Muita gente reclamou que a season premiere de The Flash foi morna e não fez juz a alta expectativa a qual a série nos acostumou. Essa semana, os produtores deram a sua resposta. Senhoras e senhores, que episódio!
A introdução de Jay Garrick (Teddy Sears está ótimo!) – e, com ele, o conceito de multiversos – ao nosso mundo não poderia ser melhor. Garrick chega não apenas como um reforço ao Team Flash, mas também para despertar questionamentos necessários a Barry. Foi interessante ver Allen não aceitando a ajuda de Jay de cara (coisa que ele faria anteriormente) e a explicação para isso é convincente: Barry não consegue mais confiar nas pessoas depois do que aconteceu com Wells. É uma ruptura compreensível; não é culpa de Barry (já que todos confiaram em Eobard), mas em uma distorcida lógica que ele adotou, foi o fato dele ter comprado a história de Wells que matou Ronnie e Eddie.
Uma conclusão interessante que podemos tirar disso tudo é que Barry está sentindo cada vez mais o peso de ser um super herói. Quando ele começou no “ramo”, as pretensões não eram tantas, muito menos as responsabilidades. Agora, ele tem um time. Tem pessoas que confiam nele. Pessoas que dependem dele. E pessoas que querem matá-lo. Nesse contexto, a chegada de Jay é providencial: Flash há muito mais tempo, Garrick pode ser um excelente mentor para Allen, ensinando muito do que aprendeu em seus tempos de velocista; ao passo em que Barry, com todo o seu coração generoso e empatia, também pode ensinar alguma coisa a Jay.
É uma relação com bastante potencial e que eu espero que os roteiristas saibam explorar. O que me deixa confiante é o fato de que não deixaram pro próximo episódio a quebra de barreiras entre eles. Mais uma vez, temos aqui uma prova da evolução de Barry como herói. Nosso velocista escarlate (termo finalmente usado! Yay!) soube exatamente qual era a hora de ceder e deixar que Jay o ajudasse a resolver o problema com o “metahumano da semana”. E, há que se dizer: A cena onde Garrick coloca seu elmo pela primeira vez na nossa Terra, pronto pra ajudar Barry, é arrepiante.
Junto com Jay, chegam também duas coisas novas. A primeira é a possibilidade de Barry expandir seus poderes, o que já vimos nesse episódio de maneira bastante empolgante e estou ansioso pra ver mais (pra quem dizia que o Flash só corria… O jogo virou). A segunda, é o conceito de multiversos, que o episódio tratou de explicar de maneira bastante didática, até mesmo com desenhos – um recurso que acho necessário, dada a complexidade que a adição disso traz para a trama.
Quando a singularidade aconteceu, uma ponte foi aberta. Foi isso que trouxe Jay até o nosso mundo (em um timing perfeito, quando Zoom estava prestes a matá-lo) e deixou 52 fendas interdimensionais espalhadas por Central City (Alguém pegou a referência aos Novos 52 aí?!), que certamente vão dar muito trabalho para o Team Flash. Zoom está se aproveitando disso da forma que acha conveniente, trazendo metahumanos da Terra-2 para ajudá-lo no seu plano de matar Barry. Por quê?
Ainda não ficou exatamente claro. Jay justificou a atitude do vilão como um simples desejo de ser o único velocista em todos os universos, mas me parece simples demais. Wells disse na fita gravada que ele não era o verdadeiro inimigo de Barry, o que me leva a crer que era a Zoom que ele se referia. Outro mistério é a identidade do vilão. Muita gente defende a teoria de que ele é simplesmente o Harrison Wells da Terra-2, o que eu acho válido, mas discordo por dois motivos:
1. Teoricamente, o vilão nunca foi Harrison Wells, e sim Eobard Thawne e
2. Seria muita falta de criatividade – e até bizarro – uma repetição de plot tão forte assim.
Vi algumas pessoas cogitando também a possibilidade de Zoom ser Cobalt Blue, um irmão gêmeo do mal que Barry pode ter na Terra-2 e que foi criado como Malcolm Thawne. É uma possibilidade também interessante (e seria um presente ver Grant Gustin interpretando dois personagens à Ruth&Raquel), mas teremos que esperar mais para ver. Se quiser saber mais sobre esse personagem, você pode ler (em inglês) aqui.
Tinha bastante medo que essa história dos multiversos ficasse confusa, mas agora estou bem animado. Espero muito que os roteiristas não me decepcionem.
Mas nem só de Jay Garrick viveu Flash of Two Words. Shantel VanSanten chega como Patty Spivot, outra personagem dos quadrinhos. E que chegada! O roteiro soube introduzir muito bem a personagem, que se ofereceu para fazer parte da força que Joe começou a montar contra meta-humanos. Força tarefa que, até então, não tinha ninguém de voluntário, depois da morte de Eddie. Shantel tem bastante carisma e conseguiu fazer sua personagem funcionar com todos, especialmente com Barry. Será que vem romance por aí? Te cuida, Iris.
Um ponto bastante positivo de sua aparição foi a construção de um background interessante. Patty não quer caçar metahumanos apenas por um dever cívico. Ela perdeu seu pai pelas mãos diretas de um e o desejo de vingá-lo (e também impedir que mais pessoas passem pela mesma situação) pode levar a personagem a fazer coisas interessantes.
E entre tanta apresentação de coisa nova, a série ainda achou tempo para desenvolver seus personagens antigos. Cisco começa a ter cada vez mais ciência de seus poderes e o nome ‘Vibe’ foi pela primeira vez citado! Agora, aposto que até o fim da temporada já teremos a transformação do rapaz em Vibro. Só espero que ele abra logo o jogo sobre o que está acontecendo para todo mundo. É um segredo desnecessário e que só vai trazer conflitos que o show não tem mais necessidade de explorar num momento em que vier a tona.
A cereja do bolo ficou com os minutos finais. Ver Harrison Wells de pé, bem e poderoso em uma versão mais equipada da Star Labs deixa abertas possibilidades infinitas. Aparentemente, aquilo é a Terra-2 (ou outro universo, né? Mas não acho que, nesse momento, a série vá além de 2) e o sorriso de Wells mostra que ele pode ser mais parecido com o Eobard Thawne que conhecemos do que aparenta. Infelizmente, teremos que esperar para saber.
Outras observações:
– Na noite de terça, The Flash conseguiu um feito histórico para a CW: Foi 2º lugar isolado de audiência no seu horário, perdendo apenas para NCIS, na CBS, e vencendo ABC (que exibia The Muppets), NBC (com Best Time Ever) e FOX (com Grandfathered). Com certeza, teve festa no QG da CW.
– Cisco jogando shade pra cima do nome “Green Arrow“. Obrigado, cara. Muito obrigado.
– Duas cenas me chamaram atenção pela carga emotiva do texto. A primeira, a conversa de Iris com Barry sobre a dificuldade do rapaz em confiar novamente. A segunda, o diálogo entre Jay e Caitlin sobre seguir em frente quando se perde algo muito valioso. Lindos.
– Jay e Caitlin: Dá liga?
– O Dr. Stein já começa a sofrer as consequências da ausência de Ronnie?
– A cena em que Patty fala “Flash” e os dois correm para vê-la é referência direta a capa do quadrinho onde Jay e Barry se encontram pela primeira vez. O nome da HQ? Flash of Two Words.
– Atualmente, existem 52 mundos no multiverso DC (me corrijam se eu estiver errado). Será, então, que as fendas interdimensionais não levam a distintos mundos e não apenas a Terra-2?
– Mamãe West chegou. E agora?
– Fique com a promo de Family Rogues, episódio de semana que vem. Até lá, comente com a gente o que achou desse episódio fantástico!
