual cenário onde Wells fosse derrotado, Eiling não hesitaria nenhum segundo sequer em se voltar contra o velocista escarlate.
A melhor coisa que a história de Grodd trouxe foi a inserção do medo em Barry e nos outros. É claro que sempre houve a tensão, a ansiedade e aquele sentimento de “E se eu falhar?”, mas agora a coisa foi diferente porque era a primeira “missão” deles sem Wells e o gorila foi, de longe, a maior ameaça enfrentada até aqui. O exemplo mais claro disso pode ser visto nos olhos do Joe, quando estava em poder do monstro. Eles denunciavam medo, apreensão – algo que o detetive, até então, não tinha mostrado diretamente.
A luta entre Grodd e Barry foi a melhor até aqui. Quando o soco supersônico não funcionou, fiquei imaginando qual seria o caminho encontrado para encerrar a batalha dos dois com Barry relativamente bem (já que ainda estamos numa série da CW e de canal aberto, então não dá esperar que ele leve uma surra como o Matt leva lá em Demolidor, por exemplo) e fiquei surpreendido de ver a série usar a forte ligação de Allen com Iris para fazê-lo resistir aos poderes psíquicos do macaco.
De qualquer maneira, a cena foi belíssima e mostra que a questão do relacionamento entre os dois, um dos poucos pontos falhos desta temporada, começa a se acertar, ainda que de maneira gradativa, dando um passo de cada vez.
Iris tinha motivos pra ficar chateada? Sim. Muitos, na verdade. De repente, ela descobre que seu pai, seu noivo e seu melhor amigo, apaixonado por você, estavam te enganando há meses. Sua primeira reação foi um pouco impulsiva, é verdade. Barry não precisava ter ouvido aquilo tudo, especialmente naquele tom frio, mas não consigo julgar a jornalista neste ponto. E, como ela bem colocou, esse papo de “Foi tudo para te proteger” está ficando velho. É a mesma desculpa em toda série, especialmente de super herói. É sempre isso quando uma mentira está sendo encoberta. Até quando os fins vão justificar os meios? É algo a se pensar.
Já com Joe, a garota exagerou, especialmente quando traz a tona a questão dos sentimentos de Barry. O policial está mais do que certo: Ele não tinha nada que se meter nessa história. Era algo que o velocista tinha de contar, como ele bem o fez. Iris sente algo por Barry, que nem ele ainda sabe o que é. Talvez seja um sentimento que esteja em desenvolvimento, um afeto que ainda não evoluiu para algo maior… Mas que vai, e aparentemente ela já sabe disso. Resta saber como a garota vai lidar essa confusão quando Eddie voltar. A cena final dela e Barry deixando tudo em pratos limpos foi muito bonita e, pela primeira vez, eu começo a enxergar futuro no casal.
Eddie, contudo, pode ser um problema. Existe gente achando que o personagem morre no season finale, mas depois de suas conversas com Wells/Eobard nesse episódio, tendo a achar que na próxima temporada veremos um lado mais sombrio do detetive, catapultado por dois fatos presentes aqui: As afirmações de Eobard que ele é o único dos Thawne esquecido na história, aquele que nada conseguiu se firmar; e o fato de saber que no futuro, é com Barry que Iris irá se casar. Talvez a junção disso e esse “convívio” recente com Wells façam despertar nele sentimentos que nem o próprio sabia possuir.
E quanto a Wells, pela última cena, deu pra perceber que ele está novamente planejando usar o acelerador de partículas, como forma de ir pra casa. Será que veremos outra explosão no season finale e isso, de algum modo, pode trazer a Cisco e Caitlin os poderes que esperamos desde o começo da série? Seria uma história mais segura que o tão debatido ponto de ignição (a volta ao passado de Barry), mas um pouco menos empolgante, analisando de maneira bruta.
De um jeito ou de outro, a coisa vai ficar quente nos 2 episódios finais.
Outras observações:
– Cisco estava mais afiado do que nunca nas referências.
– Sensacionais os escritos de Grodd, mostrando como ele pensa tanto (até mais) que um humano.
– A última cena foi muito King Kong! Mal posso esperar para ver o gorila em ação de novo.
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