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The Flash – 2×18 Versus Zoom

Por: em 20 de abril de 2016

The Flash – 2×18 Versus Zoom

Por: em

Um mergulho no passado e na psique de Jay Garrick. Ou, melhor dizendo, de Hunter Solomon. 

Hunter-Zolomon

Quando The Flash entrou no seu último hiatus, nos prometeram, em seu retorno, a história da origem de Zoom. Com Versus Zoom, a série cumpriu sua promessa, além de acrescentar importantes desenvolvimentos a histórias paralelas e começar a preparar o terreno pra reta final de sua segunda temporada. Os primeiros momentos do episódio, mostrando o pequeno Hunter vendo o pai assassinar a mãe, já nos davam a deixa: O grande vilão da segunda temporada é mais que um simples velocista querendo a velocidade de seu arqui-inimigo para se manter vivo; Jay/Hunter é um homem completamente danificado por feridas do passado, alguém pra quem a vida nunca deu trégua, que se corrompeu da pior forma possível e que deu eco a tão debatida teoria humanista de que os acontecimentos aos quais somos submetidos em nossa infância são responsáveis por nosso caráter.

Juízos de valor à parte, não vou entrar aqui no mérito do que Hunter presenciou. Se isso teve relação direta com ele se transformar em um assassino a sangue frio ou não, não importa dentro do contexto narrativo da série, simplesmente porque essa persona ficou (um pouco) para trás. Hunter Solomon se perdeu em algum ponto entre sua condenação, as sessões de eletrochoque e a explosão do reator de anti-matéria. Não que Jay Garrick seja, de fato, diferente. Como Zoom, ele fez o terror, mentiu, manipulou, matou. Tudo por sobrevivência. Se as duas personalidades do vilão tem alguma diferença, ela reside aí. Hunter era um serial killer no sentido pleno, sem qualquer razão. Jay mata por um objetivo. Claro que, no fim do dia, não existe diferença alguma no que tange a moralidade de suas ações.

E, como todo “bom” psicopata, Zoom mostrou-se muito inteligente. Novamente, (um dos) o erro de Barry foi subestimar seu inimigo. O plano que ele armou era bom, mas cheio de falhas e era tão óbvio que Zoom iria dar seu jeito de escapar que só me restou esperar pelo pior. Mesmo assim, vale louvar aqui a atitude do herói em usar a história de Hunter para desestabilizar Jay emocionalmente e conseguir confrontá-lo. A batalha de palavras trocadas entre os dois naquele momento foi fantástica, uma das melhores cenas da série e Grant Gustin e Teddy Sears não deixaram em nada a dever – nem nesse momento, nem em nenhum dos outros do episódio.

Barry-Allen

Uma pena que eu não possa dizer o mesmo do sr. Barry Allen. Bar, meu querido, eu sou seu fã e vou te defender sempre, mas às vezes você merece uns petelecos na cabeça pra deixar de ser tão teimoso, como nesse episódio. Pela primeira vez, eu me coloquei 100% do lado do Harry. Não havia necessidade alguma de Barry insistir nesse plano de reabrir as fendas e enfrentar Zoom novamente. É uma atitude bem compreensível e condizente com a personalidade dele, claro. Como Joe disse, ele jamais conseguiria dormir bem sabendo do perigo que Zoom representava (e isso é ser um herói), mas que é uma atitude que irrita um pouco, irrita. Mas Barry é isso. Ele é impulsivo – mesmo quando pensa muito -, ele é passional, ele é mais emoção do que razão… E Jay soube se aproveitar disso com uma precisão quase cirúrgica.

A fraqueza de Barry está naqueles que ama e foi sabendo disso que Jay sequestrou Wally. A relação dos dois ainda não é exatamente de proximidade, mas Zoom sabe que Barry viraria o mundo de cabeça pra baixo por causa de Joe. Desde o momento do rapto e da exigência, pra mim já era bem óbvio que Bar estaria disposto a entregar sua velocidade ao vilão para salvar Wally. O que eu achei estranho nessa história toda foi a facilidade com que ele – e os demais – entregou os pontos. Durante a cena da troca, quando Zoom entrega Wally e Cisco o leva embora, o cenário era quase perfeito pra um ataque. Harry tinha uma arma, Joe tinha outra, Caitlin também… Com um pouco de esforço ali, eles conseguiriam encurralar Zoom e Barry não precisaria entregar sua speed force. Claro, semana que vem tudo pode se revelar algum plano engendrado por Harry, já que foi ele quem ficou responsável pelo dispositivo que tirou a velocidade do Flash e os momentos de conversa entre Barry e Jay antes disso foram importantes para esclarecer alguns pontos (como o fato de Jay ter usado seu remanescente de outra linha temporal para poder estar em duas Terras ao mesmo tempo). Mas, conhecendo Barry como conhecemos, tudo pode ter partido do seu senso ético; sua vontade de fazer o que prometeu e a ideia de que, talvez dessa forma, ninguém mais precisasse se machucar. Bom, de um jeito ou de outro, mesmo que houvesse um plano, a brincadeira custou caro, já que Zoom levou Caitlin consigo. 

cisco

No meio disso tudo, o roteiro ainda encontrou espaço para desenvolver outros personagens, como Cisco. Já era hora do jovem nerd ter uma maior expansão dos seus poderes e foi muito bacana vê-lo sendo respaldado por Harry e seus óculos-dimensionais-legais-pra-caramba durante o processo. Claro que ainda deve demorar um pouco pro Cisco ter total domínio de seus dons da forma que o Reverb tinha na Terra-2, mas foi um começo bacana, motivado por uma situação excepcional (e aqui abro um parêntese pra falar do quão bonita é a relação dele com o Barry. Os dois compartilharam ótimas cenas nesse episódio e espero que assim continuem). Mas o mais interessante no meio disso tudo mesmo foi o conflito psicológico do personagem. Aqui, eu assumo a culpa com o Barry: Também não imaginava que Cisco estava nessa luta interna consigo mesmo, temendo que usar mais dos seus poderes o fizesse se corromper e se transformar no Reverb. Ainda bem que Barry deu a dica. No fim das contas, quando tudo parecer perdido, Cisco tem em quem se segurar. E isso faz toda a diferença.

E, só pra terminar porque esse texto já tá ficando maior do que o normal: Wally finalmente começou a ser desenvolvido. Ok, ser sequestrado pelo vilão não é exatamente o que a gente pode chamar de grande avanço na história, mas o fato dele agora morar com o Joe e ter sido, da noite pro dia, sugado diretamente pra história do Flash, certamente vai trazer algumas situações interessantes. Sendo pentelho como esse menino é, ele obviamente vai querer saber porque Joe está metido com o Flash. Daí a ligá-lo a Barry, vai ser um pulo. Algo a se esperar.

Outras observações:

– “Só falta o delineador e a transformação está completa.” – Cisco é o rei do nome e dos quotes.

– O sorriso de Iris e Cait vendo Joe e Barry juntos é o meu sorriso. Que relação bonita.

– Cisco se comparando com Anakin Skywalker é, talvez, um dos momentos altos dessa temporada até aqui. Sério. Melhor referência.

– Iris e Barry voltando a dar liga… Sabia que isso ia acontecer. Surpreendentemente, tá me convencendo e quero ver como vai ser quando isso finalmente sair do campo das ideias e ir pra prática.

– Referência dupla a Hannibal Lecter: Cisco comparando Hunter com o serial killer e a focinheira no assassino logo em seguida.

– Continuo achando que o homem da máscara de ferro é o Eddie.

– Nenhuma referência ao crossover. Sério?

– Esse negócio de dois Jay’s, remanescente do tempo etc etc me deixou um pouco confuso, mas acho que é uma explicação lógica, no fim das contas. Talvez demande um pouco de boa vontade, mas dá pra aceitar bem. No fim das contas: Pobre Caitlin. Enganada, traída e ainda sequestrada.


Peço desculpas pela review um pouco maior do que o normal. Me empolguei e, quando vi, já tava enorme. Sinal de que o episódio realmente deu muito material pra gente discutir. Agora é sua vez. Conta pra mim o que achou nos comentários!

Fique com a promo de Back to Normal, episódio da próxima terça. Até semana que vem!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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