Mais calmo que seu antecessor, mas firme na história que se propôs a contar, Fast Lane foi mais um bom episódio dessa temporada de The Flash. Não ótimo, nem excelente, mas bom. Com o gancho final, parece que agora as coisas irão esquentar e, pela promo (que postarei ao final), o episódio de semana que vem tem tudo para ser um dos melhores da série (e fica aqui o meu protesto público a CW por exibir isso na semana de carnaval. E quem vai viajar?? Fica como??). Mas, vamos lá, uma coisa de cada vez.
Mesmo com a volta do clássico ‘meta-humano-da-semana’, aqui representado na forma do “Poço-de-Piche” (jura?), o foco acabou sendo em outras frentes, como o conflito interno de Harry. Quando conhecemos o personagem, lá no começo da temporada, eu tive algumas relutâncias quanto ao mesmo (assim como Barry e todo mundo, era difícil fixar na cabeça a ideia de que o Harrison que conhecemos nunca existiu e sempre foi Eobard) e, por isso mesmo, não consegui julgá-lo totalmente quando nos foi revelado que ele trabalhava para Zoom. Harry tem seus motivos. Ele precisa salvar sua filha e, por mais que os fins não justifiquem os meios (ou até justifiquem, quem somos nós pra julgar?), precisamos levar em conta que ele não conhecia nenhuma daquelas pessoas quando chegou à Terra-1 e que tinha em mente o desejo desenfreado de salvar Jesse.
Agora, a coisa muda de figura. A relutância dele em trabalhar com Barry na descoberta de como fechar as fendas mostra que, lá no fundo, Harry começou a se importar com aquelas pessoas e isso tornou muito mais difícil a sua “missão”. Uma das cenas mais legais é quando Wells surta e diz a Barry que não precisa de outro filho, quando o velocista escarlate começa a contar como era sua relação com o antigo Harrison, que na verdade era Eobard. A confissão de que estava trabalhando para Zoom e roubando a velocidade de Flash para entregar a Zoom e salvar sua filha mostrou que, apesar de não estar arrependido (primeiro, porque não seria de sus natureza. Segundo, porque fez o necessário para salvar Jesse), Harry se sentiu culpado pelo que fez.
O que seria o último gesto do cientista acabou se mostrando mais altruísta do que o esperado. Querer fechar as fendas para que Zoom não pudesse chegar até Barry e enfrentar o vilão sozinho é a prova de que o tempo na Star Labs mexeu com alguma coisa dentro de Harry e fiquei bastante feliz de ver essa mudança e, principalmente, ver que Barry aceitou isso ao se colocar no lugar dele e entender que não era uma questão de certo ou errado, mas sim um gesto feito em nome de um amor desmedido. Não é algo que todos fariam, mas é exatamente o que eu esperava do nosso herói. Agora, sem máscaras e sem segredos, todos fazem parte do mesmo time e com o mesmo objetivo: Salvar Jesse e derrotar Zoom. Vai ser algo bem interessante de se acompanhar, especialmente pelo frescor que a nova dinâmica – sem o peso da derradeira traição que sabíamos que aconteceria – trará.
No outro núcleo, Iris segue sua jornada rumo ao posto de uma das melhores personagens da série. Interessante notar que tem acontecido com a garota a mesma coisa que aconteceu com a Laurel, lá em Arrow: Começou como interesse romântico do protagonista, foi odiada e, a partir do momento em que ganhou trama própria e saiu da sombra do herói, evoluiu muito. Essa semana, a vimos dando um esporro merecido em Joe e tentando, à sua própria maneira, lidar com o novo garoto problema, Wally West. A jornalista estava certa ao alertar Joe sobre o fato dele tentar construir outra figura quando está diante do filho (nunca é bom construir uma relação começando com máscaras, olha só no que deu o caso do Harry), mas ela também não foi a mais esperta das criaturas ao se meter com a gangue dos rachas, né?
Foi bacana como o episódio uniu as duas frentes principais, fazendo com que a velocidade que Harry roubou do Flash atrapalhasse o velocista escarlate quando o caco de vidro estava indo até Iris. Dessa maneira, a garota ter se machucado foi o catalisador tanto para que que Harry confessasse o que fez quanto para um sinal de bandeira branca enfim estendido por Wally. Foi preciso um esporro de Joe, é claro, mas o garoto criou jeito e permaneceu ao lado da irmã no hospital e mostrou que está disposto a construir uma relação bacana. Vamos ver onde isso vai dar.
O meta-humano do episódio, o tal “Poço-de-Piche”, acabou nem tendo muito destaque no fim das contas. Na verdade, analisando agora, foi um plot totalmente dispensável. Era preciso alguma coisa para que Barry tivesse um pouco de velocidade roubada? O caso de Wally e a ameaça de Iris aos caras já resolveria tudo. Mas vida que segue e semana que vem o episódio promete compensar tudo. Não sei vocês, mas eu não tô nada pronto.
Outras observações:
– E essas piadinhas envolvendo Wally e velocidade? Os roteiristas já foram mais discretos…
– Cisco, eu tô com você nessa. Você é melhor hacker que a Felicity sim.
– “Eu criei o Tinder Meta-Humano.” Impagável. Aliás, o bromance Cisco/Barry está cada dia melhor.
– A cena em que Harry está fazendo várias anotações matemáticas num quadro (que é a capa da resenha) me lembrou uma cena do meu filme favorito, A Rede Social.
– Mesmo sendo um tanto quanto clichê, foi bem bonita a cena que encerra o episódio, com Barry falando que Harry agora faz parte do time e que todos irão para a Terra-2.
Fique com a eletrizante promo de Welcome to Earth-2, que vai ao ar na próxima terça:
