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The Flash – 3×02 Paradox

Por: em 13 de outubro de 2016

The Flash – 3×02 Paradox

Por: em

Depois de uma season premiere que mais decepcionou do que alegrou seus fãs, The Flash vem com Paradox mostrando, de fato, que contar o Flashpoint nunca foi seu objetivo neste ano. Mais do que discutir a criação de uma linha do tempo alternativa, a série do velocista escarlate veio discutir as consequências por trás de uma atitude tão severa, falando sobre a importância de se assumir um erro e trabalhar não para apagá-lo, mas sim para conviver com a culpa, aceitando o que aconteceu e procurando se ajustar ao novo, que sim, é sempre muito assustador.

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Barry nunca quis aquilo. Ele jamais queria que Dante tivesse morto, não queria que Joe e Iris tivessem brigado, não queria ter um parceiro como Julian e queria menor ainda que a antiga união que havia entre o time Flash tivesse se resumido a pó. Mas, como dizem por aí, de boas intenções o inferno tá cheio e agora pouco importa que Bar não tenha medido as consequências do ato de resetar a linha temporal para salvar sua mãe. É claro, ele estava dilacerado por dentro pela perda de Henry e parecia não ver direção alguma à sua frente, mas agora pouco importa os motivos que levaram a impulsividade. Durante alguns segundos, quando ele ensaiou novamente viajar no tempo, pareceu que o roteiro nos levaria a um looping eterno que certamente irritaria muito, mas Jay Garrick apareceu para salvar a pátria.

O belíssimo diálogo que ele tem com Barry é providencial para que ele entenda que não importa quantas vezes ele volte no tempo, sempre haverão consequências imprevisíveis. A metáfora da xícara é excelente por ilustrar de uma forma física o que acontece quando se tenta consertar algo que já está quebrado e fez com que ele finalmente aceitasse que vai precisar carregar nos ombros a culpa por tudo que está diferente agora. Claro, é complicado aceitar que, por causa de suas ações, a vida de todos os que você ama sofreu alterações em escalas maiores ou menores, mas o primeiro passo, Barry já deu: Enfrentar o problema de frente, contar para os principais interessados e parar com as ideias idiotas de viajar no tempo. Espero que, dessa vez, ele tenha entendido pra valer.

O bacana disso tudo foi saber que, mesmo com o foco nas nuances que diferenciam essa linha do tempo da anterior que acompanhamos por dois anos, o flashpoint não será totalmente deixado de lado graças a presença do misterioso Doutor Alquimia. É megalomaníaco – e até clichê, vale dizer – essa história da “Terra se preparar para receber” algo e tudo o mais, mas é bastante interessante o tom quase místico que o roteiro tem usado para apresentar o personagem e é algo que já o diferencia de Zoom e Eobard e, de fato, empolga bastante para os acontecimentos futuros. O fato dele poder devolver os poderes de quem era metahumano no flashpoint, como fez aqui com Clariss, joga Wally para o centro das atenções. Agora sabemos, por A+B, que ele ganhará seus poderes e que se tornará Kid Flash, o que pode gerar conflitos com Barry, que convenientemente não contou para o irmão postiço que, no outro mundo, ele era um herói.

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A introdução de Tom Felton à história como Julian foi outro acerto de Paradox. O eterno Draco Malfoy encarnou todo o escárnio, dúvida e antipatia que Julian sente por Barry e traz possibilidades narrativas bem interessantes, acrescentando a lista de preocupações de Barry algo mais além de ter que lidar com as consequências de tudo que foi alterado na linha do tempo e com o recém chegado Doutor Alquimia. Além do mais, o fato de Julian (até segunda ordem) ser um humano apresenta-se como um novo desafio para Allen, que até então enfrentou “inimigos” em sua maior parte meta humanos e com os quais não precisava conviver diariamente, muito menos dividir uma sala de trabalho. Se o novo personagem esconde algo, só o tempo nos dirá. Por agora, prefiro acreditar que ele é realmente apenas um policial que não confia em Barry e que sabe que o analista esconde algo profundo.

E, como sempre, o maior acerto ficou mesmo pra quando o roteiro resolveu voltar-se para o drama pessoal dos personagens, aqui com foco em Cisco e Barry. Colocando-se no lugar de Cisco, é muito fácil, de fato, culpar Barry por tudo que aconteceu. Quando o Flash confessou sobre o flashpoint, então (em uma cena incrível, vale ressaltar. Deu vontade de entrar na tela e dar aquele abraço apertado no Barry na hora que ele chora silenciosamente!). Foi ótimo que, no fim das contas, tudo tenha se resolvido aqui mesmo, por mostrar que não só Barry, mas também Cisco e os outros estão dispostos a seguir em frente e encarar, juntos, as consequências do erro que Allen cometeu. Ponto alto do plot: Cisco usando o traje de Vibro. Três temporadas esperando e, ó: Não decepcionou nada! E, já pegando carona no assunto: O pequeno momento em que Caitlin solta pequenas quantidades de gelo pelas mãos conseguiu empolgar mais do que quase todo o episódio. Já tinha perdido as esperanças de ver Nevasca mais uma vez na série e vai ser fantástico acompanhar a transformação de Snow de cientista boazinha a uma das possíveis vilãs da história.

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Pra não falar que tudo me agradou, fiquei um pouco decepcionado com a história de Iris e Joe. Pelo modo como estava sendo mostrado, parecia que o motivo por trás da briga deles era algo muito maior do que ele ter escondido que a mãe dela estava viva. Vejam bem, longe de mim dizer que isso não é motivo, porque é, e muito, mas o roteiro dava pistas de que havia algo muito maior por trás e quando nos foi finalmente revelado, tudo que consegui pensar foi: Jura?! Pelo menos, eles também já se acertaram e, finalmente, WestAllen aconteceu. Foi muito bonito o momento entre os dois na escada, a fala de Iris sobre eles sempre encontrarem o caminho de volta um pro outro e o beijo trocado, sem resistência, medo ou amarras, de ambas as partes. Um pequeno momento de felicidade no meio do caos e que aquece o coração. 

 

Outras observações:

— Legal, mas meio nada a participação da Felicity, né? Serviu basicamente pra mostrar que o universo de Arrow também foi afetado pelo flashpoint e que Dig agora tem um filho, e não uma filha. Isso me lembrou Questão de Tempo, filme maravilhoso que está disponível na Netflix.

— Dawson’s Creek na TV. Quem viu?!

— Jay foi um doce com Barry. Eu tinha dito logo: “Ô, seu arrombado, para de destruir as linhas do tempo, velho!

— Nevasca! Nevasca! Não consigo conter minha empolgação.

— Uma das cenas mais engraçadas da série: Barry tentando arrumar um jantar com Iris e Joe e pulando de um pro outro.

— Será que foi o fim de Classis e do Rival? Achei tudo muito fácil.

— Vou confessar que bateu uma saudade do Harry quando o Jay o quotou.

 


E você, o que achou do episódio? Mais conformado com o Flashpoint e feliz que veremos, lentamente, as consequências do mesmo? Semana que vem, o episódio promete ser ainda melhor. Dá uma olhada na promo por sua conta em risco!


Alexandre Cavalcante

Jornalista, nerd, viciado em um bom drama teen, de fantasia, ficção científica ou de super-herói. Assiste séries desde que começou a falar e morria de medo da música de Arquivo X nos tempos da Record. Não dispensa também um bom livro, um bom filme ou uma boa HQ.

Petrolina / PE

Série Favorita: One Tree Hill

Não assiste de jeito nenhum: The Big Bang Theory

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