Family of Rogues e The Fury of Firestorm são dois episódios diferentes dos iniciais da temporada. O primeiro, colocou a história em banho maria e apostou em uma trama mais leve, sem grandes acontecimentos e e em um novo capítulo da complicada relação entre Barry e Snart. Já o segundo, deu um novo enfoque a história do Nuclear e abriu as portas para um novo e interessante vilão.
É possível dizer, tranquilamente, que a segunda temporada do Velocista Escarlate caminha a bons passos para superar sua antecessora. E como amanhã já tem episódio novo, bora fazer o Barry e tirar o atraso, comentando sobre estes dois episódios e se preparando para o que ainda está por vir (dessa vez, sem atrasos!).
2×03 – Family of Rogues
Quebrando a sequência de episódios movimentados, o terceiro da segunda temporada abordou mais do passado da família Snart, colocando um pouco mais de profundidade nesses personagens que, até então, não passavam de meros vilões. É bastante interessante notar que tanto Flash, como Arrow, preparam o caminho para a criação da equipe de Legends of Tomorrow e não poupam esforços na construção de cada uma dessas pessoas. Lisa, que pouco tinha sido trabalhada até aqui, mostrou-se como uma garota traumatizada pelos maus tratos do pai, encontrando em Leonard seu porto seguro. Claro que não vamos conseguir mudar a maneira de vê-lo do dia para a noite, mas, aos poucos, eles já se tornam aqueles vilões que amamos odiar.
Interessante também foi a mudança de figura na atuação de Barry durante o caso da semana – teve como não rir dele pagando de bad boy? E está aí outro dos pontos altos: a intereração entre Flash e Capitão Frio, sempre muito boa. E se a velocidade é sua especialidade, Barry anda bem devagar quando falamos de Patty Spivot. Com toda a internet orando para esse ship acontecer, chega a ser fofo ver a estranheza dos dois no começo dessa relação. Ela toda atrapalhada mostrando que quer conhecê-lo melhor e Barry ainda preso no seu sentimento com relação a Iris. No campo dos relacionamentos, vimos também Cisco se dando bem (como não torcer para ele?) e até Caitlin tendo um leve flerte com Jay Garrick.
Enquanto pouco sabemos sobre a Terra-2, algumas informações começam a ficar mais claras. Os portais são pontes entre as duas Terras e é nisso que Jay foca todos os seus esforços, sendo bem sucedido antes do final do episódio. E é através dessa ponte que Dr. Wells da Terra-2 chega até o Star Labs ao final do episódio, levantando uma série de questionamentos quanto aos seus propósitos e suas intenções. Dr. Stein também serve como gancho para o próximo episódio, já que sua condição celular piora gradativamente desde que Ronald acabou morrendo no acidente com o buraco de minhoca. Desenvolvimento esse que pudemos ver no próximo episódio.
Por fim, foi introduzida também a trama relacionada a mãe de Iris, que volta do passado direto para Central City, clamando por conhecer a herdeira que deixou para trás por muitos anos. Tudo soa muito estranho, forçado e gera um desconforto tremendo para Joe, que protagoniza cenas marcantes nesse episódio – seja no seu relacionamento distindo com Barry ou nos momentos de extrema sinceridade com Iris. Tudo isso toma contornos ainda mais drásticos com as revelações que acabamos por descobrir em “The Fury of FIRESTORM”.
2×04 – The Fury of FIRESTORM
Escolhas e segundas chances. Se o quarto episódio da segunda temporada pudesse ser resumido em uma expressão, seria essa. E até certo ponto, recomeços. O cenário aqui é um Doutor Stein preocupado, uma Caitlin desesperada para encontrar um candidato a Nuclear e uma Patti que, além de parecer disposta a fazer seu trabalho com mais afinco, se aproxima cada vez mais de Barry no sentido “bíblico” da palavra. A chegada de Patti à série e a quase explosiva química que Grant Gustin e Shantel Vasatten apresentam também podem ser enxergadas como uma segunda chance: De The Flash, série, de emplacar um romance que seja aceito pelo público, já que mesmo com o canône a seu favor, Iris foi prontamente rejeitada. E, é preciso dizer: Será muito dificil torcer para Iris com Patti ali.
Mas é na figura de Jax, a nova “metade” do Nuclear, que o tema do episódio melhor se personifica. O novo personagem é apresentado pelo roteiro da série como alguém que foi drasticamente afetado pela explosão do acelerador de partículas e teve sua vida virada de cabeça para baixo, da noite pro dia. A segunda chance para Jax se apresenta na forma de poder se sentir útil novamente, se tornando o novo Nuclear. E pode parecer cedo para dizer, mas em um primeiro olhar, o personagem me soa muito mais carismático que Ronnie e promete ser uma boa adição ao time. O momento em que, por exemplo, ele e Stein se unem para enfrentar o professor Hewitt (e aqui, novamente, podemos ver a temática da escolha, só que em uma posição exatamente contrária a de Jax) é um dos melhores da temporada.
Francine West também está na cidade a procura de sua segunda chance. A mãe de Iris ainda parece ter um longo caminho pela frente para reconquistar a filha, mas certamente a “carta” da doença vai ajudar. De certo modo, foi um artifício fácil do roteiro usar a doença da personagem como uma porta para uma provável aproximação entre as duas, mas é bom ver Iris ganhando uma nova trama que não envolva estar confusa sobre se casar ou não ou perseguindo um velocista misterioso. Francine pode contribuir bastante para o desenvolvimento da personagem e nos resta torcer para que os roteiristas agarrem esta oportunidade.
E, a mãe de Iris traz ainda um fato importante: A revelação de que ela possui outro filho, que nasceu 8 meses após ela deixar Central City. Algumas pessoas estão especulando que a criança possa ser Jax, mas a resposta mais provável reside no nome de Wally West. É uma questão de tempo até que o icônico personagem apareça na série agora (lembrando que o ator já foi escalado e confirmado neste segundo ano), então a palavra de ordem agora é esperar. Uma espera que nem deve doer muito, já que agora Harrison Wells está de volta. Qual a verdadeira índole do personagem da Terra-2, o que ele está fazendo aqui e até onde se é possível confiar no cientista (mesmo que ele tenha salvado Barry e Patti do Homem-Tubarão) são perguntas que ficam sem respostas. De certa maneira, é uma volta ao clima da 1ª temporada, mas que graças a excelente atuação de Tom Cavanagh e a amarração do roteiro, não soa retrocesso.
Assim, The Fury of Firestorm se consagra como um episódio que conseguiu unir comédia, drama, emoção e uma pitada de elementos antigos, mas com uma nova roupagem que mantém tudo ainda mais interessante do que no ano passado. The Flash segue muito bem, obrigado.
Confira o vídeo promocional do episódio que vai ao ar hoje na TV americana:
PS. Meu muito obrigado ao meu amigo Leandro que me ajudou no texto. 🙂
